Capítulo 45

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@psg:
entraînement à l'animation pour le match de vendredi, avec les partants !

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Júnior narrando...

Fiquei surpreso ao ver a Lilian. De alguma forma, ela parecia mais linda que o normal. Me perdi nos pensamentos olhando pra ela, até que fui interrompido por um "boa noite". Respondi na hora, convidei ela pra entrar e fomos direto pra sala.

— Eu fiz um jantar especialmente pra hoje — falei, tentando animar o clima, esfregando as mãos uma na outra.

— Legal, mas eu não vim jantar. Você me pediu pra conversar e eu tô aqui pra isso — ela respondeu séria, me olhando firme.

— A gente pode fazer os dois. Eu pedi comida do restaurante que você gosta... Por favor, Lilian — falei, tentando convencer, meio triste.

— Tá, Júnior — ela disse, sentando na mesa de jantar.

Começamos a comer, mas o clima tava tenso. Tudo que eu tinha ensaiado pra falar sumiu da cabeça. Sinceramente, eu nem sabia por onde começar.

— Enfim, Júnior... você já meio que sabe como isso vai funcionar — ela disse, limpando a boca com o guardanapo. — Quando a Maria nascer, ela vai ficar mais comigo, afinal, precisa mais da mãe. Mas você pode visitar ela quando quiser.

Ela falou isso e eu engasguei na hora.

— Oi? Como assim, Lilian? Então é isso? A gente vai mesmo terminar?

— Como assim? — ela sorriu, debochando. — Claro que é isso, Júnior. A gente já terminou. Você me desrespeitou, foi ridículo, escroto. Não pensou em mim em nenhum momento. Queria que eu viesse aqui, te desculpasse e tudo voltasse ao normal? Ah, me poupa — disse, se levantando.

— Onde você vai, Lilian? — perguntei, segurando a mão dela.

Ela soltou na mesma hora.

— Pra casa. Não tô afim de me estressar com você hoje. O nosso assunto agora é a Maria Júlia, que por sinal só nasce daqui a um mês. Então não precisa se preocupar agora. Temos um tempinho pela frente.

— Não faz isso com a gente, Lilian — falei, olhando nos olhos dela e segurando sua mão de novo.

— Você que fez, Júnior. Não fui eu — ela disse, e eu vi os olhos dela se encherem de lágrima.

— Me desculpa, Lilian. Me desculpa. Eu sei que errei... mas me perdoa — pedi, passando a mão no rosto dela.

— Eu desculpo. Não vou guardar rancor. A gente tem uma coisinha que não permite — ela falou, passando a mão na barriga, e eu fiz o mesmo.

Eu abracei a Lilian e ela encostou a cabeça no meu ombro. Queria segurar ela naquele abraço pra sempre, mas sabia que não dava. Senti as lágrimas caírem dos meus olhos, e enxuguei enquanto ainda a segurava. Logo em seguida, ela se afastou.

— Eu preciso ir, Júnior — ela disse, se virando pra ir embora.

Lilian narrando...

Saí da casa do Júnior e entrei no carro logo em seguida.

whatsapp on*

@pochettinolilian: amiga, tá ocupada?
@bellesilva: oi amiga, não. Aconteceu algo?
@pochettinolilian: preciso conversar. Tô perto, pensei em passar aí.
@bellesilva: tá esperando o quê?
@pochettinolilian: KKKKKK TÔ INDO, TE AMO!
@bellesilva: I love uuuuu kkk ❤️

whatsapp off*

Dirigi até a casa da Belle. Assim que cheguei, ela abriu a porta me recebendo com um abraço. Entrei e dei um beijinho na testa dos meninos, que jogavam videogame na sala.

— Cadê o Thiago, amiga?

— Capotou de sono — ela respondeu rindo. — Dia de semana ele não rende muito.

— No horário que ele acorda, eu também não renderia — falei rindo, indo com ela pro jardim de inverno.

— E aí, hein? Me conta tudo. Não me esconde nada! — ela disse, me fazendo rir. Contei tudo que aconteceu lá na casa do Júnior, e ela escutava com atenção.

— Sinceramente? — ela perguntou. Eu afirmei com a cabeça. — Acho que você foi muito dura, amiga. Não que o que o Júnior fez tenha sido certo, óbvio que não. Mas ele admitiu o erro, tá tentando resolver a situação, se redimir... e você nem tentou.

— Então eu tô errada? É isso que você acha? Ok — falei irritada.

— Calma, Lilian! Tá vendo? É exatamente isso, o seu jeito. Você mesma pediu minha opinião e agora tá aí, toda grossa.

— Ah Isabelle, que se foda. É o meu jeito — respondi na defensiva.

— Amiga, calma... tá tudo bem? — Belle perguntou preocupada. E eu me desabei em lágrimas.

— Não, amiga... não tá tudo bem — falei soluçando. Ela me abraçou e alisou minha cabeça.

— Do meu ponto de vista, e com minha experiência dupla na área, amiga... isso é reta final.

— Reta final? Então eu e o Júnior não temos mais volta, né? Eu sabia... era pra eu ter conversado com ele... Eu só preciso de um tempo distante pra pensar.

— Não, amiga. O Júnior te ama. Eu tô falando da reta final da gravidez. Você tá agoniada com tudo acontecendo ao mesmo tempo, os hormônios estão a flor da pele... é normal.

— Belle, eu amo o Júnior, mas eu tô muito magoada, amiga. Eu só queria que ele me respeitasse. Tô ficando maluca? — perguntei, choramingando.

— Ele também te ama, maluquinha. E claro que você não tá maluca! Respeito é a base de qualquer relação. Tira um tempo pra organizar as ideias, deixar o Júnior também refletir, e quando você se sentir bem... conversa com ele.

— É, né? Vou fazer isso. Ai, amiga... é como se você tivesse tirado um peso das minhas costas.

— Para, Lilian! Você sabe que pode contar comigo pra tudo — ela falou me abraçando, enquanto eu enxugava as lágrimas.

Ficamos conversando mais um pouco e depois fui embora. Já tava tarde e amanhã eu tinha que ir pro CT.

Continua...

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