Correndo na praia

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Corria com Charlie tentando acompanhar o ritmo dele, e toda vez que desacelerava um pouco, ele fazia o mesmo para não se distanciar muito de mim.    

    Eu odiava qualquer tipo de exercício, mas a convivência com Charlie praticamente me levava a fazer algo. E lá estávamos, sábado, seis da manhã correndo na praia.

    — É muito ruim correr na areia!

    — É melhor, precisa de mais força!

    — Olha pra minha cara de quem tem força!

    Charlie gargalhou e parou de correr. Sentei na areia cansada e ele ainda rindo sentou ao meu lado dando um tapa na minha coxa que provavelmente deixaria a marca de sua mão.

    — Podia ter ficado dormindo, criaturinha — ele sorriu abertamente abraçando os joelhos.

    — Eu quis fazer algo de útil — deitei em sua coxa tentando recuperar meu ar. Fechei os olhos sentindo seus dedos começaram a acariciar meu braço descoberto.

    — Exercícios não são sua praia, meu amor.

    Ri de olhos fechados.

    — Carter sempre disse que eu corria bem.

    — E corre, nos primeiro cinco minutos — ele riu também — você é explosiva, mas não constante…

    — Um desastre!

    Rimos e Charlie se inclinou para me beijar rapidamente passando a mão na minha coxa devagar.

    — Você fica mais gostoso a cada dia que passa — toquei sua barriga — não consigo acompanhar.

Ele revirou os olhos e me deu mais um tapa na coxa.

— Você é deliciosa, cala a boca.

Ri voltando a fechar os olhos, a claridade já começando a me incomodar.

— Se você, sei lá, fosse adepta a academia, o mundo explodiria — ele disse — íamos ter uma Deusa andando entre os mortais, ninguém ia aguentar.

Abri os olhos parcialmente e segurei seu braço o fazendo se inclinar sobre mim.

— Me carrega de volta?

— Andando até consigo, correndo não vai rolar.

Ri me sentando. Charlie segurou minha mão e piscou pra mim antes de me beijar.

    Não voltei no colo dele, mas voltamos andando devagar.

    — Atrapalhei seu exercício diário, desculpa — o olhei.

    — Queria eu você todo dia aqui para me atrapalhar assim.

    — É uma pena, porque não vou fazer mais isso — ele sorriu e abraçou minha cintura me deixando mais perto dele — vou te esperar na cama, pra tomar um café da manhã gostosinho.

    — Parece perfeito — ele olhou para frente e respirou fundo.

    Tomamos um banho rápido e enquanto ele terminava de se trocar, fui para a cozinha atrás de algo leve para comer. Peguei um iogurte natural e sentei na bancada sentindo o líquido gelado me refrescar aos poucos.

    Fiquei passando a mão nos ombros e braços de Charlie enquanto ele comia de frente pra mim. Tocá-lo era tão reconfortante.

    — Podemos fazer um sábado de preguiça hoje?

    Ele assentiu mastigando.

    — Faz massagem nas minhas costas? Acho que dormi meio torto.

    Sorri assentindo. Era o último fim de semana com ele, em três dias eu estaria voltando de volta para o olho do furação do inferno.

O melhor amigo do meu irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora