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Largo o telefone e vou em direção ao corredor. Me abaixo e procuro o azulejo partido. Parto um pedaço retirando logo em seguida. Havia terra. Bruce tinha razão. Eu falei mesmo com ele.

Retiro mais alguns azulejos e começo a escavar. Posso dizer que fiquei escavando por umas 2 horas. Toda a terra que retirava do buraco deitava na privada dando descarga. Consegui escavar uma boa parte mas não o suficiente para conseguir chegar do outro lado. Pego em um dos tapetes que tinha no banheiro e cubro o buraco no corredor logo me deitando na cama e dormindo.

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Acordei já no dia seguinte sem saber quanto tempo dormi ou a que horas me deitei, mas sei que o céu já estava claro quando abri os olhos. Me levantei e fiquei rondando o telefone. Ele tava quebrado e Brice estava morto supostamente. Como que eu falei com ele?

Fiquei me questionando sobre isso, mas sai dos meus pensamentos quando ouvi a porta abrir, fazendo com que eu me afastasse o mais rápido possível da mesma. Vejo o sequestrador entrar com uma bandeja que em cima tinha uma garrafa provavelmente de refrigerante, e um prato com comida que não consegui identificar do que era.

- Fiz um café da manhã para você.

- O que colocou aí dentro? - Falo séria mas morrendo de medo por dentro.

- Sal e pimenta. - Ele fala e solta uma risada colocando a bandeja no chão. - Coma, não coma. - Ele fala e me encara. - Você já está aqui em baixo, para que preciso de drogar você? - Ele fala e sai.

Me aproximo da porta e percebo que ele deixou ela..destrancada? Fiquei feliz por esse otário deixar a porta aberta, então a abri na esperança de poder sair, mas ouvi o telefone tocar.

Me assusto e encosto a porta sem que ela se feche indo até o mesmo.

- Alô?

- Não suba as escadas. - Como assim? Eu to tendo uma oportunidade de fugir.

- Porque não?

- É uma armadilha.

- Você é o Bruce?

- Quem é Bruce?

- Eu estava falando com o Bruce.

- Eu não conheço nenhum Bruce.

- Ele é jogador de beisebol.

- Nós não jogamos beisebol aqui.

- Quem é você?

- Eu não me lembro.

- Você joga bola? Futebol?

- Eu entregava jornais.

- Billy. Você é o Billy Showwalter.

- Talvez.

- Não! Você é o Billy. - Falo com certeza na voz.

- Não saia. Não vá lá para cima.

- O que ele está fazendo?

- Ele está esperando do outro lado com a porra de um cinto. Ele não disse que você podia ir embora. Então se você tentar, ele vai te punir. Ele vai bater em você com esse cinto até você desmaiar. E isso dói. Dói muito. Você vai chorar. Você vai implorar para ele parar. Todos nós imploramos. Mas ele vai continuar batendo em você. - Ele termina e desliga.

- Alô?  - Coloco o telefone no lugar e sinto uma vontade de chorar por saber que todos eles passaram por isso.

Vou até à porta e fecho ela. Não vou arriscar nem a pau subir essas escadas. Então apenas pego a bandeja levando ela para a cama me sentando e começando a comer. Tinha um refrigerante e um prato com ovos mexidos. Não era tão ruim, eu estava esfomeada então comi tudo. Não ficou uma mísera migalha.

Born to Die | Robin ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora