↬ Capítulo Quatorze ❧

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— Ele vai tentar tirá-lo do seu lado, ele vai oferecer qualquer coisa para ele sair do seu lado, é isso que ele faz.

Draco nunca conheceu tristeza, felicidade, confusão e dor em sua vida.

Mas o medo tinha permanecido uma vaga lembrança de uma idade mais jovem. Draco acordou aterrorizado com as palavras de Morpheus. Eros queria levar Harry, não havia razão para isso, não havia explicação, tornou-se o capricho de um deus e Draco sentiu que sua alma estava começando a se quebrar.

Ele não podia perder Harry, ele daria o mundo inteiro e mataria qualquer coisa para evitá-lo, simplesmente não podia perdê-lo.

Então o abraçou docemente a manhã toda enquanto o ouvia contar uma história de suas longas caminhadas antes de vir até ele, e Draco decidiu que se ele não se afastasse, se não o deixasse fora de vista, então nunca iria perdê-lo, porque ele poderia protegê-lo, sim... ele iria.

— Eu gosto mais de maçãs. — Harry disse. — Por que eu sinto que os pêssegos são amargos se eles são claramente doces? Mas morangos são ainda melhores.

Harry sorria cada vez mais, falava mais e se sentia seguro, só de saber que Draco estava ali, então ele se permitiu dizer e expressar cada pensamento bobo que surgisse, porque mesmo que Draco não soubesse todas as respostas, eles poderiam achar uma resposta para elas juntos.

— Uvas verdes são melhores.

— Eu gosto das roxas. — disse Harry. — Elas são menos ácidas.

— Então eu não te dei as uvas verdes certas. — Draco lhe disse, aproximando-se dele, que estava sentado em uma cadeira ao lado da mesa da cozinha, dando-lhe um beijo curto nos lábios antes de pegar suas mãos. — Venha comigo.

Harry caminha calmamente ao seu lado, se ajoelha na grama quando Draco indica e ouve com atenção.

— Tenho tulipas de todas as cores. — começa a dizer. — Branco, vermelho, amarelo, rosa e laranja. — exclama excitado. — São as flores mais lindas que já vi.

— Duvido. — diz Harry.

— Porque? — ele pergunta curioso enquanto corta uma das tulipas e a coloca na mão de Harry.

— Sonhei com uma cor Draco. — explica ele. — E acho que era como água ou como frio, não sei se era branco ou azul e acho que é a melhor cor de todas.

— Mas se foi a única que você viu.

— É a única que vou ver então é a melhor de todas. — disse antes de acariciar as pétalas em suas mãos. — Consegue imagina tulipas azuis? Seriam os melhores...

— Sim, eu creio que sim.

Mas a única coisa que Draco tinha diante dele era o sorriso inocente de Harry, tão pequeno quanto as plantas que estavam começando a brotar em seu jardim.

❝❞

Ninguém contava os dias, porque o tempo não parava de passar e não adiantava saber que dia era. Então foi em uma noite simples que eles receberam uma visita.

Harry, como todas as noites, sonhava com o escuro, e às vezes com a voz de Draco, mas naquela noite, a voz ao longe estava se aproximando e Harry não sabia para onde se virar.

— Você ouve?

Silêncio.

Ele não sabia o que era. Quem era?

— Eu sei que sim, um homem cansado. — continuou falando. — Você não está cansado?

— Quem é?

— Posso ser seu amigo... posso te dar muitas coisas.

Ele continuou ouvindo Draco se aproximando cada vez mais.

— Não há mais nada que eu queira.

— Tem certeza disso? E seus olhos? Eu sei que você quer ser capaz de ver, eu sei que você quer ver o mundo ao seu redor, eu posso te dar isso...

Harry sentiu como se um laço tivesse sido removido, um pano escuro caiu de seu rosto e a luz apareceu, tanta luz...

Ele começou a respirar pesadamente antes de ouvir Draco novamente, Draco, ele queria ver Draco, ele queria saber como ele era, só ele, precisava daquela imagem para salvá-lo, mas tudo estava leve, tudo estava claro e não havia nada.

— Harry. — Draco chamou por ele e se virou. — Você está bem? O que ele te fez?

— Dray... — ele sussurrou. — Dray você é... muito bonito. — sussurrou enquanto chorava. — Dray... eu posso te ver, é você Dray, você é...

— É um monstro. — interrompeu a voz desconhecida que agora estava na frente deles, que agora tinha um rosto. — Ou você não contou a ele?

— Do que está falando? — Harry perguntou, segurando a mão de Draco firmemente na sua.

— Ele tem a maldição da medusa, é por isso que ele está com você, porque você é o único que ele não pode transformar em pedra. — cuspiu Eros com desgosto.

— É uma maldição. — Harry disse. — Não é culpa dele.

— Talvez não. — disse Eros. — Mas também não é sua, e eu ofereço isso a você.

Draco silenciosamente observou tudo, pálido e perdido.

— Eu lhe darei sua visão, como um presente para você. — disse Eros. — Em troca de nada além de gratidão.

Um sorriso se formou nos lábios de Harry quando ele se virou para Draco, mas tudo o que ele fez foi enxugar a pequena lágrima que escapou de seus olhos.

— Estou muito feliz por você, Harry.

Tulipanes Azules「DRARRY」Onde histórias criam vida. Descubra agora