Capitulo I: A casa de escravos

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Alexander


Velociraptors veganos, vacas carmim sanguinárias, uma civilização em destroços, o mundo está em pedaços. Esse mundo que até parece ficção é real. Minha realidade. Os extensos terrenos vazios onde a natureza se mistura com as carcaças do velho mundo, criaturas perigosas e fantásticas por todo o lado, enquanto os humanos...

Esses, infelizmente, se foram a muitos anos...

Tudo começou em 2025, a sociedade estava se recuperando de um mau súbito que havia assolado o mundo por anos. Lendas contam que este mal varreu cidades e lotou cemitérios ao redor do globo. Pouco se sabe o que houve, mas o que tenho certeza foi um estranho avanço em máquinas que pensavam por si mesmo. Sabe-se também que todas as áreas humanas sofreram alguma "mutação", queda de economia, avanços na tecnologia, criação de mais vacinas e após tudo isso ainda é relatado que houve uma guerra. Muito maior do que as lendárias duas guerras mundiais que causou catástrofes tão colossais ao ponto de que por semanas o céu permaneceu escuro. Cidades colossais foram completamente varridas ao ponto que hoje os únicos relatos sobre elas eram as histórias e mídias encontradas em outras cidades.

Só que estranhamente não foi isso que realmente acabou com o tão longo e glorioso império humano, o que os destruiu é um segredo que morreu com antigos.

E como eu sei de tudo isso?! Simples, eu sou conhecido como "entusiasta pelo antigo conhecimento", ou seja, estou sempre pesquisando e estudando sobre essa velha sociedade.

Atualmente nós estamos na centésima nona estação do quinto período lunar desde que vocês se foram, ou seja, muito tempo depois que vocês morreram.

Agora que já dei aquele contexto bonito hora de falar de mim, eu sou Alexander Gran Culler. Estou documentando minha história para o futuro enquanto converso com o passado. É um casamento perfeito entre o passado, presente e futuro.

Sou um dos poucos humanos deste mundo, os meus pais vieram de seu povo primitivo. De acordo com meu falecido pai o que nos difere dos antigos são alguns ossos e músculos que são meio "inúteis" como um resquício de osso pra cauda que os humanos tinham, que nós não temos, um ossinho do dedo mindinho sem uma utilidade real e outras coisinhas pequenas que já não tinham mais utilidade, nada muito visível. Minha, falecida e muito amada, mãe teorizava que poderíamos ter algumas diferenças na potência do olfato, audição, sensibilidade a cores, mas nada comprovado e nada fisicamente gritante.

Eu acabei de completar minha septuagésimo segunda estação de vida. E já estou há mais de vinte estações rodando pelo mundo quase sozinho em busca de um novo lar. "Éden", minhas fontes dizem que lá é o lugar ideal para um garoto normal como eu. Ouvi lendas que contam que é o "novo" mundo um lugar prospero, sem os perigos do mundo apocalíptico como os grandes carnívoros, as novas tribos selvagens, o frio, a chuva e calor extremo. De acordo com uma fonte confiável, o Éden abriga muitos humanos e esses humanos vivem de forma considerada "antiga", a boa e velha civilização antiga.

Sem caça, sem assaltos coordenados, sem mortes, sem se preocupar se uma vaca vai te devorar, isso é a minha definição de paraíso. E é por isso que eu devo fazer o possível e o impossível para chegar ao Éden, só assim eu vou poder ter uma vida de paz de verdade viver como um simples garoto do campo, meu maior sonho. Já consigo imaginar vivendo e envelhecendo trabalhando no campo. Já passei tantas noites suspirando com a possibilidade de tornar esse sonho real.

Continuo minha difícil jornada pelos Campos Secos-Quebradiços, um deserto gigante que fica em algum lugar perto do da antiga divisa do Equador. Um imenso deserto cheio de velhas construções submersas na areia, pequenos vilarejos formados por tendas espalhadas aqui e ali, meu objetivo hoje chegar até Krurryabasth o centro dessas terras, o local onde se reúne o maior número de comerciantes e ladrões de todas as terras.
Mesmo sendo um deserto, Krurryabasth é uma terra rica em minérios graças aos vermes gigantes que vivem cavando tocas e mais tocas por toda a extensão do deserto, e toda essa riqueza atrai muitos olhares, muitas pessoas são de terras longínquas e estrangeiras e é isso que eu busco. Pessoas de muitos lugares diferentes que podem ter informações úteis sobre o Éden.

Em busca do ÉdenOnde histórias criam vida. Descubra agora