É ótimo estar em casa

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A alegria dos meus pais quando se despediram de mim no aeroporto não era por eu estar indo embora, eu sabia disso, assim como sabia que eu não estava feliz por estar indo, estava feliz porque estava fazendo a coisa certa.

    Os pensamentos ruins sumiram da minha mente nas cinco horas entre comprar passagem, arrumar minhas malas de volta e me locomover até o aeroporto. Eu só conseguia pensar na saudade que eu estava sentindo dele e o quanto eu queria me jogar naqueles braços e nunca mais sair.

    No momento que entrei naquele avião, condenei a escolha dele de lugar para morar, porque agora eu passaria onze horas ali até poder vê-lo. Mas, coincidentemente, chegaria quando ele já estivesse em casa, o que era perfeito.

    Não consegui dormir nenhum segundo, levada pela ansiedade o tempo todo. Visualizei seu sorriso diversas vezes e me perguntei como algum dia consegui questionar se eu ainda o queria. Porque eu queria, meu deus, como queria.

    Quando pousamos, mandei uma rápida mensagem para minha mãe avisando que cheguei, e depois de disputar um táxi na saída do aeroporto, fui para casa.

    Casa, minha casa.

    O porteiro me conhecia e meu nome estava cadastrado como "moradora", então não fui impedida de subir. Entrei no elevador e olhei os botões, decidi passar primeiro na casa de Kate, porque depois que eu subisse até Charlie, não pretendia sair tão cedo.

    E eu precisava agradecê-los por tanta coisa, nada mais do que justo dar um oi.

    Toquei a campainha e ouvi passos apressados. Sorri reconhecendo Nathan.

    — Emy — ele disse surpreso, mas com um sorriso enorme ao abrir a porta.

    — Oi!

    Ele parecia tão alto e adulto. Fui puxada para um abraço com força e sorri o apertando contra meu corpo. Kate surgiu atrás dele e me olhou por um segundo até eu sorrir para ela, demonstrando que estava tudo bem.

    — Oi, vizinha.

    Nathan me soltou para que uma Kate agitada pulasse por cima do sofá para me abraçar.

    — Por que não me avisou que estava vindo? — ela agrediu minhas costas com um tapinha, apertando os braços em volta de mim ainda mais forte.

    — Surpresinha — sorri me soltando o suficiente para olhá-la — obrigada, por tudo.

    Ela sorriu me abraçando de volta.

    — Já falou com ele? — Nathan perguntou, parecia nervoso. Era seu melhor amigo, óbvio que estaria nervoso.

    Soltei Kate e olhei para as malas no corredor rapidamente.

    — Não, decidi dar oi para vocês antes de subir.

    — Então vai logo, amanhã vocês almoçam aqui — não foi uma pergunta, foi uma ordem e eu não ousei questionar.

    Me despedi indo para o elevador.

    — Ele vai infartar — ouvi Nathan dizer e sorri batendo os dedos na mala de forma ansiosa enquanto subia alguns andares.

    Parei na frente da porta alguns segundos, senti meu coração extremamente agitado e achei melhor me acalmar antes de tocar a campainha.

    Quando minha respiração normalizou, toquei a campainha devagar.

    Meu coração voltou a disparar enquanto não ouvia nada, mas tinha certeza que ele já estava em casa, era tarde demais para não estar. Toquei de volta ao não ouvir nada em dois minutos.

O melhor amigo do meu irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora