Daltônico

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Nunca enxerguei as cores vibrantes
Apenas o preto e alguns tons de cinza
Isso chega até à ser decepcionante
Não ter evoluído minha retina...

Nunca enxerguei o rosa do amor
Muito menos o verde da esperança
Apenas enxergo esses tons sem cor
Já não tenho tanta confiança...

Queria ser como os outros
Enxergar as cores com intensidade
Mas não sou como todos
E já não tenho mas felicidade...

Gostaria de enxergar o amarelo em tom de sol
E amaria analisar o verdadeiro tom do girassol
Enxergar o azul do céu
E quem sabe passar isso em um papel...

Não sou capaz de diferenciar as cores da vida
Sou daltônico e esse é meu peso
Meus olhos cinzas não possuem melanina
Vivo apenas com o cinza e o preto tenso...

Algum dia poderei eu compreender suas cores?
Por quê até agora só entendo o tons de dores
Será que eu posso ter meus tons de mores?
Talvez eu esteja preso entre meus horrores...

Tão sem cor minha aquarela
Tão sem vida o brilho dela
Meu peito dislacera
Minha alma sem cor não supera...

Ao menos consigo enxergar à lua como vocês
E eu à fiz de minha amante todas as noites
Embora estejamos tão distante
Isso me deixa bastante frustante...

Espero algum dia
Ver à intensidade da vida
Ter um brilho em minha retina
E um pouco de melanina...

Crônicas poéticas de MikaeruOnde histórias criam vida. Descubra agora