Eu conversei com Charlie nos dias que se seguiram, mas foram curtas ligações apenas para cumprir formalidades de "bom dia" e "boa noite".
E sinceramente, era melhor assim.
Havia avisado minha mãe que passaria alguns dias com eles enquanto Charlie estava no congresso, e ela não me questionou muito, ainda bem. Estava considerando ficar por lá mais que o necessário, tipo alguns dias a mais, talvez uma semana ou duas, mas ainda não havia dito isso a ninguém.
Todo meu relacionamento com Charlie passava diante dos meus olhos e era horrível pensar que eu só conseguia lembrar das coisas ruins, como se isso estivesse prevalecendo na minha mente durante aqueles dias.
Eu sabia que tinham coisas boas, muito mais do que ruins, mas eu ainda estava muito machucada para conseguir fazer minha cabeça focar nessas coisas boas.
A verdade é que eu achava que estava muito pronta para morar com ele, mas eu não estava e ele também não parecia estar.
Respirei fundo me olhando no espelho, pronta para receber meu diploma. Abby estava belíssima, e sorri me contagiando com sua felicidade.
Charlie havia conseguido o que tanto queria, afinal. Estava há uma hora da minha formatura e estava pouco me lixando para ela.
Saímos do dormitório e Jack sorriu para nós estendendo a mão para Abby.
— Linda! — ele disse com um sorriso aberto e eu sorri quando ela o abraçou.
Jack estava básico, terno, camisa e gravata preta, mas ainda asssim, bonito.
— Está linda também, Emy — ele sorriu pra mim.
— Igualmente, senhor Jackson.
— Vai atrás de seus pais? — Abby confirmou comigo e eu assenti — maravilha, te vejo na hora da cerimônia, nem pense em sentar longe de mim.
Ri e assenti. Eles foram atrás dos pais de Jack que já haviam chegado, e eu fui atrás dos meus. Queria tê-los buscado no aeroporto, mas não teria tempo para me arrumar se fizesse isso.
Os dois estavam naquele bolo de pais que ocupavam as cadeiras atrás da zona dos formandos, e quando minha mãe me localizou, sorriu abertamente vindo apressada. Os dois me abraçaram e disseram o quanto eu estava linda, e quando olhei para trás deles, arregalei os olhos ao ver Carter.
— Carter! — praticamente pulei em seu colo o fazendo rir. Fazia exatamente um ano que eu não o via, e meu deus, que saudade daquele menino — eu pensei que não poderia...
— É claro que eu vim — ele sorriu abertamente — Rose teve que ficar pra uma reunião pela manhã, então mandou parabéns.
O abracei de volta o fazendo rir um pouco.
— O garotão não chegou ainda? — ele olhou em volta e eu engoli em seco.
— Ele não vem — cada palavra saindo de mim como um soco — um congresso.
— Tudo bem? — franziu o cenho segurando meus ombros.
Tentei sorrir de forma convincente e assenti. Obviamente enxergou que não estava tudo bem, mas não me fez mais perguntas sobre isso, especificamente.
— Vai pra lá depois? — ele perguntou após alguns segundos.
Neguei e ele suspirou me puxando para outro abraço.
— Quer que eu fale com ele? — sussurrou.
— Não, por favor — implorei — não diga nada.
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O melhor amigo do meu irmão
Storie d'amoreGostar do melhor amigo do seu irmão pode ser um problema, mas para Emily, não. Pelo menos, a princípio não parecia nada demais até que para Charlie, se relacionar com a irmã de seu quase irmão se torna um grande problema.