Está rolando um clima no hotel nas Bahamas

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Capítulo 22



Sunoo estava tendo a pior semana de sua vida. Ele havia terminado o que quer que tivesse com Niki, Bahiyyih não estava falando com ele e seu pai estava de mau humor porque as pessoas não paravam de interrogá-lo sobre a sexualidade de seu filho. Por causa disso, ele ficou trancado no quarto o tempo todo e só saia por obrigação para fazer as refeições em família. Enquanto seu pai cuspia algumas palavras ásperas, sua mãe agia como se não existisse, ela era quase como um fantasma naquela casa que apenas seguia obedientemente o marido e jamais erguia a cabeça para ele. O que o senhor Kim dizia era lei naquela casa, por isso ela nunca na vida tinha protegido seu filho, se tornando alheia ao sentimento dele. Quando pensava sobre isso, Sunoo achava que nem sequer sabia o que era ter pais de verdade.

Ele também tinha decidido se livrar de seus cabelos cor-de-rosa, cada vez que se olhava no espelho daquele jeito, sentia como se aquela cor não combinasse mais com a pessoa que havia se tornado ultimamente. Por isso, pediu para que os empregados comprassem tinta escura e pintou seus cabelos de preto. Aquele foi o único elogio que recebeu do pai nos últimos tempos, o homem odiava cabelo descolorido, achava que era sinal de rebeldia. Rosa então era ainda pior, mas como não podia fazer nada perante aquilo, teve que se obrigar a ignorá-lo sempre que o via.

Naquela tarde, no entanto, o tom de voz de seu pai parecia diferente. Ele havia chamado por ele da sala e não parecia que iria lhe dar mais um tapa ou lhe recriminar por algo. Ao contrário disso, era até estranho porque parecia que estava feliz. Assim que se aproximou, viu que ele não estava sozinho ali, havia outras duas pessoas na sala: um era o melhor amigo de seu pai e o outro era Lee Sanghun, filho dele. Na infância, Sunoo e ele costumavam brincar juntos já que tinham a mesma idade. Enquanto o Kim era mais expansivo e tagarela, o Lee sempre tinha sido um garoto calado e quieto. O fato de ter perdido sua mãe muito jovem contribuiu para sua personalidade fechada, por isso até mesmo nos dias de hoje ele era alguém de poucos amigos. Fazia cinco anos que os dois não se encontravam, Sanghun não era do tipo que tinha redes sociais, então Sunoo ficou surpreso quando o viu. Ele havia crescido um bocado e não pôde deixar de notar que estava muito bonito.

— Tenho boas notícias, meu bom e velho amigo decidiu finalmente se mudar para Nova York — o senhor Kim começou — Ele irá matricular Sanghun na Royal High e ele ficará na mesma turma que você, assim você poderá ajudá-lo.

Logo que ouviu aquilo, Sunoo deu uma olhadinha para o garoto, que o encarou de volta. Seu pai ainda mencionou algo sobre seu filho estar muito perdido ultimamente e precisar de ajuda, o que deixou suas intenções bem óbvias: queria que aquele garoto ficasse no seu pé o inteiro para evitar que cometesse algum erro novamente. Parecia que aquela era uma estratégia para freá-lo, porém não achava que daria certo.

Sanghun estava escorado na parede e ainda o encarava sem dizer nada, no entanto sua mente estava cheia de pensamentos. Do outro lado, Sunoo estava igual.

Nenhum daqueles homens sabia, mas aqueles dois tinham sido o primeiro beijo um do outro quando eles tinham apenas dez anos de idade.





A semana no castelo nas montanhas podia ser descrita como um processo de cura. Heeseung sentia como se a cada dia estivesse recuperando sua força de vontade para voltar para casa e encarar seu pai e aquela vida que odiava, enquanto Jake também sentia que toda a dor que tinha enfrentado nos últimos tempos não existia mais. Ele ainda achava que era estranho que a pessoa que o feriu fosse a mesma que o estivesse curando, mas quanto mais conhecia aquele garoto, mais gostava de estar perto dele.

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