O último dia em que eles puderam ser jovens e bobos

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Capítulo 58



— Você acha que eu não sei que foi você?

Um grupo de três garotos fumava agachados nos fundos da escola quando Taesan tomou coragem de se aproximar. Ele não sabia direito o que estava fazendo, mas estava cansado de levar a culpa por algo que não tinha feito. O garoto que estava com as mangas da camisa branca do uniforme arregaçadas e usava a gravata toda torta era ninguém menos do que aquele que ele fotografou conversando com Jay antes dos dois irem para o quarto. Taesan era o único que tinha visto aquilo com os próprios olhos.

No entanto, ao ouvir a ameaça, o garoto riu debochado junto de seus amigos.

— Vaza daqui, novato — ameaçou — A não ser que você queira mais problemas.

O mais novo se manteve firme.

— O que você ganhou com isso? O expondo dessa forma...

Parecia que o garoto estava perdendo a paciência, então ele levantou e caminhou até Taesan, o empurrando pelo ombro.

— Eu só vou dizer isso uma vez, ou você vaza daqui, ou...

O Park engoliu em seco.

— Ou o quê? — tentou desafiá-lo — O único que vai parar na cadeia aqui é você!

Tanto o garoto quanto seus amigos deram risada. Taesan foi segurado pela gola da camisa do uniforme e quando seu rosto ficou muito próximo do rosto do outro, ele sentiu um pouco de medo.

— Você nunca vai ter provas contra mim! Vai ser sempre a sua palavra contra a minha e eu não sei se você se deu conta, mas já te escolheram como culpado.

Em segundos, o garoto colocou a mão na calça de Taesan, tirou do bolso o celular no qual ele estava gravando a conversa e o atirou com toda a força contra o muro da escola, o quebrando. Depois disso, o mais novo voou no chão por conta de um soco e logo aqueles três vieram para cima dele e começaram a chutá-lo e socar seu rosto.

Pela primeira vez na vida, o Park achou que iria morrer. Ele estava longe de ser um santo, mas nunca tinha apanhado desse jeito. Seu corpo inteiro doía com os chutes e podia sentir o sangue escorrendo por seus lábios e pelas bochechas. Tinha sido tão burro e imprudente de ir atrás daqueles garotos sozinho, e agora...

— Já chega! Larguem ele!

Como se tivesse ouvido a voz de um anjo, Taesan viu quando alguém se aproximou ofegante. Jay estava parado diante deles, ele tinha perseguido o mais novo quando o achou suspeito e esteve escondido enquanto ouvia a conversa. Ele nem sequer tinha tido tempo de gravar qualquer coisa, mas ainda assim logo tinha sido empurrado contra a parede enquanto seu celular era pisoteado no chão.

— Eu me lembro agora — Jay disse furioso enquanto olhava para o rosto do garoto com o qual cometeu o maior erro de sua vida — É claro que foi você!

— E você nunca vai ter provas — o garoto riu.

— Eu não quero provas, quero saber por que você fez isso comigo! Eu nem sequer te conheço!

O garoto se afastou e continuou dando risadinhas irritantes.

— Você acha que as pessoas sempre precisam de uma razão para fazer alguma coisa?

— Não é assim que funciona? — Jay não entendeu.

— Nem sempre — o garoto tirou o maço de cigarros do bolso, ofereceu para o Park, que obviamente rejeitou, e depois prendeu um entre os lábios para acendê-lo — Eu só estava com tédio.

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