"This is now a secret..."

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Os dois estavam submersos nas sensações dos seus toques.

Kirishima poderia ficar preso naquele momento para toda a eternidade que não se incomodaria nem um pouco.

Bakugo passava suas mãos pelas curvas do ruivo fazendo com que os pelos do menor ficassem arrepiados.

Ali, contra aquela parede se acumulavam carícias, beijos profundos e muito sentimento acumulado.

Eijiro estava ofegante, ele queria que aquilo acontecesse à tanto tempo e finalmente sua hora havia chegado, ele se deixou levar.

Desceu suas mãos que estavam na nuca do loiro até ao peitoral do mesmo, passando-as ali analisando aquele corpo esculpido pelos deuses através do tato.

Assim que fez isso, as mãos de Katsuki desceram até sua bunda. Foi então que Eiji perdeu o controle de vez.

Abriu a camisa de botões do maior de uma vez só, vendo finalmente o abdómen definido do colega. E que visão era aquela, que visão...

- Bakugo... ah... por favor... - Kirishima separou seus lábios e proferiu aquele pedido tão impuro, mas a voz saiu de um jeito tão inocente e o olhar mesmo encoberto pela luxúria ainda passava uma aura pura que enloqueceria qualquer um.

- Eu... caralho... eu - Katsuki também estava ofegante, estava enevoado pela luxúria.

- Por favor... por favor... - Kirishima estava desesperado, seu membro já estava acordado faz tempo.

- Eu... eu não posso...

- Pode sim... eu vejo como você tá, você também quer... faça... - as súplicas foram acompanhandas pelas mãos do avermelhado descendo mais um pouco e começando a desapertar o ziper da calça social do loiro.

- Você e eu... somos colegas de trabalho... não seria nada, ah... - a mão de Kirishima encostou no membro de Bakugo bem na hora em que ele falava.

- Profissional? Porque não faz o que quer? Eu quero, você quer? - o olhar de Eijiro era profundo.

- Não importa o que eu quero...

- Importa sim, me diga, você quer, melhor, você me quer...? - Eiji sussurrou a última parte no ouvido do colega.

- Quero... muito, muito mesmo, mas eu não posso.

E com isto Bakugi se afastou voltando a se vestir.

- O quê? - Kirishima estava confuso.

- Nós somos colegas de trabalho, estamos na escola, não pode acontecer. - a voz de Katsuki havia mudado de luxuriosa e rouca para grave e distante.

- Nós somos adultos, que estão na escola, mas sem mais ninguém, VOCÊ ME BEIJOU! PORQUE ESTÁ COM ESSA MORAL TODA AGORA? - o avermelhado explodiu naquela hora.

- Eu agi por impulso e não voltará a acontecer, nunca, não podemos.

- NAO VENHA COM ESSA POSTURA DE PROFISSIONAL COERENTE AGORA! VOCÊ ACABEI DE ME DIZER QUE QUER FICAR COMIGO! PORQUE VOCÊ FAZ ISSO?

- O quê?

- PORQUÊ ME CONFUNDE SEMPRE, NA NOITE DO BAR, NO CORREDOR, AGORA À POUCO! PORQUE FINGE QUE QUER ALGO COMIGO? GOSTA DE ME VER SOFRER PRA CARALHO, É ISSO?

- Sofrer? Eu... Nao interessa...

- INTERESSA SIM, VOCÊ AINDA AGORA ESTAVA ME DIZENDO QUE QUERIA! FOI VOCÊ QUE ME AGARROU! COMO DIABOS EXPLICA ISSO? O QUE QUER DE MIM?

- CHEGA! EU JÁ DISSE! NÃO INTERESSA O QUE QUER OU QUE EU QUERO, EU SOU UM PROFISSIONAL QUE ESTÁ NO SEU LOCAL DE TRABALHO! EU NAO SOU UM MERDA QUE SE DEIXA LEVAR PELAS SUAS VONTADES CARNAIS ESTÚPIDAS!

- O QUE QUER DE MIM BAKUGO? ME DIGA LOGO, EU ESTOU FARTO DISSO, FARTO DE ME ILUDIR, FARTO DE PENSAR QUE ME QUER, MAS VOCÊ SÓ ME USA COMO UM BRINQUEDO, ACHA ENGRAÇADO FICAR USANDO AS PESSOAS PARA SUA DIVERSÃO?

- EU NÃO ESTOU TE USANDO! KIRISHIMA GUARDE BEM MINHAS PALAVRAS, SOMOS COLEGAS DE TRABALHO ISTO NÃO PODE ACONTECER, NUNCA!

- NAO TEM NENHUMA REGRA CONTRA! PORQUÊ SE NEGA TANTO! PORQUÊ?! - Eijiro começou a chorar descontroladamente.

- Eu... me... eu não posso fazer isso de novo... - o louro confessou em voz baixa.

- De novo? Então eu não sou o primeiro com quem você brinca com os sentimentos, que maravilha, nem pra isso eu fui especial, eu nao valho mesmo nada ne. - as palavras saiam atropelando umas às outras deixando o clima mais tenso a cada momento.

- Eu nao quero te usar como um brinquedo, eu nao posso citar o porquê mas... eu só nao posso... nós não podemos... isso não pode acontecer...

- Me responde só uma coisa, porquê me beijou? Porquê, por um momento, me fez querer parar no tempo?

- Eu... - ele não respondeu, apenas se calou e se afastou ainda mais.

- Agora se afasta como se eu fosse uma aberração, ótimo, mais uma coisa que me faz perceber o quão idiota eu sou.

O clima estava pesadissimo, tudo era tenso, os olhares já não se encontravam e os corpos que antes estávamos quase se fundindo, cada vez mais se afastavam.

- Apenas guarde segredo - disse o loiro.

- O quê?

- O que aconteceu... isto agora é um segredo, é melhor assim.

Kirishima nao respondeu mais, ele estava destruído.

Há poucos minutos atrás ele estava no ponto mais feliz da sua vida e agora havia voltado ao fundo do poço.

"Merda Eijiro, merda, como você é idiota, é obvio que ia acabar assim, acaba sempre assim, você saído magoado a troco de nada. Eu devo ser algum tipo de repelente contra as pessoas, porquê ninguem quer ficar? Eu nao sou suficiente? E deve ser isso. Se eu fosse o bastante eles ficariam... Mas nunca ficam. Talvez eu deva parar de tentar culpar os outros por me deixarem, eu sou o verdadeiro culpado. Eu devo ter feito algo horrivel para agora ser assim, mas tudo bem. Era óbvio que isso nao ia acabar bem. Ele tem razão, somos profissionais, somos colegas, trabalhando juntos para um projeto, ao qual temos tão pouco tempo para terminar, deveríamos estar totalmente focados nele. Tenho que parar com estas demandas inúteis. Eu já sei como isso acaba. Eu chorando pelos cantos... Já nao vale a pena. Mas se eu pudesse ser hipócrita o bastante para admitir, eu diria que em questão de minutos, ele fez a minha vida a mais feliz de todas, e logo em seguida a transformou na mais melancólica existência. "

Os dois não conversaram mais, Kirishima acabou ficando para dormir no sofá e Katsuki ficou no chão, nao que ele se importasse.

" Ah Katsuki, porque você sempre faz isso, eu tinha ele, ele me queria. Mas eu sou um merda e nao consiga ultrapassar este maldito trauma, que porra. Eu quero tanto estar com ele. Eu quero tocá-lo, eu quero que ele me abrace quando eu estiver triste, quero reconforta-lo sempre que ele precisar, quero ser a primeira pessoa a quem ele vai ligar quando estiver precisando, eu quero que ele me am... eu nem consigo pensar mais nessa palavra, eu só queria poder viver tudo o que quero com ele ao meu lado... Mas esse estúpido pé atrás me deixa tão... Eu querias gritar na cara dele o quanto ele me faz bem, e o quanto eu quero fazer bem a ele, mas eu só lhe causo dor. Se eu pudesse eu daria o mundos só pra ter o prazer de enxugar as lágrimas dele e dizer-lhe que vai ficar tudo bem, que ele é a pessoa mais incrível desse mundo, que ele é tudo o que eu quero... Mas eu não posso, isso nao pode acontecer de novo, eu prometi a mim mesmo que nao voltaria a acontecer, eu sou um homem de palavra, e irei cumprir com ela... Mesmo que isso me quebre em pedaços, talvez seja melhor assim... Eu nao quero machuca-lo com a confusão que eu sou... É... é melhor assim... "

Os dois adormeceram chorando baixinho para o outro não ouvir.

Assim que amanheceu e o zelador destrancou a porta eles foram dar suas aulas como habitual, mesmo que agora a angústia lhes corresse pelas veias, eles tinham que aceitar que aquilo agora era um segredo e tudo o que havia acontecido naquela noite, nao poderia voltar à tona.

"Stop being so rude..."Onde histórias criam vida. Descubra agora