Eu pensei que aquilo seria meramente organizado. Quer dizer, eu estava acostumada a me arrumar para festas, tinha bastante prática em me maquiar e arrumar meu cabelo, mas talvez fosse pelo fato de Charlie estar frenético e correndo de um lado ao outro, não sei, só sei que eu não conseguia acertar o delineado de jeito nenhum.
Charlie apareceu ao meu lado usando o grande espelho que eu usava para se arrumar também. Ele estava lindo e eu não estava nada surpresa, usava um terno azul marinho, colete e gravata da mesma cor, camisa branca e um pin de lapela lindo que todos os padrinhos usariam. Havia arrumado o cabelo um pouco e se não o conhecesse, diria que é um modelo masculino de perfume ou algo do tipo.
Eu usava um vestido turquesa com as costas abertas, estava bem quente e eu já estava fazendo o sacrifício de ir de longo, então pelo menos as costas abertas tinha que ter. Meu cabelo estava impecável e toda minha concentração estava voltada para a maquiagem que não queria cooperar comigo, mas no geral, eu estava bonita.
Charlie beijou minhas costas expostas algumas vezes e eu acabei sorrindo suavizando um pouco a tensão que eu não sabia que estava sentindo.
Não estava nervosa por conhecer a mãe de Charlie, o que seria o normal, estava nervosa pelo contexto, e claro, já ter uma antipatia pela mãe de Charlie cooperava para meu nervosismo.
— O que acontece, meu amor? — ele sussurrou abraçando minha cintura por trás ainda beijando minhas costas.
— Eu não acerto o delineador — disse gemendo de desgosto e Charlie riu.
— Para de rir — ri também — e me solta, está me desconcentrando.
Ele fez beicinho me soltando.
— Eu queria uns beijinhos pra me acalmar, mas tá bom — fez drama arrumando o terno e saindo do quarto.
Sorri revirando os olhos.
Quando consegui terminar, me olhei direito no espelho arrumando o vestido onde não tinha o que arrumar e peguei minha bolsinha e celular saindo do quarto.
Charlie andava em círculos na sala, arrumava o colete, paletó e gravata de forma quase compulsiva. Tentei visualizar o quão estranho devia ser não conhecer o futuro marido da mãe e mesmo assim ser padrinho dele.
— Vem cá — abri os braços.
Ele me olhou e sorriu.
— Linda — veio até mim me abraçando.
Acariciei seu rosto devagar olhando seus olhos, queria enfiar minha cabeça em seu peito e abraçá-lo o mais forte que eu podia, mas eu não podia sujá-lo e nem estragar minha maquiagem.
— Como está? — perguntei.
— Desconfortável — ele disse e acho que isso resumia tudo.
— Posso fazer algo para te deixar mais confortável? — sorri levemente e ele fez o mesmo.
— Já está fazendo — me beijou — está aqui comigo e isso já melhora muito as coisas.
Sorri passando a mão em seu cabelo o puxando para outro beijo.
— Pensa nas comidas gostosinhas — ele riu — vou dançar com você aquelas músicas bregas que tocam em todo casamento, passar vergonha e...
Me olhou claramente agradecido e eu passei de leve a ponta do dedo pelos contornos do seu rosto. Charlie fechou os olhos respirando fundo.
— Ok, estou pronto — ele disse mais para si mesmo do que pra mim — peguei o que ela pediu — bateu no bolso do paletó se certificando que estava ali — pronta?
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O melhor amigo do meu irmão
RomanceGostar do melhor amigo do seu irmão pode ser um problema, mas para Emily, não. Pelo menos, a princípio não parecia nada demais até que para Charlie, se relacionar com a irmã de seu quase irmão se torna um grande problema.