𝑼𝑴.

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- Arahabaki, dessa daí. Eu preciso terminar de arrumar minha mala. - O cachorro olhou pro ruivo e virou de barriga para cima se espreguiçando em cima da mala, esperando que o deem carinho. - Você é difícil né. - O homem riu fazendo carinho no cão, depois o colocando na parte sem roupa em cima de sua cama.

- Chuuya, venha tomar café e se despedir da sua irmã. - A voz vinha da escada.

- Um minuto, pai. Deixa eu colocar só colocar essas blusas na mala.

Ele não tinha culpa de estar super ocupado a semana inteira dando aulas extras para compensar os meses que ele ficaria fora e por conta disso não ter conseguido arrumar sua mala antes. Talvez ele admitiria que poderia ter arrumado ontem a noite ao invés de ter saído com Albatross e Lippman, mas em sua defesa ele precisava de roupas novas para viajar e passar tempo com seus amigos, vamos lá, ele ia passar muito tempo longe.

- Arahabaki, tome sua comida! - O golden assim que ouviu seu nome pulou da cama em um salto quase caindo por sua vez.

- Agora você desce, né! - Ele riu terminando de colocar as blusas na mala.

Isso não estaria acontecendo se seus pais não tivessem decidido, a exatamente um mês, que eles precisavam tirar férias. E outra, quando eles o comunicaram sobre isso, Chuuya nunca teria imaginado que ele também teria que ir. Mas de acordo com Paul e Arthur, ele estava trabalhando demais e precisava de férias, assim como eles.

Ele negaria até a morte que realmente precisava de férias se não fosse por seus amigos o convencendo a ir e dizendo que ele sequer estava saindo para beber com eles igual antigamente. E Chuuya tinha certeza que se ele não fosse nessa viagem, Albatross se passaria por ele só para poder embarcar naquele voo.

6 meses longe da França, 6 meses sem dar aulas de dança, 6 meses em um país que ele não conhecia, 6 meses em um país que ele sequer falava a língua. Bom, mas esse último era o de menos, Chuuya nem pensando nisso estava, bom, pelo menos não estava até começar a tentar conversar com qualquer pessoa daquele país.

Mas o fato mesmo é que ele se deixou ser convencido por seus pais, sua irmã e seu melhor amigo, o mesmo que não parava de mandar mensagens pedindo-o para tirar fotos dos "brasileiros gatos e gostosos" que, de acordo com Albatross, tem no Brasil.

- Finalmente você desceu, Chuuya! Vim me despedir de vocês achando que já estaria todo mundo pronto para ir, mas pelo jeito... - A ruiva o olhou de cima a baixo e segurou uma risada.

- Viajar de pijama agora é a nova moda, Ane-san. Você deveria saber já que é modelo. - Ele pegou uma torrada e um café na mesa e se sentou no sofá com o resto da família. Na TV passava um reality show, que particularmente Chuuya não se interessava muito, e que provavelmente estava lá somente por conta de sua irmã.

- Oh, acho que realmente deveria me atualizar mais sobre a moda de usar pijamas com estampas de panda para viajar então.

- Sim, inclusive deveria propor um ensaio de fotos com esses figurinos para seu agente, bombaria com toda certeza.

- Com certeza irei, Chuu! - A mais velha riu e levantou do sofá olhando para os lados, provavelmente procurando onde colocou sua bolsa. - Bom, eu realmente vim aqui somente para se despedir de vocês e desejar uma boa viagem. - Ela deu um abraço nos três antes de pegar sua bolsa no cabideiro em frente a porta. - Ah, não se esqueçam de me enviar muitas fotos de lá.

O ruivo se levantou indo até a cozinha deixar sua louça na lava louça.

- Eu também tenho que terminar de arrumar a minha mala, então se me derem licença. - O ruivo sorriu e correu para o quarto.

Seus pais se entreolharam enquanto ainda bebericavam seus cafés.

- Foi uma ótima ideia ter dito que o voo sairia antes do que o que ele realmente sai, nós estaríamos atrasados se não fosse por isso.

- Você acha que ele vai se divertir e curtir as férias, Paul?

- Claro. Talvez ele só esteja um pouco nervoso agora pois são 6 meses em um país que ele sequer fala o idioma, amor.

- Eu espero que seja isso...

《•》

- Chuuyaaaa~ vamos lá, prometa para mim que vai mandar foto dos brasileiros bonitos que você ver lá.

- Eu gostaria de fotos das paisagens e pontos turísticos!

- Pode deixar que eu mando foto das paisagens, Piano man!

- E o "eu mando foto dos brasileiros bonitões para você também, Albatross!" você gosta mais dele do que de mim? - O loiro fez uma voz de choro, obviamente tentando fazer algum drama, o que o ruivo só ignorou.

- Porque vocês estão falando de fotos, quando a gente tem que avisar para o Chuuya o pior perigo de se ir para o Brasil?

- Ah sim, isso é verdade! Chuuya, tome cuidado com a criminalidad-

- Cala a boca, Doc! Não é isso.

- Ué, então o que seria?

- Obviamente o fato de que o Chuuya não pode se apaixonar por nenhum brasileiro.

O ruivo começou a rir naquele momento, assustando os amigos, que foram pegos de surpresa pelo ato repentino.

- Pode deixar que a última coisa que eu pretendo fazer no Brasil é me apaixonar por um brasileiro.

- Isso é bom, Chuuya. Eu já ouvi falar que eles te prendem lá e você nunca mais volta para cá.

- Pode ter certeza que eu nunca vou me apaixonar por um brasileiro e muito menos deixar ele me prender no Brasil.

- Afirme isso só quando você voltar, meu caro. Isso se você voltar ne. - Pela primeira vez Ice man se pronunciou na chamada em grupo.

- Credo gente, virem essa boca para lá. Eu não quero me apaixonar agora, não depois do meu último relacionamento.

- Vamos ver então.

- Vão procurar o que fazer seus bando de desocupados, que eu vou terminar de arrumar minha mala. - Foi possível ouvir em uníssono a voz de seus amigos desejando uma boa viagem antes dele desligar a chamada em grupo.

Chuuya às vezes se perguntava em que momento da sua vida ele começou a ser amigo desses loucos, pois foi algo tão repentino como se piano man e o resto do grupo o tivesse adotado e concordado que ele era um membro fiel a partir daquele momento. Não que ele tivesse reclamando, não de jeito nenhum, ele nunca trocaria a amizade daqueles 5 por nada nesse mundo, eles tinham vivido tanta coisa juntos desde que se conheceram.

《•》


Eles tinham pegado um voo para o Brasil que durava mais ou menos 17 horas e tinham 3 escalas, isso por conta de seu pai Rimbaud, que tinha muitos enjoos durante os voos que faziam. De acordo com o televisor à sua frente faltavam 7 horas para a chegada no Rio de Janeiro, mas ainda tinham uma escala antes em São Paulo, que durava, mais ou menos, 1 hora.

Seus pais estavam nos assentos atrás dele. Quando Chuuya foi ao banheiro, o que deve ter sido a uns 15 minutos atrás, seu pai Paul estava assistindo um documentário e Rimbaud estava dormindo.

 Quando Chuuya foi ao banheiro, o que deve ter sido a uns 15 minutos atrás, seu pai Paul estava assistindo um documentário e Rimbaud estava dormindo

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