Um passo de cada vez

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Há um certo tempo que Charlie e Carter estavam normais um com o outro de volta, mas eu nunca realmente havia sentido como eles eram próximos até as últimas semanas, apesar de ter uma vaga noção.

Às vezes eu e Rose nos sentíamos intrusas de tão íntimos que eles eram, isso considerando que eu achava que eu e Carter tínhamos uma ligação surreal, mas pelo jeito não chegava nem perto da daqueles dois.

Era adorável, mas meio assustador pensar que meu irmão era extremamente parecido com meu namorado.

Mas assim como Charlie tentava não ficar ligando nossa aparência, eu tentava não pensar nisso para ser menos estranho do que já era. Infelizmente, às vezes era inevitável.

— Sabe do que eles estão falando? — Rose sussurrou.

Pisquei desviando os olhos das duas criaturas e neguei levemente com a cabeça.

— A maioria das vezes eu só sorrio e aceno — sussurrei também e ela riu.

— Por que estão rindo? — Carter nos olhou achando que ríamos deles, mas não era exatamente isso.

— Ah, notaram que estamos aqui? — Rose disse com um falso tom nervoso, mas que mesmo assim pareceu assustar Carter.

— É claro — ele gaguejou.

Charlie me olhou e deu uma risadinha do nervosismo de Carter, não sei onde ele aprendeu a ser tão medroso assim se tratando de mulheres.

Eu? Imagina, não tenho nada a ver com isso.

— Eu não entendi nada que vocês falaram nos últimos minutos — eu disse tomando um pouco de suco depois — mas tá bonitinho, podem continuar.

Os dois avermelharam e eu sorri mais, tão bonitinhos.

— Desculpe — Carter disse — não foi proposital.

Rose fez beicinho e eu ri dando de ombros arrumando o cabelo de Charlie rapidamente, fazia um tempo que ele não cortava e seu cabelo que sempre pareceu ser meio liso agora estava se mostrando ondulado e extremamente volumoso.

— Vamos então — Carter deu um tapinha na  coxa de Rose — ta tarde mesmo e eu tenho treino amanhã, ao contrário do desertor ai.

— De novo isso! — ri da revolta de Charlie enquanto Carter se levantada.

— Vou te atormentar até o fim dos seus dias com isso! — Carter deu um soco teatral na mesa — vai me abandonar naquele campo para ser esmurrado igual um saco de pancada.

— Vai ser esmurrado comigo em campo ou não — Charlie ergueu os ombros sorrindo.

— Belo estímulo — dei um murro no ombro de Charlie — até depois, pra vocês.

— Tchau gente — Rose beijou minha cabeça e a de Charlie como uma grande mãe e foi embora com Carter.

— E você, moça? — Charlie me olhou abraçando meus ombros — já quer ir dormir?

Olhei a hora, pouco mais de onze.

Neguei.

— Mas daqui a pouco esse lugar vai fechar e vão enxotar a gente para fora.

Charlie riu.

— Realmente, então vamos sair daqui pelo menos.

O campus estava vazio, quase por completo. Geralmente as pessoas faziam zona dentro dos dormitório naquela hora, não fora dele.

Isso tudo para evitar os guardinhas que ficavam metendo medo em todo mundo que ficava fazendo bagunça fora dos dormitórios depois das dez horas.

Seria um toque de recolher implícito se fosse generalizado, mas els só tinham problemas com pessoas fazendo alguma espécie de desordem, agora casais se amassando, pessoas dormindo na grama e afins, ninguém falava nada.

O melhor amigo do meu irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora