↬ Capítulo Onze ❧

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Por dois dias Harry não saiu da cama, ele bebia a água que Draco deixava ao seu lado mas não dava uma mordida em nenhuma comida que ele trouxesse, e continuava a chorar.

Draco não sabia o que podia fazer, tentou falar com ele mas Harry não prestou atenção nele, não lhe deu a oportunidade de se desculpar.

Resolveu esperar, mal dormindo porque não ousava chegar muito perto e qualquer outro lugar era desconfortável para dormir.

No terceiro dia Harry se levantou, com marcas dos sulcos que as lágrimas haviam criado e ele juraria que nunca o tinha visto tão triste.

Draco sabia que qualquer que fosse o motivo, ele se certificaria de que isso nunca aconteceria novamente, mesmo que fosse ele, se não tivesse mais o direito de estar por perto, ele iria embora se Harry pudesse ser feliz assim.

— Peço desculpas. — foi a primeira coisa que Harry disse quando chegou na cozinha e interrompeu todo o movimento ali.

— Porque?

— Por te tratar mal.

— Sim, mas... O que eu fiz?

Uma coisa que Harry sempre fazia era descartar as coisas... no momento em que ele sabia que não fazia sentido brigar por algo, porque não iria ganhar nada, resolveu por fim contar-lhe tudo.

Draco sentiria repulsa por ele depois daquilo? Iria dizer a ele para ir embora? Iria culpá-lo também?

Ele não sabia, não fazia ideia, mas quando começou não parou.

Cada palavra disparou como se ele estivesse esperando na coleira para dizer pelo menos uma vez, para pelo menos uma pessoa, e o silêncio lhe disse que toda a atenção de Draco está nele.

Finalmente ele terminou de falar, sentiu-se agitado e trêmulo à espera de um grito, uma reprimenda, até um empurrão, alguma coisa... não soluços, ele não esperava aquilo.

Nem mesmo o abraço que veio depois.

— Nunca mais. — Draco sussurrou. — Ninguém, nunca mais... eu juro para você.

Harry sentiu a familiar sensação de ardor nos olhos e o nó na garganta, como sempre antes de chorar, mas daquela vez não, daquela vez ele retribuiu o abraço e se escondeu no pescoço de Draco, sentiu seu aroma e alguns ataques de nostalgia, ele não sabia o que estava perdendo, ele não sabia qual era o lugar em sua mente que o chamava.

❝❞

Medusa tinha duas irmãs imortais que dormiam profundamente, sem seus próprios pensamentos e controladas por ela, claro, quando sua maldição passou a Draco, também passou seus poderes.

Draco nunca havia recorrido a aquilo, mas sua mente, incapaz de se controlar, naquela tarde às despertou.

Esteno e Euríale se levantaram do chão apenas esperando receber ordens, aquela ordem era um nome, sua única tarefa era encontrar essa pessoa e matá-lo.

Então Tom Riddle acordaria morto.

E ninguém nunca se importaria.

E Harry não precisaria mais pensar nele.

❝❞

Draco dormiu abraçado a ele naquela noite e Harry estava bem com isso, apesar de estar quente não era chato, ele gostou porque de alguma forma isso o lembrava que aquele lugar era diferente, que ele estaria calmo e seguro ali.

Pelos deuses... alí Harry se sentiu tão seguro...

Às vezes ele achava que não deveria porque poderia acabar a qualquer momento, é que aquilo era confortável e bom, Harry não se lembrava de se sentir assim, completamente relaxado e confiante.

Ele gostava daquilo, muito mais do que seria aceitável.

Mas de tanto pensar ele adormeceu.

E algo estranho aconteceu.

Seu sonho sombrio tinha algo estranho. Porque no meio da escuridão, uma cor apareceu.

Harry acordou com um sorriso suave e o braço de Draco firmemente em volta de sua cintura. Ele ainda estava dormindo, não havia necessidade de acordá-lo. Ele apenas ficou parado, mas Draco se moveu levemente, fazendo-o notar como suas costas inteiras estavam pressionadas contra o peito do homem mais velho.

E não só as costas...

Harry soltou um leve gemido com isso.

Tulipanes Azules「DRARRY」Onde histórias criam vida. Descubra agora