Tulipanes Azules「DRARRY」

↬ Capítulo Sete ❧

Harry estava completamente vestido quando ouviu vários passos na sala, sua respiração engatou e ele pulou para trás com medo até que suas costas bateram na parede.

De repente ouviu uma risada, juvenil e certamente calorosa, não parecia uma ameaça, mas por ser desconhecida só gerou medo nele.

— Como você é fofo. — falou aquela voz. — Draco deve estar se divertindo com você.

— Q-quem é?

— Somos amigas de Draco. — falou outra delas. — Vimos ele fugir, o que aconteceu?

Harry não disse uma palavra, o lugar logo começou a parecer estranho, úmido, terroso... floral... começou, sentiu o aroma das tulipas que Draco tinha e das que ele havia lhe falado, rosa, vermelho, laranja, amarelo, roxo... todas diferentes e que Draco falava tão encantado.

— Anemona? — ele perguntou e a voz mais grave foi ouvida. — Lanthe e Thetis.

— Que legal, ele já nos apresentou. — disse outra. — Sou Lanthe.

— Thetis. — outra sussurrou. — Então me diga, por que Draco fugiu?

— Eu não sei. — disse ele sem deixar sua postura defensiva.

— Você o magoou?

— O que? Por que o faria?

— Isso não pode ser controlado com certeza, mas você pode culpá-lo? Toda a sua vida ele esteve sozinho. — falou lanthe.

— De que você está falando?

-— Huh? Draco, claro, queríamos trazer alguns óleos para ajudar, mas ele fugiu, você tem algum ferimento? Quer que eu te verifique? — Harry sentiu o toque frio de uma mão em seus pés descalços e as empurrou.

— Ele vai me machucar? — perguntou.

— Não de propósito. — Anemona de novo. — Mas duvido que ele saiba o que está sentindo, provavelmente vai te perguntar e depois vai falar de flores, é tudo que ele sabe.

— Ele não é violento. — afirma Harry.

— Mas ele é desajeitado, e pode errar, você precisa ter paciência e explicar.

— O que devo explicar? — ele pergunta sentindo como seu corpo começa a suar.

— Sexo. — soa de novo. — Draco não sabe nada sobre seu corpo humano além de que é um sustento temporário, que ele deve comer e tomar banho, mas Draco não sabe de mais nada, você não acha isso ruim? Privá-lo de sexo?

Harry não sabia, mas suas bochechas coraram enquanto as três mulheres falavam baixinho sobre prazer carnal, sobre como fazê-lo se sentir melhor, como tocá-lo, onde tocá-lo, mas Harry não podia acreditar que Draco, sendo tão gentil e doce, não teve alguém, alguma mulher para ele.

— EU? — interrompeu. — Sou homem, não posso...

— Sim, e Zeus também, mas peça para ele tirar as mãos dos jovens fofos que moram na Grécia, felizmente ele não viu você. — diz ela soando calma. — Sexo é para o corpo, é para se sentir bem, isso mesmo! É o que é! — ela exclama.

— Draco tem sido bom com você. — diz Thetis. — Seja bom com ele.

— Mas não sei como...

— Dê a ele permissão para tocar em você, tenho certeza que ele vai entender e se soltar.

Elas falam com tanta facilidade e liberdade, são diferentes e Harry sabe disso, mas não pode ser como elas, não pode ser tão simples, pode?

Deixar que um estranho te toque, não importa quão bom seja seu coração, não importa quanta ajuda ele te dê.

Dizem-lhe como agir e o que dizer, pedem-lhe que o trate bem. É assim que as amigas de Draco são? Elas não soam mal, ele simplesmente não entende.

Elas pedem para ele dar o corpo inteiro para alguém que pode se cansar mais tarde e expulsá-lo de sua casa, elas pedem muito de alguém como ele, e talvez Draco nem queira.

Desaparecem assim que aparecem, deixando a casa vazia novamente, só ele pensando nas opções.

Realmente não são muitas, ele é um menino cego sem fortuna para oferecer.

Existe algo que você pode dar à vida para terminá-la pacificamente?