Eu e Sarah tentávamos ser educadas e sair daquela sala sem explodir em uma alta gargalhada, mas estava muito difícil segurar. A professora havia tido um pequeno problema com o projetor da sala no finalzinho da aula, e bom, primeiro tudo ficou verde, depois azul, aí ficou meio rosa e por último pifou de vez desligando por partes até ficar tudo escuro.
Mas não, não foi o projetor ter dado problema que foi o motivo da nossa quase explosão de risadas, mas sim a professora com raiva tacando o controle no aparelho e se desequilibrando do degrau que estava caindo com tudo no chão.
Além de não acertar o controle no projetor, ainda caiu igual uma gelatina no chão fazendo um baque surdo que ecoou mais do que deveria naquela sala completamente silenciosa pelo choque dos alunos com o tombo.
O silêncio sepulcral permaneceu até a senhorinha gritar que a aula havia acabado e era para todo mundo sair rápido, e claro, todo mundo saiu quase correndo enquanto conseguiam segurar a risada.
— É isso que acontece quando se ataca objetos eletrônicos, eles se vingam de você, é a revolta dos robôs — Sarah sussurrou e eu simplesmente não consegui segurar e simplesmente cai na risada a fazendo gargalhar também, estávamos só há alguns passos da sala, mas já estava roxa de segurar aquela risada.
Suspirei depois do meu acesso de riso e voltamos a andar para a casa dos garotos onde Abby e Nick aguardavam todo mundo com pizzas ótimas vindas do outro lado da cidade. Era um evento único comer aquela pizza, o esforço dos dois de perder meia hora da última aula para ir buscá-las não poderia ser desperdiçado.
— Minha consciência tá até pesada do quanto eu ri da pobre senhorinha caindo — botei a mão no meu respirando fundo, já visualizando a casa dos garotos no fim da rua.
— A minha não — Sarah riu de volta e eu revirei os olhos sorrindo.
Fui bater na porta antes de entrar, mas Sarah simplesmente pegou a maçaneta e abriu a porta com força.
— TÔ COM FOME! — já entrou gritando.
Nick foi o primeiro a aparecer com um sorriso de lado antes de praticamente pegar Sarah no colo a beijando.
— Oi gostosa — ele disse a beijando rapidamente de volta antes de colocá-la no chão de forma nada delicada, o que ele de fato não era — e ai, loirinha? — estendeu o punho fechado para mim que o cumprimentei sorrindo.
— E ai, loirinho? — repeti o fazendo sorrir.
— Não chegou todo mundo ainda, mas já estamos comendo — ele disse indicando para seguirmos pelo corredor até a sala onde eu já ouvia vozes.
— Quem não chegou? — Sarah perguntou tirando a blusa a jogando em qualquer canto antes de seguir pelo corredor.
— O Martin e a Kate — ele disse — Kate tá presa na sala e o Charlie não responde ninguém — me olhou — sabe dele, loirinha?
Neguei.
— Falei com ele de manhã e só — disse ficando meio preocupada, Charlie geralmente respondia mensagens super rápido.
— Da uma ligadinha, talvez ele atenda você.
Chegamos na sala e de fato agora só faltavam os dois. Abby e Nathan comiam a pizza com sorrisos idiotas que me fizeram sorrir involuntariamente enquanto ligava para Charlie.
Liguei uma, duas, três, quatro… vinte e sete vezes, para ser exata. E nada.
— Que maldita aula ele estava tendo antes do almoço? — perguntei nervosa, foi uma pergunta retórica, porque eu sabia o horário dele de cor.
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O melhor amigo do meu irmão
Storie d'amoreGostar do melhor amigo do seu irmão pode ser um problema, mas para Emily, não. Pelo menos, a princípio não parecia nada demais até que para Charlie, se relacionar com a irmã de seu quase irmão se torna um grande problema.