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LARA

No fundo sabia que a ideia de ter aceitado aquele convite era errado, e que poderia me arrepender mais cedo ou mais tarde, só não sabia que seria tão rápido. Revirei o meu guarda roupa e as poucas roupas que tinha pra sair, sempre fui tão focada nos estudos que essa parte de viver em balada e festas não era comigo. Vesti um shorts preto de malha, coloquei um body com um decote que realçava meus seios e coloquei uma anabela que seria mais confortável, talvez estaria ao nível das pessoas que estariam naquela festa.

Chamei um uber até a casa, ops mansão onde os Ferrari 's moravam. Senti o meu coração acelerar quando saí do uber e digitei uma mensagem para Lara "cheguei". Abri a conversa com Felipe e sem sinal dele, nenhuma mensagem depois daquela que ele enviou mais cedo.

Anajú: Larinha! — a voz estridente da irmã do Felipe surgiu pelo enorme portão do condomínio fechado e abri um sorriso ao vê-la.

A garota sabia se vestir, estava vestindo um conjunto de alfaiataria rosa pink com um salto transparente incrível, a maquiagem impecável e o sorriso branco natural veio na minha direção me cumprimentando com um beijo no rosto.

Lara: Uau, você está linda.

Anajú: Ah que isso, você está divina. — abriu um sorriso — Vem, já tem algumas pessoas que estudaram comigo bom que você se enturma.

Lara: É... — suspirei baixinho pra ela não ouvir enquanto caminhávamos pelo longo jardim que dava acesso a uma porta maior do que o meu tamanho — O Felipe está? Fiquei de entregar um relatório que ele me pediu e...

Anajú: Está sim na sala do meu pai. — me olhou rapidamente — Mostro onde é. — sorriu pra mim e retribui.

A mansão onde eles moram é incrível, a sala de estar estava cheia de universitários e bebidas para todos os lados, imaginei a cena do senhor Alberto vendo tudo isso do jeito que ele é super sério. Acompanhei Anajú até uma sala que ficava em um corredor que era bem mais reservado, ela parou em frente a porta e me olhou.

Anajú: Divirtam-se, se precisar estarei na sala. — afirmei com a cabeça.

Senti minhas mãos soarem, já mencionei que não me dou bem com esse sentimento? Toquei na maçaneta e girei a mesma, quando a porta abriu foi uma cena que eu não esperava, uma cena que não sairia da minha cabeça nunca mais. Felipe estava sentado em uma poltrona enquanto uma loira estava em seu colo, era o encaixe perfeito, uma mão dele estava em sua cintura segurando com força enquanto a outra apertava a poltrona, ele se esquivou de um beijo e seu olhar foi em direção ao meu. Engoli seco e tive medo dele ter conseguido ouvir o barulho, a minha boca secou e meu coração estava disparado. A minha primeira reação foi sair correndo dali, passei pela sala de estar e pude ouvir Ana me chamando bem longe, como se fosse um zumbido em meu ouvido, mas não consegui parar e nem olhar para trás. Os seguranças liberaram a minha saída e pude respirar aliviada quando estava fora daquele condomínio fechado.

Abri o aplicativo do uber rapidamente, respirei aliviada quando um motorista aceitou a corrida e chegou em um minuto, aliás bairro bom é assim mesmo. É como se ele soubesse que eu não estava bem, não puxou conversa comigo e agradeci mentalmente, não queria ter contado a minha história triste da menina de 20 anos que se apaixonou pelo seu chefe gostoso, safado e que não vale um real e que desde o início sabia que não daria certo mas insisti no erro porque sou uma idiota.

Quando ele parou em frente a pensão, senti um aperto outra vez, não queria estar ali, queria uma casa, a minha casa e aquilo ali não era. Agradeci a corrida desci do carro, entrei na pensão fui direto para o meu quarto. Tranquei a porta e agachei atrás da mesma, abracei minhas pernas e deixei um soluço escapar, tampei a minha boca e fechei os meus olhos.

REFÉM | LIVRO 3 DA SÉRIE: EU DEPOIS DE VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora