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A graciosidade de uma mulher não está em
como ela se comporta ou se veste, mas em
sua força interior.

Escritor por | karyne Santiago

Escritor por | karyne Santiago

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LARA

Mesmo estando com raiva com Felipe por ele ter sido um babaca, não iria conseguir resistir ao seu cheiro e ao seu toque, por isso precisava mantê-lo bem longe de mim. Guardei o meu celular na cintura, coloquei a mochila nas costas e segui para o ponto, sempre fui desencanada com tudo mas ultimamente esse bairro anda perigoso, e esse horário não está sendo mais tão bom assim. Cheguei no ponto onde havia um homem sentado mexendo no celular, quando parei o mesmo levantou a cabeça e seus olhos percorreu pelo meu corpo e engoli seco. Passou o primeiro ônibus que não era meu e respirei fundo, nunca fui fã de esperar ainda mais anoite.

Estava atenta a todo momento, e quando um homem atravessou a rua em direção ao ponto senti o meu coração bater mais forte, estava de moletom porém ainda com o shorts de malhar que batia na minha coxa, mas para homens desse tipo não importa o tipo de roupa que estamos vestindo.

— Achou o ponto perfeito em. — o que havia acabado de chegar falou para o outro homem que já estava no ponto e senti meu estomago embrulhar.

Dei um passo para trás e olhei para os dois lados da rua, vazio. E os segundos pareciam horas, no aplicativo falava que o ônibus deveria ter passado dois minutos.

— Calma princesa, está com pressa? — o que estava sentado levantou e o outro deu um passo na minha direção, dei alguns passos para trás encostando no painel de divulgação que havia no ponto — Não te falaram que é um perigo sair com essa roupinha na rua?

Travei, o meu corpo travou, a minha boca, os meus olhos, tudo... Sabe aqueles pesadelos que você quer acordar e não consegue? Era basicamente isso que eu estava sentindo naquele momento. A sua mão grande e gelada tocou o meu rosto e tirei de perto de mim rapidamente.

Lara: Não encosta em mim. — tentei dar mais um passo mas foi em vão.

— Ela é brava! — ele riu e olhou para o outro amigo dele, quando ele iria voltar a me olhar dei um chute no seu pau e corri sem olhar para trás mas ele foi mais rápido — Volta aqui sua putinha. — falou irritado me puxando pela mochila e me debati em seu braço.

Nunca na minha vida imaginei passar por uma situação dessa, afastava ele com o meu cotovelo o mais forte que eu conseguia e quando o outro levantou vindo na minha direção jurava que ali seria o fim.

Vi de longe o carro do Felipe se aproximando, eu já o conhecia só pelo farol e em segundos ele parou o carro e saiu do mesmo, o homem que me segurava desviou o olhar para Felipe e abriu um sorrisinho.

Felipe: Solta ela. — ele deu um passo em minha direção e o outro tirou uma faquinha me puxando para os seus braços e Felipe abriu um sorriso sarcástico e tirou uma arma da cintura — A conversa aqui vai ter que ser outra mesmo?

— Merda, vamos, vamos logo solta essa vagabunda! — um deles falou e Felipe respirou fundo, conhecia aquele olhar mesmo em pouco tempo.

Felipe: Não costumo falar duas vezes e as coisas podem ficar bem feias aqui. — sua voz soou rude, um homem completamente frio — Solta ela agora.

Alguns segundos depois que pareciam eternidade, uma risadinha do homem que estava me segurando e um disparo fez com que ele me soltasse e o outro correu deixando-o caído no chão. Corri para Felipe que me puxou para os seus braços no mesmo momento, ele me abraçou com tanta força e eu fiz o mesmo, pela primeira vez na vida tive a sensação de me sentir protegida, e era algo novo pra mim.

Felipe: Preciso que você entre no carro. — uma de suas mãos tocou o meu rosto e engoli seco, ele secou as lágrimas que escapavam e neguei com a cabeça.

Lara: Vamos embora por favor. — choraminguei enquanto o homem que estava no chão com um tiro na coxa gemia de dor.

Felipe: Por favor linda. — ele tentou forçar um sorriso e seus olhos brilhavam, ele estava com raiva, era um lado do Felipe que ainda não conhecia — Lara! — ele respirou fundo, fechou e abriu os olhos rapidamente e assenti.

Entrei no carro e desabei, as lágrimas escorriam sem parar, enterrei meu rosto em minhas mãos para tentar de alguma forma abafar o soluço que foi em vão. Levantei a cabeça e Felipe estava falando com alguém no celular e a sua arma apontada para o homem no chão, ele estava irreconhecível, gesticulava e riu nervoso negando com a cabeça e por fim assentiu e virou o rosto para o carro rapidamente, mas como é trancado no insulfilme acredito que ele não tenha me visto.

Em poucos minutos parou duas motos e um carro um pouco mais na frente de onde estava, dois homens saíram do carro indo em direção ao Felipe que cumprimentou um deles e falou algo olhando para o homem no chão e segundos depois ele caminhou até o carro, observei quando guardou a arma na cintura e colocou a camiseta por cima e entrou em seguida.

Felipe: Me desculpa por isso. — ele engoliu seco e me olhou nos olhos — Essa merda toda foi culpa minha, se tivesse insistido em levar você -neguei com a cabeça.

Lara: Não é culpa sua, não é culpa minha existir essas merdas no mundo.

Felipe: Esse vai ser um peso a menos linda, vai por mim. — ele suspirou alto — Esse vai direto para o inferno.

Senti os pelinhos do meu corpo arrepiarem, ele estava completamente diferente um lado sombrio. Os seus olhos estavam presos em mim e estava segurando o choro o máximo, não queria me mostrar fraca na frente dele, mas aquele olhar, merda.. ele complicou tudo. Suas mãos me tocaram e ele me puxou para os seus braços, um soluço escapou da minha garganta e ele me abraçou tão forte que por um momento me fez querer ficar ali com ele pra sempre, mesmo no fundo sabendo que isso nunca seria possível, nossos mundos são completamente diferentes.

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REFÉM | LIVRO 3 DA SÉRIE: EU DEPOIS DE VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora