Saco de pancada

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    — Eu precisava ver alguns livros… — senti meu celular vibrar no bolso.

    — Passamos lá — Abby disse calmamente.

    Sorri inconscientemente lendo a mensagem.

    — Ih — Abby disse e eu sorri piscando os olhos culpada para ela — vai, não tem problema.

    — Mesmo?

    — É, só mais uma para me abandonar por causa de homem — fez um drama que mesmo eu sabendo ser drama me senti culpada a abraçando.

    — Vou falar pra ele que não vou.

    — Para, vai sim — me empurrou delicadamente sorrindo — vou aproveitar e tirar um cochilo, da uns beijos por mim.

    Ela saiu tranquila, parecia com sono mesmo. Olhei rapidamente o celular de volta me certificando que havia ligo o lugar direito.

    Quer dizer, era pra Carter não saber e o menino me chamava pro campo deles? Ok né.

    O campo ficava estupidamente longe da área das salas de aula então fui andando calmamente, havia aderido usar coturnos nos últimos tempos e estava sendo ótimo, porque além de serem mais quentes e confortáveis, era muito mais fácil se locomover naquela grama com eles, ainda mais quando chovia, o que bem, vinha acontecendo bastante.

    Ao chegar o procurei com os olhos, mas sem sucesso.

    “Venha em direção do vestiário” — chegou sua mensagem quase instantaneamente.

    Franzi o cenho e fui, logo antes de entrar, fui puxada para o lado me assustado, Charlie riu rapidamente.

    — O campo, sério? — sorri erguendo as sobrancelhas.

    — Vem — segurou meu braço e entramos literalmente embaixo das arquibancadas, que claro, era oco.

    Charlie havia colocado uma toalha na grama, havia uma caixa de pizza fechada e duas latinhas de coca ao lado.

    — Piquenique? — sorri o olhando de volta.

    — É, quase — ele riu.

    Me sentei de pernas cruzadas ao seu lado e ele tocou meu rosto me trazendo para beijá-lo. O puxei pela nuca mais forte e ele rapidamente me puxou pelas pernas me colocando sentada em seu colo. Sorri distribuindo mais alguns selinhos em seus lábios antes de me afastar.

    — Abandonei Abby para vir aqui — sussurrei — mas pelo cheiro dessa pizza valeu a pena.

    — Só pela pizza? — ele ergueu as sobrancelhas — não sou mais gostoso que uma pizza? Que absurdo.

    Ri o abraçando de volta pelo pescoço o beijando. A pegada que aquele menino tinha era absurdamente viciante.

    — Muito mais que uma pizza — passei a mão em seu peito e ele sorriu apertando minha bunda.

    — Se me acha mais gostoso que a pizza e eu te acho mais gostosa que uma pizza, que tal esquecer ela? — ele sorriu e eu ri o beijando rapidamente.

    — Não vamos transar aqui — saí de seu colo — eu tenho agonia de grama e qualquer pessoa pode chegar a qualquer momento.

    — Aqui embaixo? Não — ele riu negando com a cabeça — enfim, bem vinda oficialmente ao meu esconderijo — ele abriu os braços.

    — Esconderijo?

    — É — ele abriu a caixa da pizza — eu moro com mais dois malucos, esse é único lugar que eu consigo ficar realmente sozinho — me olhou — fora do horário de treino não tem ninguém aqui, então é ótimo.

O melhor amigo do meu irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora