Sim, é meu irmão

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Acordei no dia seguinte meio sonolenta, Kate não estava mais em sua cama, e na verdade, eu havia ouvido ela chegar tarde, mas não a vi de fato. Minhas coisas já estavam em seus devidos lugares e eu estava prontinha para começar tudo de novo.

Pra ser sincera eu estava com bastante preguiça, mas vida que segue.

Tomei um banho rápido e me arrumei saindo do dormitório dando de cara com Carter quase de frente para a porta, aparentemente me esperando.

— Carter! — sorri contente indo até ele que abriu os braços para me abraçar com força.

Aquele banana era tão parecido fisicamente comigo que várias vezes já nos perguntaram se éramos irmãos gêmeos. Ambos loiros, significamente altos (ele com quase 1,90 e eu com meus singelos 1,71) e com o riso muito fácil de conquistar. Talvez os olhos inteiramente verdes dele fossem a única diferença real entre nós já que eu tinha heterocromia e parte do meu olho direito era mesclada entre manchas verdes no meio do azul, o outro olho era só azul mesmo.

Um pouco mais de um ano de diferença entre nós fez com que crescêssemos muito próximos, e consequentemente, acabávamos discutindo bastante, mas fazia parte. E por mais que fossemos muito parecidos fisicamente, as personalidades eram completamente opostas.

Me considerava uma pessoa bem calma, gostava de ajudar os outros e por esse motivo era feita de trouxa com bastante frequência, além disso, tinha bastante interesse em conhecimentos acadêmicos e esportes. Carter já era bem mais cabeça quente que eu, seus interesses se resumiam a partidas de futebol, sexo e cerveja, e ao mesmo tempo que era bruto, era extremamente sentimental e amoroso, bem mais que eu, na verdade.

E modéstia a parte, eu era uma das únicas pessoas que aflorava seu lado amoroso com bastante facilidade.

— Ta malhando? — ri apertando seus braços e ele sorriu abertamente me abraçando de volta.

— Eu sempre fui gostoso.

— Credo — rimos e ele me soltou para me olhar.

— E você? Cresceu?

— Talvez — ri acariciando suas bochechas, senti falta daquela criatura mais do que achei que sentiria — e como foi seu jogo ontem?

— Perdemos — ele riu e eu ri junto — mas tudo bem, é só ganhar a próxima — deu o braço para eu segurar e assim fiz começando a andar com ele — mas bem, de acordo com seu horário, sua primeira aula é em uma hora e… — olhou o relógio no pulso — doze minutos no campus principal, correto?

— Correto.

— Então tenho quarenta e oito minutos para fazer um tour não oficial com você por aqui.

— Quarenta e oito? Isso foi extremamente específico.

— É, conheço bem o lugar já — se inclinou um pouco beijando minha testa — vamos.

Carter me apresentou os principais lugares e me direcionou para os que não conseguimos passar pelo tempo apertado. Lá era grande, um frio muito parecido com o que vivi em Amsterdã que pra mim era bem confortável, e as poucas pessoas que havia tido contato até então foram agradáveis. No geral estava indo tudo muito bem.

Claro, eu estava lá a menos de um dia e nem tinha tido aula, mas estava confiante.

— Pegou uns holandeses na viagem? — Carter me olhou do nada e eu sorri dando de ombros.

— Claro né.

— Ai que absurdo — disse falsamente enciumado e eu ri.

— E você, passou o rodo por aqui ou ainda não?

O melhor amigo do meu irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora