"We are closed here..."

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Era terça de tarde as aulas haviam acabado mais cedo devido a um problema no encanamento da escola.

Mas alguns professores tiveram que ficar, e quem ficou foi nem mais nem menos do que os nossos queridos educadores, Kirishima, Midorya, Kaminari, Todoroki, Shinsou e Bakugo.

Eijiro ainda estava abalado pela discussões que havia tido com o colega, por isso não ousava sequer olhar pra ele, algo que foi retribuido pelo loiro.

Todos estavam sentados na sala dos professores.

Shoto estava ajudando Izuku com o relatório da última reunião.

Denki estava falando com Hitoshi sobre um aluno que ambos detestavam.

Katsuki estava lendo um livro sobre a Primeira Guerra Mundial.

E Eijiro estava corrigindo as redações dos alunos aos quais dava reforço depois das aulas.

- Ei, galera, que tal parar um pouco o que estamos fazendo? - Kaminari sempre sugeria os momentos de descontração.

- Cale a boca, se você é um desocupado nao atrapalhe quem está fazendo algo de útil na vida. - Bakugo nao pode deixar de contrariar o loiro animado.

- Eu e Shoto acabamos mesmo agora o relatório então tudo bem, se você não se importar... - Midorya disse enquando olhava para o professor de Francês.

- Nao vejo porque não. - Todoroki assentiu.

- E você Eijiro? - Hitoshi se virou para o ruivo.

- Ah, pode ser, eu já tava querendo fazer uma pausa mesmo.

Todos, à excepção de Katsuki, se juntaram numa mesa e começaram a jogar conversa fora.

- Ei, Kiri, Prof. Bakugo, pra onde vocês foram na noite da festa? Eu ia perguntar quando te vi ir embora Eijiro, mas deixei passar. - Shinsou mal sabia no assuntos que estava tocando, ou talvez soubesse, vindo dele qualquer coisa era possível.

- Ahm... Bem... - as palavras não estavam querendo sair da boca do avermelhado, até falar sobre Bakugo estava difícil depois do dia passado.

- Fomos ao bar buscar bebidas, eu bebi e fui pra casa, quanto ao professor Kirishima não sei. - o loiro soltou a mentira com a maior das facilidades.

Nao era como se Eiji quisesse que todos soubessem o que aconteceu naquela noite, talvez até contasse a Denki e Izuku, mas nao tinha tanta intimidade com os outros professores, por mais que gostasse deles. Para além disso, o que havia ocorrido era bastante vergonhoso de admitir, era melhor deixar a mentira rolar.

Mas ainda assim, parte dele havia ficado sentida pelo facto do professor de História o estar tratando daquela maneira, mas ele entendia que o que fez no dia anterior não era correto, então acabou aceitando a fala do colega.

- Hum... entendo, mas já agora, Kirishima porque estava chorando quando foi ter com a gente? - o homem de cabelo roxo já estava faltando demais.

- Ah... é porque... eu estava bem mal, como eu disse, e eu tinha batido meu pé e tinha doído muito, foi por isso... - mentiu o professor de português da melhor forma que podia.

- Mas você não parecia estar mancando. - Shoto disse.

- Ah, não estava, que estranho... ahaha... - Eijiro já nao sabia pra onde correr.

Graças aos Deuses Denki acabou por mudar o rumo da conversa.

O tempo foi passando e a conversa estava muito boa, Kirishima estava feliz com o grupo de amigos que estava se formando ali. Todos pareciam se dar bem, mesmo com o jeito quieto de Shoto, a preguiça e falta de bateria social de Hitoshi, a vergonha em demasia de Izuku, ou a animação excessiva de Denki, tudo parecia funcionar, até mesmo Katsuki que tanto evitava se aproximar dos colegas, acabou por se sentar junto deles ainda ledo o livro e soltando alguns comentários de vez em quando.

Tudo parecia ir bem com eles até, naquelas horas de conversa tudo estava às mil maravilhas.

As horas foram passando, e cada um foi começando a ir embora, no final havia ficado Shinsou, Kirishima e Bakugo.

- Bom, eu vou andando, fiquem bem. - Hitoshi saiu deixando os outros dois a sós.

O clima estava obviamente estranho dentro da sala. Nenhuma dos dois abria a boca. Nao havia nada que falar, ou talvez houvesse muito a dizer,mas pouca coragem pra falar.

- Eu vou pra casa também, ahm... até amanhã. - Kirishima pegou suas coisas e se dirigiu até à porta.

O ruivo colocou a mão na maçaneta e tentou abrir a porta, mas esta estava trancada.

O professor de português começo a tentar abrir a porta várias vezes mas nenhumas deu resultado.

- O que está fazendo, nem uma porta consegue abrir? Saia, deixa que eu abro. - Bakugo tentou abrir a porta mas talvez não conseguiu.

O loiro começou a ficar cada vez mais irritado, chutou a porta mas em nada deu resultado.

- MERDA DE PORTA, FILHA DA PUTA, ABRE CARALHO.

- Calma, o senhor ta quase quebrando a maçaneta, desse jeito nunca vamos conseguir abrir a porta. - Kirishima tentou acalmar o colega.

- QUE MERDA!

- Se acalme, eu vou ligar pro Hitoshi, ele não saiu à muitos tempo e como foi a pé pra casa nao deve estar longe, deixe eu só pegar meu celular e.... cade meu celular? - Eijiro começou a revirar a bolsa inteira mas nao achou o celular.

- Droga, devo ter deixado na sala.

- Bela merda, deixa que eu ligo... Ah não... só pode ta zoando com a minha cara... - a face de Bakugo ficou tomada pela furia.

- Que foi?

- ACABOU A PORRA DA BATERIA DO MEU CELULAR. JUSTO AGORA, QUE MERDA!

- Bom acho que estamos presos aqui...

- Não me diga, eu nem tinha reparado, é que sabe eu amo dormir na escola, é um hobby, ACHA QUE EU NÃO REPAREI NISSO CABELO DE MERDA?

- Não precisa falar assim eu não estou mais feliz do que você por ficar aqui, mas agora o que podemos fazer é nos contentar-mos com aquilo que temos.

- E o que é que temos, ah espera, NAO TEMOS PORRA NENHUMA.

- Bom aqui tem um sofá por isso já temos onde dormir, agirá é deixar o tempo passar.

- Pela forma como fala até parece que já ficou trancado aqui mais vezes.

- Nunca fiquei, mas leio muitos livros onde os protagonistas ficam trancados numa sala sem meio de como sair.

Kirishima corou ao se lembrar que na maioria dos livros em que isso acontecia os personagens acabavam se pegando.

Agora só restava esperar, mal os dois sabiam o que estava por vir.

"Stop being so rude..."Onde histórias criam vida. Descubra agora