Eu me sinto feio
Isso é uma dura verdade
Não gosto do que vejo no espelho
Embora eu não tenha vaidade...Cada parte defeituosa do meu corpo
Eu odeio ao todo
É como se já estivesse morto
Detesto esse corpo torto...Mais lábios são rachados
São secos quanto uma terra morta
E com minhas unhas ficam rasgados
Ninguém beijaria tal boca...É automático sorrir com à mão no rosto
É que até pelo meu sorriso criei desgosto
Meu gargalhar é torto
Detesto o fato de que talvez eu nunca tenha por mim algum gosto...Meus olhos são sem vida
Um castanho quase preto
Parece até está sem melanina
Nunca amarei meus olhos negros...Rasguei à pele dos meus dedos
As vezes rasgo até sangrar
Rasguei por ansiedade e medo
Tudo para não chorar...Detesto minha postura
Sempre demonstrando derrota
Talvez para isso não tenha cura
Até minha postura parece está morta...Meu peito é aprofundado
Meus braços e pernas são fracos
Me pergunto se Deus errou algum traço
Mas, talvez eu que seja o ingrato...Detesto meu eu
Mas amo aquele eu
Aquele no qual se perdeu
E talvez, até mesmo morreu...Me olho no espelho
E me sinto feio
Detesto e não gosto, ódeio o que vejo
Esse é um verdadeiro segredo...
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Crônicas poéticas de Mikaeru
PoesíaALERTA de gatilhos para pessoas que sofrem de algum transtorno mental, neste livro contém poesias intensas e profundas, caso o caro leitor for sensível a este tipo de conteúdo, peço que não leia para seu próprio bem estar mental.