"Fuck this!"

188 20 8
                                    


Os dois já estavam trancados a apenas 30 minutos, porém parecia que já tinham passado séculos de um silêncio constrangedor.

Kirishima estava irritado, mas não o suficiente para esquecer que Bakugo estava ali, já o loiro parecia nem ligar ao colega.

"Que loirinho mais esnobe, parece que ta louco se lixando pro que tá acontecendo. Fica sentado, como se nada fôsse com ele, e eu aqui surtando"

Mas ao contrário do que Eiji pensava o professor de história não estava assim tão indiferente.

"Ruivo filho da mãe, porquê justo com ele? De tanto professores pra ficar trancado tinha que ser logo como ele, sorte do caralho, viu."

O professor de português já estava se corroendo pra falar algo,então finalmente se pronunciou.

- Bom visto que ninguem mais está na escola, e nao temos meios de comunicar com mais ninguém, acho que vamos ter que dormir aqui mesmo.

-Uau, não me diga? Que professor génio você ne? Nunca imaginei. Nem parece que disse isso à pouco. - o tom ríspido exalava na voz de Bakugo.

- Vamos tentar deixar isso mais confortável possível pelo menos, tem um sofazinho e umas almofadas ali, você pode dormir lá. - o avermelhado ignorou os comentários irónicos do colega.

- E você vai dormir onde?

- Eu posso ficar no chão mesmo, eu coloco nossos casacos e uso minha mala como almofada, o senhor nao se preocupe.

- Você é idiota? Ou apenas finge que é? O que caralhos acha que vai conseguir com dormir no chão? Durma no sofá, eu já fiz campismo dormir no chão é das últimas coisas que me incomodam. - se nao fosse a agressividade na fala Eiji poderia dizer que Katsuki estava realmente preocupado consiga naquele momento.

- Nao senhor, eu insisto, eu não tenho problema algum garanto-lhe.

- Cale a porra da boca, vamos fazer como eu estou mandando!

- A menos que... - a ideia cruzou a mente de Kirishima mas se conteu o suficiente para não a revelar tudo antes que fosse tarde de mais.

- A menos que o quê?

- Na-nada, nao é nada.

- Diga agora!

- Deixe estar, não interessa é algo louco.

O silêncio reinou por breves instantes.

- Você ia sugerir que ambos dormissemos no sofá? Era isso? - Bakugo disse que uma ligeira vergonha na voz.

- AH! Sim! É, eu sei... ahm, é muito vergonhoso e nada profissional, me desculpe senhor, não quis agir dessa maneira, mil desculpas.

- Pedindo desculpas mil vezes como sempre, típico. - o loiro parecia nem ter ligado à declaração do ruivo.

-     Ah, sim, desculpe.

- Lá está de novo.

- Me des- deixe estar.

- Melhor.

- Bom vou preparar as coisas então. - Kirishima ia começar a organização tudo.

- Em que ficamos? - interrompeu Bakugo.

- Em quê?

- Dormimos juntos? - a voz quase nao se ouviu.

-AH! Hum, seria o mais confortável, mas se não se sentir confortável tudo bem.

- Nao tem problema.

Os dois homens estavam vermelhos como um tomate de tanta vergonha e constrangimento.

Eijiro prosseguiu em arrumar as coisas, o clima estava mais constrangedor do que nunca.

"Vai diz algo Eiji, que idiota, fala, ele acabou de dizer que não tem mal vocês dormirem juntos, fale algo, fale logo"

- Bom eu ainda não tou com sono, e se você quiser, o que acha de conversar um pouco só até pegar no sono... - Kirishima estava com o coração a mil depois de finalmente dizer aquelas palavras.

- Hum... ta, pode ser. - o loiro fez pose de quem nao está nem ligando, algo que só fez Kiri se sentir mais nervoso.

- Eh... então, como vão os alunos? - o ruivo se punia mentalmente, que pergunta era aquela, eles tinham as mesmas turmas, era óbvio que ele sabia como eles estavam.

- Bons, tem um que resolveu me testar, mas as providências já estão sendo tomadas. - a voz do loiro emanava extrema autoridade.

- Sério, quem, e o que ele fez?

- Kota Izumi, aquele garoto ousou não responder à minha pergunta e ainda me desrespeitou em frente à sala inteira! - a raiva na voz do professor era nitida.

- Kota Izumi... eu sei quem é, ele é um aluno quieto nas minhas aulas, estranho esse comportamento.

- Quieto?! Na minha sala ele é tudo menos quieto, mas já falei com os responsáveis, não voltará a se repitir.

- Que bom então, sempre é ótimo quando tudo se resolve.

O assunto parou ali, mas a ideia de falar sobre a noite no bar nao parava de saltitar pela cabeça de Eijiro.

- Pergunte logo o que quer dizer, ficar me encarando não vai lhe dar nenhuma resposta. - Kirishima mal havia notado que estava olhando o colega.

- É que, ahm... Deixa pra lá...

- Sobre aquela noite ne?

O avermelhados ficou sem reacção, será que ele tão facilmente de ler assim pra Bakugo logo perceber o que ele queria?

- É, sobre isso... Desculpe por aquilo no corredor, eu nao estava em mim...

- É...

- Eu fiquei irritado, o senhor me tratou de forma incorreta naquela hora eu me descontrolei...

- Ah, me desculpe por isso, meu temperamento e difícil de lidar por vezes.

- O que queria dizer com eu me esconder atrás de desculpas? - aquilo estava impregnado à bastante tempo na cabeça do professor de português e já que ali estavam não teria nada a perder se perguntasse aquilo.

- Bem, seja franco, você esconde tudo o que sente por trás de desculpas.

- Que? Mentira! Eu não faço isso!

- É? Então me diga que não queria que eu tivesse te beijado naquela noite, diga!

- Professor Bakugo, eu... o que aconteceu foi uma resposta automática eu não queria, me desculpe.

- E LÁ ESTÁ DE NOVO COM DESCULPAS, DIGA LOGO O QUE QUERIA NAQUELA NOITE! - o tom de voz do loiro se levantou imediatamente.

- Eu... eu... ME DEIXE! EU JÁ DISSE O QUE TINHA A DIZER! - Kirishima declarou como um ultimato.

- AH É? ENTÃO E AGORA? - Bakugo contra atacou.

Ejiro mal acreditou quando viu que havia sido empurrado contra a parede ficando entre a mesma e Katsuki.

- Vá, diga! Agora o que quer?! - a boca dele estava tão perto.

- Bakugo, eu... - o avermelhado já estava completamente desnorteado com aquele homem à sua frente.

- Eijiro Kirishima, me diga, o que quer?

- Eu quero... eu quero... - as palavras não saiam direito.

- Foda-se - declarou Bakugo juntado seus lábios.

Sim, eles estavam se beijando. Sim, aquilo estava acontecendo. E sim, aquilo não era um sonho, mas parecia um.

Os seus lábios se encontraram e foi algo de outro mundo. Logo Katsuki pediu passagem pra lingua a qual Kirishima deu total acesso sem nem pensar duas vezes.

As mãos do loiro desceram até à cintura do ruivo se encaixando ali como se tivessem sido feitas para lá serem encaixadas. As de Eiji por sua vez se colocaram na nuca de Bakugo, o puxando para mais perto.

Os dois buscavam mais um do outro, aquele beijo era bom, na verdade, bom era pouco, era ótimo, o melhor de suas vidas.

Tudo estava certo, tudo mesmo.

"Stop being so rude..."Onde histórias criam vida. Descubra agora