Força e mira

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Acordei extremamente tarde naquela manhã de sábado, ouvi as conversas no andar de baixo de casa e ao virar para o lado, vi que Charlie também não estava mais ali. Perfeito, de novo a última a acordar, sempre acontecia comigo.

Me levantei, coloquei uma roupa qualquer e escovei os dentes arrumando meu cabelo minimamente antes de descer para a sala onde a algazarra acontecia.

Minha mãe estava sentada à bancada da cozinha com Rose, conversavam tranquilamente, e os garotos estavam no sofá assistindo algum jogo, provavelmente, porque gritavam e aplaudiam  olhando fixamente para a televisão.

— A bela adormecida decidiu acordar! — meu pai disse ao me visualizar na escada, sorri constrangida passando o cabelo para trás da orelha.

— Bom dia — sorri.

— Quase boa tarde, né — minha mãe riu.

Acariciei o cabelo de Carter, beijei a bochecha do meu pai e Charlie rapidamente se levantou para me dar um abraço apertado.

— Você é tão lindinha quando acorda — ele sussurrou no meu ouvido.

Sorri o beijando rapidamente.

— E quando dorme também — me beijou de volta — na verdade é linda fazendo absolutamente qualquer coisa.

— Obrigada por elogiar minha cara de morta — brinquei arrumando seu cabelo antes de beijar sua bochecha.

Ele sentou novamente no sofá com os meninos e eu fui até as meninas na cozinha.

— Oi — sorri para elas pegando uma caneca no armário.

— Oi querida — minha mãe abriu um braço e a abracei me sentindo uma criança acolhida quando ela beijou minha cabeça.

— Carter já sossegou ou nem? — fui até Rose a abraçando também.

— Difícil dizer — ela riu olhando rapidamente para o loirinho no sofá, parecia tão confusa.

— Mas afinal de contas, o que está acontecendo? — minha mãe perguntou extremamente curiosa, obviamente também havia notado o comportamento estranho do filho, era bem perceptível até para quem não o conhecia direito.

Olhei para Rose atrás de respostas e ela também me olhou procurando o mesmo que eu, e simultaneamente, erguemos os ombros para minha mãe.

— Ele não me disse nada diretamente, mas parece nervoso com algo — Rose disse novamente o olhando de relance — mas vocês são tão queridos, não entendo o motivo disso — minha mãe sorriu com o elogio acariciando o cabelo dela.

— Maluco, eu sempre disse, ninguém nunca quis me ouvir — brinquei pegando café tentando não demonstrar meu nervosismo com aquele assunto, não queria pensar que meu irmão estava sendo escroto de graça.

— Falando nisso — minha mãe disse dando batinhas dramáticas na bancada — tentei pensar em algum lugar legal para levá-los e não pensei em nada — Rose riu — tem alguma ideia?

Mordi o lábio tentando pensar. A verdade é que as coisas onde a gente morava eram muito pacíficas, não havia grandes eventos ou algo assim, só coisas normais que seriam facilmente encontradas em qualquer lugar, era realmente difícil pensar em alguma coisa para mostrar a eles.

— Não sei — ergui os ombros — tem aquele parque de diversões que eu ia com as meninas no ensino médio, mas…

— É perfeito! — minha mãe bateu palminhas e eu e Rose rimos.

— Parece divertido  — Rose sorriu.

E lá estávamos, pleno sábado à tarde, indo à um parque de diversões que os adolecentes iam para passar o tempo e se pegar, as crianças para ganhar brinquedos e os adultos para comer besteiras e faze apostas.

O melhor amigo do meu irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora