— Para de roubar! — briguei e Carter gargalhou.
— Não estou roubando — ele riu, continuando a roubar.
Eu tinha a sensação que Carter simplesmente apertava qualquer botão e dava certo, mas eu tentava fazer o mesmo e comigo nunca dava certo. Estava sentada naquele sofazinho de pernas cruzadas com os olhos fixos na televisão enquanto via meu personagem levar uma baita surra.
Não tinha ganhado nenhuma até então, e estávamos na nona rodada.
Nem pra ganhar na cagada eu servia.
Perdi, de novo, soltando o controle em cima do sofá e Carter riu ainda mais. Eles tinham vários videogames no saguão do dormitório, a gente só tinha comidinhas.
O que não era exatamente ruim, porque eles não tinham comidinhas e bebidinhas gostosas.
— Eu desisto, você apela demais — fiz beicinho cruzando os braços não querendo admitir meu completo fracasso naquele jogo.
— Saiba perder, nanica — ele disse sorrindo de lado — espírito esportivo, não te ensinaram não?
Semicerrei os olhos para ele que riu me dando um soquinho no ombro antes de me abraçar pelos ombros.
— Eu me garanto no que depende da minha capacidade — brinquei e Carter riu.
— Isso, esfrega seu cérebro brilhante na minha cara.
— Não, isso seria nojento — ele riu de volta olhando seu relógio logo depois.
— Bom, tenho que ir pro treino — me olhou — passamos nossa hora semanal.
Sorri revirando os olhos. A verdade era que eu e ele estarmos em um relacionamento e os horários dele serem restritos por conta dos treinos nos deixava com pouco tempo, tentávamos fazer algo uma vez por semana, pelo menos, e estava dando certo.
— Vai no Charlie? — ele perguntou enquanto eu colocava a bolsa no ombro e ele desligava tudo.
Assenti.
— Da um soco nele por mim — deu um sorrisinho e eu revirei os olhos.
— Bom treino, criatura.
— Obrigado, lindona.
O abracei com força e Carter beijou minha cabeça antes de seguirmos para cantos opostos.
* * *
Charlie e Nathan jogavam cartas na mesa, Kate estava deitada no meu colo enquanto eu acariciava seus cabelos compridos e lisos. Mais um dia comum de preguiça.
— Eu queria doce — ela murmurou.
— Ah Kate, não vou atrás de doce — resmunguei.
— Lindinho! — Kate gritou e Nathan tirou os olhos das cartas para olhar a namorada — eu quero docinho, pode ir atrás de algum depois que acabar a partida?
— Claro, amor — Kate sorriu orgulhosa.
Nathan a mimava tanto que chegava a ser fofo, ou seria se eu não percebesse que Kate sabia disso muito bem e acaba se aproveitando. Mas ela também fazia tudo que ele queria, no final tava tudo certo.
— Eu queria dormir e só acordar amanhã — resmunguei deitando a cabeça no sofá.
— São três da tarde — Kate riu e eu ri de leve também.
— Exatamente — disse de olhos fechados.
Nathan foi atrás dos doces de Kate depois de um tempo, e eu fiquei ali paradinha de olhos fechados num estado entre acordada e dormindo.
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O melhor amigo do meu irmão
RomanceGostar do melhor amigo do seu irmão pode ser um problema, mas para Emily, não. Pelo menos, a princípio não parecia nada demais até que para Charlie, se relacionar com a irmã de seu quase irmão se torna um grande problema.