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Marcus Rinaldi

Observei seu corpo inerte adormecido profundamente na cama do hospital. Senti meu coração palpitar. Era estranho, meu coração nunca palpitava por alguma coisa ou alguém, não mais, a longos anos quando meu coração sorriu para alguém quando eu tinha um. Mas aqui estou, diante da mãe do meu filho, a mulher que em poucos dias virou minha vida do avesso.

Um sentimento obscuro apossou-se do meu coração. penso que estou dando muita importância para ela, realmente fiquei muito preocupado com o quase acidente que ela sofreu e baixei minha guarda, até mesmo pedi desculpas pelo meu comportamentos totalmente atípico de um homem na minha posição. Irritado, com o possível poder que ela parece exercer sobre mim, a estudei com os olhos estreitos. Não, o que sinto por ela e desejo físico, nada mais, é uma mulher bonita e não posso negar que esse casamento me trará muitas vantagens, além do meu filho, terei uma bela esposa na minha cama.

É irônico, se eu fosse alguém que acreditasse no conceito de destino, poderia dizer que, no mínimo, ele estava conspirando a meu favor. Há algumas horas atrás, imaginava que teria que enfrentar uma noiva relutante no altar, estava preparado para a batalha e não esperava por isso. No entanto, diante de mim está a noiva mais receptiva que qualquer homem poderia desejar.

Assim que percebi o que estava acontecendo, comecei a considerar a possibilidade de ela estar inventando essa perda temporária de memória. No entanto, quando a beijei, tive certeza de que não era fingimento. Naquele momento, minha mente começou a trabalhar para aproveitar essa oportunidade. Em poucos minutos, tracei meu plano. O médico dela afirmou que essa perda de memória pode durar algumas horas ou até mesmo dias, mas que ela certamente irá se recuperar. Portanto, não posso perder tempo com exame de consciência se o que estou prestes a fazer é certo ou errado.

Até pensei por um momento ter a rara oportunidade de exercer a sinceridade ou o máximo de sinceridade possível. Sei o que farei é totalmente sem escrúpulos. Eu até me incomodaria com isso se eu tivesse escrúpulo, como não tenho, vou me deleitar nessa perda de memória da minha linda noiva.

Ouvi duas sutis batidas na posta antes da minha cunhada entrar no quarto do hospital.

— Oi, como ela está?
— Acabou de dormir.
— Ela lembrou de alguma coisa?
— Até enquanto estava acordada permanecia na mesma situação.
— O que você vai fazer?
— Prosseguirei com o casamento.

Comuniquei levantando-me A irmã dela me olhou surpresa e questionadora. Mas não estava muito a fim de explicar minhas ações, nem mesmo para família dela. Glenda agora é problema meu e de mais ninguém.
— Mas mesmo sem ela saber realmente a situação de vocês... digo... as circunstâncias, sobre a inseminação...

A calei apenas levantando uma das mãos e comuniquei em um tom de ameaça.

— Eu espero que nenhuma palavra sobre isso saia da boca de ninguém, nem da sua, do seu marido e do seu filho, caso aconteça haverá consequências bem desagradáveis tanto para vocês, quanto para ela, fui claro?

A mulher me encarava com os olhos arregalados, ela entendeu perfeitamente. Depois de alguns segundos, ela abaixou os olhos e aproximou-se da cama da irmã, olhou-a como se estivesse decidindo o que fazer. Logo depois, voltou- se para mim e disse:

— Ela vai odiá-lo mais ainda quando souber toda a verdade, sabe disse não é?
— Sei lidar com a Glenda, não se preocupe, eu e ela nos entenderemos.

Ela suspirou fundo e se deu por vencida:

— Bom, só não a machuque mais, ela se mostra forte mas é tão frágil quanto um cristal, ela apenas veste essa armadura para se proteger.
— Você acha que não sei disso? Desde o primeiro momento que a conheci. Vou cuidar dela, fique tranquila.
— Está certo, eu sempre torci por vocês, sabe, achei tão incrível toda essa história, acho que nem em um roteiro de Hollywood conseguiria algo tão extraordinário e diferente.

Permaneci em silêncio, mantendo minha postura fria e séria, porém isso não impediu a mulher de continuar falando incessantemente. No final, ela sorriu e se aproximou de mim.

— Posso te dar um abraço?
— Claro!
Sorri com uma rara afetuosidade enquanto recebia o abraço caloroso dela.
— Seja bem vindo a família. — Ela disse de modo amistoso, para em seguida se retirar do quarto. Voltei-me para próximo da cama da Glenda e fiquei a observando em seu sono.

Minutos havia se passado quando decidi deixar o quarto da Glenda, tudo já havia sido providenciado, o casamento irá acontecer assim que o médico lhe desse alta, provavelmente no dia seguinte. Eu precisava ser rápido, nós já teremos que estar na Itália quando ela recuperar a memória e casados.

No corredor do hospital me encontrei com Dante encostado na parede, esperando por mim. Assim que me viu ele se endireitou enquanto me aproximava, sua expressão preocupada.

— Chefe - disse ele, balançando a cabeça respeitosamente.

Acenei com a cabeça de volta para ele. Dante fez a pergunta inevitável.

— Como ela está?
— Bem, provavelmente amanhã partiremos para a Itália, cuide de todos os detalhes, não quero que nada saia errado.
— Sim, chefe, amanhã assim que você ordenar, um juiz de paz estará disponível para realizar o casamento e logo após o jato estará preparado para levá-los à Itália. Considere tudo em ordem.

— Ótimo!

Ficamos em silêncio por alguns segundos, eu girava meu anel no dedo mindinho enquanto escaneava com os olhos o corredor do hospital. Não vi a família dela por perto, de certo já foram para casa. Voltei-me para o Dante para perguntar, mas ele antecipou-se:
— Instruímos a família dela a irem para casa. O marido da irmã estava meio relutante, mas o convencemos a não criar problemas amanhã no casamento.

Sorri de leve, eu sei o tipo de convencimento Dante usou para intimidar o cara. Espero que ele colabore, embora não queira causar nenhum dano a família dela, Dante não existirá em cumprir minhas ordens para que nada atrapalhe meus planos. Já não tinha mais nada o que fazer ali, então disse em tom firme:

— Vamos!

Seguimos pelo corredor, eu na frente, Dante um passo atrás de mim e mais dois seguranças na retarguarda. Nossos passos ecoavam no chão de ladrilho estéril. Saímos na noite fria, com a lua brilhando sobre nós. Um carro preto nos esperava no meio fio, com o motor ligado. Os seguranças abriram a porta. Entramos no banco de trás do carro e nos acomodamos nos assentos de couro macio. As portas formam fechadas. Olhei para fora e vi algumas pessoas olhando toda aquela movimentação com curiosidade. Sei que nossa presença chama atenção, mas tenho certeza que nenhum deles desconfiam que somos da máfia.

O carro se afastou do meio-fio e entrou no tráfego intenso da cidade. Enquanto o veículo acelerava pelas ruas, me mantive quieto, assim como Dante. Sei que ele jamais irá contestar meus planos, e mesmo se o fizesse não iria me convencer. Eu estava determinado. Até me surpreendi com isso, afinal de contas ela é só uma mulher, facilmente domável. Sei que quando ela voltar a lembrar, ficará uma fera comigo, mas sinceramente, eu até estou ansioso para que esse dia chegue, vou adorar domar a minha tigresa. Mesmo que ela recuperasse a memória antes do casamento, eu irei me casar com ela de qualquer modo. Não há escapatória para a senhorita independente. Cada dia mais estou empolgado com esse casamento, confesso que isso trouxe cores diferente a minha vida preto e branco.

Eu sabia que esse era um começo de caminho longo e difícil. Mas eu estava determinado a ir até o fim, custasse o que custasse. Ela é a mãe do meu filho, afinal, e isso era tudo que importava.

Olá Ficdarkianas, depois de muitooooo tempo estou de volta para terminar essa história. Espero que vocês continuem acompanhado. Capítulos serão postados aleatoriamente, mas será constante até o final. Não esqueça de comentar e avaliar.

Beijos!

FicDark

Grávida do Mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora