Arrumei a confusão que havia feito e passei uma boa parte do dia escavando o buraco do corredor. Acabei parando pois estava cansada e dolorida da queda de há umas horas então apenas fui deitar meu corpo no colchão.
Ouço a porta abrir e finjo estar dormindo.
- Eu sei que você não está dormindo. - Abro meus olhos vagarosamente percebendo que não adiantou de nada. Vejo que ele segurava outra bandeja com comida e meu estômago roncou. Me levanto lentamente pois ainda estava durida e me encostei na parede.
- Eu estou com fome.
- Me diga seu nome.
- Porque você se importa?
- Eu normalmente não me importo. Acabo por descobrir no jornal. Eles sempre imprimem uma foto grande e bonita com todos os detalhes que eu poderia imaginar. Todas as coisas sobre as quais vocês mentem.
- O que é diferente dessa vez?- Pergunto.
- É complicado. Tudo está diferente. Nada está certo.
- Você poderia me deixar ir.
- Estou pensando sobre isso.
- Prometo que não vou contar a ninguém. - Falo com um pouco de esperança de esse idiota me soltar. - Você pode me vender, ou me deixar na rua que eu vou andando para casa.
- Bem, me diga o seu nome.
- Martha. Martha Diaz. - Assim que eu respondo ele dá um passo à frente deixando cair a bandeja com comida e logo em seguida atirando um jornal em minha direção. Eu pego o mesmo e abro vendo minha foto e meu nome.
Merda.
Eu sei que não deveria ter mentido, mas minha mente não raciocinou. Eu já deveria ter imaginado que ele teria lido o jornal. Como eu sou idiota porra!
- Eu estava começando a gostar de você, Kimberly. - Ele fala dando ênfase no meu nome. - Eu quase deixei você ir. - Ele fala e fecha a porta. Ou simplesmente fingiu que fechou. Me levanto e me aproximo da porta vendo que estava certa. A porta estava destrancada. Quando ia abrir ela, ouço o telefone tocar.
Corro até ele e o atendo.
- Alô? - Falo mas ninguém fala. - Bruce? Billy, entregador de jornais? - Eu pergunto mas desligam a chamada.
Acabo desistindo e vou em direção à comida. Ela estava espalhada pelo chão, mas eu estava esfomeada. E quando você tem fome nada importa. Começo a recolher a comida do chão a colocando no prato de novo e levo ele para a cama me sentando e comendo.
Adormeço por uns momentos, minha cabeça estava cansada, mas acabo acordando com um barulho estranho. Parecia uma torneira pingando, era um som irritante.
- Mas que porra de som é esse? - Levanto meu corpo rapidamente o que foi uma péssima ideia pois minha cabeça começou a girar e não vi mais nada além da cor preta. Coloco minha mão na cabeça e tento abrir e fechar os olhos na esperança de minha visão voltar ao normal. Aos poucos começo a enxergar melhor e olho em volta, pois o maldito barulho ainda continuava presente no cômodo. Aperto meus olhos para tentar ver melhor no escuro e me assusto quando vejo um corpo flutuando.
Mas que porra?
Ele tava pingando sangue pois sua garganta estava degolada. Vejo seu braço começar a flutuar e apontar em direção ao telefone. Não entendi porque dessa vez não tocou mas apenas vou em direção ao mesmo.
- Alô? - Falo depois de pegar o mesmo e colocar no meu ouvido. Não ouço ninguém nem nada. Ao nada, estou me referindo ao barulho do sangue pingando. Já não escutava o barulho então me virei e o corpo tinha sumido. - Oi? Está alguém aí?
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Born to Die | Robin Arellano
DragosteUma garota se muda para Denver e acaba conhecendo Robin e os irmãos Blake. Kimberly Stones é uma garota tímida, inteligente e medrosa, mas acaba sendo sequestrada por um assassino sádico e psicopata e é colocada em um porão à prova de som. Quando u...