↬ Capítulo Oito ❧

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Harry já estava dormindo quando Draco retornou, e se não estivesse não iria incomodá-lo, pois estava se sentindo deveras envergonhado.

Draco havia pulado no rio em busca de alívio para o calor que havia acumulado em seu corpo, ele se sentia pesado e cansado, entre triste e bravo, frustrado, confuso...

Draco não queria se sentir assim, já que gostava da companhia de Harry, gostava de conversar com ele e não queria que o outro fosse embora. Então disse a si mesmo que deveria se comportar, que deveria parar de dizer a Harry que gostava de seu corpo ou que queria vê-lo, ele sabia que isso deixava Harry desconfortável, podia dizer vendo como ele reagia, mas só sentia que suas mãos tinham que tocá-lo e...

Ele suspirou profundamente antes de tirar suas roupas e deitar no lado vazio da cama. Esses dias ele estava dormindo com roupas porque Harry fazia o mesmo, ele deveria se vestir então?

Draco preferia ficar nu porque os cobertores eram macios e ele estava em seu quarto, então ele deveria perguntar à Harry?

Mas ele estava dormindo, e não podia vê-lo de qualquer maneira.

Harry estava de lado, tudo que Draco podia ver eram as suas costas, a nuca que ele mal podia ver no vago luar, os fios de seu cabelo curto... seu pescoço. Seu pescoço parecia um doce agora e Draco não conseguia forçar sua mente a parar de pensar assim.

Quão ruim seria tocá-lo um pouco? Apenas com as pontas dos dedos?

Ele estendeu sua mão e escovou o cabelo negro de Harry antes de parar.

Não.

Não deveria se aproximar sem a permissão dele.

Draco entendia isso.

— Você chegou. — a voz de Harry ressoou, quase como um sussurro em meio a escuridão do quarto.

— Eu te acordei? — Draco perguntou preocupado.

— Eu não estava dormindo...

— Oh...

Harry se virou para ele, havia algo estranho em seu rosto, as cores rosadas se destacavam, como se ele estivesse com muito calor ou tivesse chorado.

— Por que você saiu?

— Eu tinha que... não incomodar você. — ele admitiu.

— Senhor, eu quero fazer uma coisa. — disse Harry de repente.

— Huh? Me diga, o que você quer fazer? — ele perguntou entusiasmado.

Você vai querer dar um passeio? Ir para a cidade? Aprender com as flores?

— Eu quero tocar seu rosto. — ele falou com a mesma voz baixa.

— Você quer?

— Eu quero saber como é...

As mãos de Harry estavam sob os cobertores, então Draco se aproximou delas e colocou uma no meio do rosto, Harry riu antes de se sentar e tocar sua bochecha com mais delicadeza, depois a outra para o outro lado e foi deliniando as sobrancelhas com os polegares, acariciou suas maçãs do rosto e seus lábios, eles eram finos, e ele pode notar o contraste com os seus, ele pode notar o contraste daquele rosto com tudo o que ele conhecia.

Ele não conseguia imaginar, nem mesmo que tentasse, mas era uma pele bonita, ao menos ao toque, ele ouviu Draco suspirar, porém este não se mexeu.

Ele era um homem estranho, concluiu novamente.

Harry voltou a se deitar, desta vez de costas.

— Você também pode. — disse ele, deixando de lado seu tratamento.

Tulipanes Azules「DRARRY」Onde histórias criam vida. Descubra agora