CAPÍTULO 9

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POR JAVIER...

_ Fernandes? - Chamo por meu chefe de segurança do outro lado da linha enquanto observo meu garoto sentando terminando de comer a alguns metros de distância.

_ Sim chefe ? - Ouço sua  voz ser abafa pelo barulho caótico do trânsito daquela maldita cidade, ele estava próximo.

_ Alguma movimentação estranha ? - Questiono com seriedade, ouço um silêncio breve porém logo  uma tosse misturada ao 'não'  surge. - Quer dizer.. - Ele continua.

_ Continue ! - Mando suspirando e presentinho o surgimento de problemas.

_ Um jornalista Sr.j ! - Afasto o telefone para conferir se eu tinha escutado direito.

_ Jornalista ? - Repito só para confirmar, ouço um pigarro.

_ Segunda mesa a direita no fundo da cafeteira, blusa branca, calça jeans preta e sobretudo marrom. - Ando até a entrada do corredor que leva aos banheiros esticando o pescoço só para ver uma bela jove, era um homem, vinte.... vinte um anos, pele negra como porcelana com longos cabelos cacheados presos em um rabo de cavalo, reparo que ele mordia a ponta de uma caneta e observava atentamente Hector que comia totalmente distraído. 

_ Quer que eu ..

Encerro a chamada guardando meu telefone no bolso e saindo de volta ao salão caminhando calmamente entre as mesas até finalmente encontrar os olhos  escuros  do meu garoto.

_ Achei que tinha descido pelo vaso. - Brinca mordendo torrada e sujando os cantos dos lábios com geleia de framboesa. - Nego achando aquela cena fofa, confesso que não estava sendo nada fácil lidar com Hector e com sua ideia mirabolante de punição me arrastando por toda Nova York, se ele pudesse pelo menos entender que eu também não sabia de tudo, que fui proibido estritamente por seu pai biológico a qual ele não sabe da existência de contar a verdade.

_ Aproveitei a ida ao banheiro para fazer uma ligação. - Digo e me estico sobre a mesa para passar meu polegar sobre seus lábios tirando o excesso de geleia e os lambendo involuntariamente.

_  Isso foi tão gay. - Diz sorrindo passando os dedos entre abertos por seus lábios úmidos.

Gay, eu nunca separei um tempo para pensar sobre isso, sobre esse affair que existia entre eu e ele que surgiu logo depois que precisei confinar o garoto em um quarto da minha mansão para  apagar qualquer rastro de sua passagem por Los Angeles, comprei o silêncio de pessoas, mandei apagar outras, não foi fácil  mas completei a missão e pude  libera-lo, como fazia praticamente  três dias que Hector está comigo ou trancado em um quarto na minha casa, depois do nosso primeiro contato onde o assustei ao  mostrar seu ex namorado sendo cruelmente espancando por meus homens, resolvi que  deveria recompensar o fedelho, admito que comecei de uma forma errada e para que o plano corresse bem, no mínimo eu precisava da amizade e confiança dele, mal sabia que teria muita mais que isso.

Mas o garoto parecia um touro bravo de tão genioso, me desafiando ao criar um plano para me seduzir, me desobedecendo e fugindo de mim, Hector era um rapaz bonito, eu tinha que admitir e foi o primeiro homem por quem senti atração ou algum tipo de desejo, até hoje é confuso para mim  tentar entender  tais pensamentos que passam por minha cabeça, e o que acontece comigo quando estou com ele,  porém era pior a alguns dias atrás quando existia tanta coisa a se pensar ao  mesmo tempo que o garoto se insinuava, me provocava, se tornou uma tarefa quase impossível ficar perto e não querer toca-lo, querer beija-lo ou tê-lo entre meus braços, é torturante me controlar para não ir rápido de mais e acabar o assustando,  eu ainda precisava me policiar, controlar o jeito que ele tinha de me deixar maluco e com vontade de esganar aquele pescocinho e ao mesmo tempo, arrancar suas roupas e fude-lo até a exaustão.

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