REFÉM | LIVRO 3 DA SÉRIE: EU DEPOIS DE VOCÊ

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Você mexe comigo, balança meus
sentimentos, mais eu não sei se isso
é bom. Pois tantas coisas mudaram
daquele tempo pra cá, tenho medo
do que possa acontecer daqui pra frente.

Escrito por | Sarah Castello

FELIPE

Senti o perfume assim que ela entrou no carro, tão segura de si. Tenho quase certeza de que é algum body splash da Victoria Secret 's, Analú usa tanto que até conheço o cheiro. Aumentei pouca coisa a música que estava tocando na minha playlist e era Refém da banda 3030, um tipo de som que eu curtia muito quando estava sozinho e assim que ela ouviu me olhou chocada.

Felipe: O que foi? — perguntei segurando o riso.

— Você gosta de 3030? Fala sério, nunca na vida pensei que um marombeiro curtia esse som. — ela falou espontânea com uma risadinha bem moleca, aliás o seu sorriso é lindo pra caralho e o som da sua risada eram músicas para os meus ouvidos.

Felipe: Gosto não pô! Eu amo. — aumentei fazendo-a gargalhar ainda mais — Ah para, vai me dizer que você não gosta nenhum pouco?

— Eu amo, essa música com a Luana ficou tão incrível. — ela suspirou encostando a cabeça no banco, desviou o olhar pra rua e voltou a me olhar — Pode pegar a avenida direto, quando for pra virar te aviso tá?

Felipe: Coloca aqui. — peguei o meu celular que estava no meu colo, levei o mesmo para frente parando em direção ao meu rosto desbloqueando a tela e entreguei pra ela.

Seus dedos encostaram nos meus e ela desviou o olhar rapidamente, abriu o wise e pude ouvir o barulhinho do teclado no som enquanto ela digitava o endereço da sua casa e me entregou o celular.

Fomos cantando e ouvindo toda playlist do 3030 que ela fez questão de colocar, confesso que não queria terminar a noite ali já que fazia tanto tempo que eu não me sentia assim, uma pessoa normal, sem muitas preocupações, ela fez o que ninguém nunca conseguiu a não ser quando fumo maconha.

Parei o carro em frente a um sobrado, e tinha uma pequena placa com o nome "Pensão da Jo, só para mulheres", quando desviei o olhar ela estava com os olhos presos nos meus e senti um leve desconforto.

— Muito obrigada pela carona. — ela olhou a hora no relógio em seu pulso — Você não tem noção de como me salvou hoje- em todos os sentidos ainda. — ela afirmou com a cabeça sorrindo.

Felipe: Sério?

— Sim. — balançou a cabeça afirmando outra vez e desviou o olhar para as bolsas — Se eu chegasse 10 minutos a mais iria dormir na rua, com toda certeza do mundo. — ela riu baixinho e voltou a me olhar.

Felipe: Depende do que você considera dormir na rua, mas.. — fiz uma pausa e pude ouvir ela suspirar — Sozinha, garanto que não. — umedeci os lábios e mordi o mesmo por fim, ela me olhava fixa e de fato não fazia muito esforço para ficar sexy.

Uma mecha do seu rabo de cavalo havia escapado e ela colocou atrás da orelha na mesma hora e engoliu seco, foi possível ouvir.

— Obrigada pela carona. — voltou a me olhar e afirmou com a cabeça abrindo um sorriso — Tenha uma ótima noite e se divirta ao som de 3030.

Sua voz soou divertida me fazendo rir e encostei a cabeça no banco do carro, ela fechou a porta e a seguir com os olhos enquanto caminhava até a entrada no sobrado, ela abriu o portão e entrou, fechou o mesmo e abaixei o vidro. Ela me deu um tchauzinho com a mão com aquele sorriso lindo no rosto.

Felipe: Tchau, linda!

— Tchau marombeiro que escuta 3030! — falou como se estivesse sussurrando mas o suficiente pra mim ouvir e ri baixo balançando a cabeça. Ela entrou e saí de lá sem fazer barulho para não trazer problemas, não faço ideia de como é morar em uma pensão, mas pelo olhar dela estava preocupada em passar do horário.

Cheguei em casa fui direto para o banho, amanhã cedo teria reunião na academia e precisava descansar a noite toda. Saí com a toalha enrolada na cintura e me sequei, coloquei uma samba canção da calvin e desci para comer alguma coisa, e para a minha surpresa meu pai estava lá encostado na bancada com um copo de whisky na mão e o celular na outra, ele desviou o olhar rápido pra mim e voltou a olhar o celular.

Alberto: Achei que fosse para a noitada hoje. — ele bebericou o seu drink mas manteve os olhos no celular.

Felipe: Marquei uma reunião amanhã cedo na academia. — abri a geladeira pegando o ovo e fui para frente do fogão, quebrei e joguei na frigideira.

Alberto: Filho, filho! — ele suspirou, sabia que falaria alguma merda, pois é, é meu pai mas o conheço bem até demais- Você é tratado como um verdadeiro príncipe e tem todas as mamatas que um príncipe tem, porque não usa ao seu favor?

Felipe: Já não faço isso? — falei com um sorriso irônico no rosto enquanto mexia o meu ovo.

Alberto: Você entendeu muito bem. — vi de relance quando ele guardou o celular no bolso e os seus olhos estavam fixos nos meus e assenti com a cabeça — Você é mais Agostini do que um Ferrari.

Felipe: Quero focar e colocar tudo o que eu aprendi na Academia. — coloquei os ovos mexidos em um prato e devolvi a frigideira para o fogão me virando para o meu pai em seguida — Academia que você montou, que você investiu ou seja, uso ao meu favor. — forcei um sorriso e ele riu negando com a cabeça.

Alberto: Na hora certa chegará o momento de conversamos como dois homens adultos — O tom de ironia em sua voz me fez respirar fundo.

. . .

Olá minhas leitoras, finalmente tivemos o encontro da Lara e Felipe, ansiosas para saber oque vai rolar nos próximos capítulos?

Me contem o que estão achando desse capítulo? 🤔💜