"As I said, everything change from now on..."

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A aurora da manhã entrava pela janela do quarto iluminado os dois ali adormecidos.

A noite tinha sido um misto de sensações e aquela preguiça da manhã era como uma nostalgia de tempos da infância onde tudo era mais simples, em que Eijiro acordava bem cedo na fazenda de sua avó pronto para ir pegar os ovos das galinhas, e em que Katsuki era despertado pelo pai para juntos prepararem o café da manhã da mãe do loiro.

Os pássaros cantavam belos sons que ressoavam nos ouvidos de Kirishima como um alarme pacífico.

O avermelhado acordou sentindo o calor do sol abraçar seu corpo desnudo e dificultar a abertura de seus olhos que ainda estavam presos na terra dos sonhos.

"Que sonho bom, sonhei com o professor Bakugo, e que sonho...mas o que é isso?"

Assim que Kirishima abriu os olhos a realidade embateu sobre ele. A noite passada estava longe de ser um sonho e Katsuki Bakugo, professor de História que tanto rejeitava o menor agora estava dormindo como um anjo numa nuvem.

"OH MEU DEUS! NAO FOI SÓ UM SONHO! NÃO FOI SÓ UM SONHO"

Kirishima tentou se acalmar mas começou a notar uma movimentação vinda do loiro adormecido. Katsuki estava se mexendo em direção ao avermelhado o abraçado pela cintura como se fosse uma pelúcia.

Kirishima tentou conter o sorriso mas foi incapaz. Aquele cena era tão pura, talvez até um pouco brega aos olhos de outros, mas era a coisa mais doce que já havia presenciado.

O maior era lindo acordado mas sua beleza nao se escondia durante o sono, os cabelos claros eram atacados pelo sol fazendo com que ficassem uma mistura de tons de tirar o fôlego, a boca estava delineada num quase sorriso, o sonho que estava tendo deveria ser muito bom para estar assim, os braços abraçavam a cintura do avermelhado o tomando para si de forma delicada mas sem deixar de ser possessiva.

Se havia uma palavra para descrever aquela cena, na visão de Kirishima, seria paraíso, porque só um lugar divino poderia traduzir em palavras aquilo que aquele momento estava representado para ele.

Mas como tudo na vida acaba, com aquele momento não seria diferente. Ainda que a contra gosto, Eijiro se soltou dos braços de Katsuki fazendo o maior dos esforços para não o acordar.

O menor saiu e foi se arrumar. Era sexta feira e ele só dava aula de reforço naquele dia, na parte da tarde, entre as 14 e as 16, então nao teria muito mais naquela manhã. Mais tarde teria que se encontrar com os outros professores para terminarem os preparativos para logo começarem a montar tudo para o show de talentos. Na parte de se reunir com os professores já tinha adiantado um quinto do trabalho visto que Bakugo repousava na sua cama.

Eiji sabia que Katsuki também só daria aulas mais tarde naquele dia, por volta das onze horas. Não tinha mal nenhum deixar o loiro dormir mais, ainda era cedo, seis da manhã, deixaria o loiro ficar todo o tempo da sua vida se pudesse mas só poderia lhe proporcionar um tempo, então que durasse ao máximo.

Kirishima fez um café e se sentou na poltrona ao pé da estante em seu quarto pegando seu livro para ler, Anna Karenina de Liev Tolstoi, o ruivo escarlate sempre amara os clássicos russos, se pudesse ficaria horas falando sobre, mas já que ninguém o ouvia, limitava-se a devorar cada pagina dessas relíquias da literatura em silêncio.

Estava tudo tranquilo quando um certo alguém irritado por estar acordando começou a se movimentar na cama.

Bakugo se levantou esfregando os olhos para acordar. Ele parecia uma criança irritada depois de ser acordada de um sonho muito bom.

- Bom dia. - Kirishima disse com um sorriso singelo enquanto olhava o maior.

- Bom dia... ahm, eu... vou, eu posso ahm... posso usar seu banheiro? - Katsuki não mirava nos olhos do avermelhado, ele parecia envergonhado, o professor de português mentiria se dissesse que nao achou fofo ver o colega ficando levemente corado.

- Pode sim, eu deixei umas roupas separadas, elas são mais largas então acho que cabem em você. - Eijiro estava morrendo de amores por aquela cena, até que essa fofura se transformou em uma leve excitação quando Katsuki se levantou completamente nu.

- Espero que nao se importe, ontem à noite você já viu tudo, nada disso é novidade para você. - aquele loiro só podia ser bipolar ainda à pouco estava vermelho e mal olhava para o de cabelos escarlates e agora estava provocador e tentador.

- Ah sim, claro... - os olhos de Kirishima estavam se afogando em cada parte do corpo do maior. O abdómen definido, as marcas das pequenas unhas de Eijiro que haviam tocado cada parte do outro, o pau de Bakugo....

"OH MEU DEUS, EU TOU OLHANDO DE MAIS, PARA EIJIRO!!"

- Gosta do que vê? Quer ver mais de perto, você tá muito longe nessa poltrona, muito solitário... - Katsuki se aproximou cada vez mais.

- Eu... você... ai meu Deus... - os olhos de Kirishima se perderam nos de Bakugo, a química era surreal.

Katsuki se aproximou totalmente retirando o livro do colo do colega e puxando-o para junto de si.

- Como eu disse, tudo mudou daqui em diante, mas não disse que seria pra pior. - Bakugo abraçou a cintura do menor falando tudo aquilo em seu ouvido.

- Se mudar significa ter você assim, acho que pior seria a última palavra que eu usaria para descrever isto.

- Como descreveria, me diga. - o loiro desceu a cabeça e beijou o pescoço do avermelhado levemente.

- Eu... diria que... ah isso... continua... - as palavras não saiam da boca de Eijiro estavam emboladas, agora seu corpo estava liderando e não sua cabeça.

- Quero ouvir você dizer... - as mãos de Bakugo passaram para a bunda do de cabelos escarlates a apertando, não deixando de distribuir beijos molhados pelo pescoçodo do outro.

- Gostoso... excitante... de fazer qualquer um querer tirar a roupa... - o filtro de Eiji já estava desligado e seus desejos carnais tomaram conta de si.

- Ah é? Você tiraria a roupa pra mim?

- Sim. - a resposta saiu automaticamente como se já estivesse predestinada a sua fala.

- Que pena.

- Que pena porquê?

- É uma pena o que vou fazer agora. - e com isto Bakugo saiu em direção ao banheiro, deixando um Kirishima excitado para trás.

"Realmente, esse cara é, sem duvida, bipolar"

"Stop being so rude..."Onde histórias criam vida. Descubra agora