Quando Park Jungwon enterrou seu 'eu' do passado

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AVISOS: transtorno alimentar e uso excessivo de palavrões.

Capítulo 43



Os alunos do primeiro ano estavam tendo uma aula sobre animais marinhos quando uma baleia apareceu na tela. Um grupinho de garotos começou a rir dizendo que a barriga da baleia era igual a de Wonyoung. Assim que ouviu aquilo, a garota segurou seu lápis com pompom com força e tentou não revidar. Estava sendo assim agora, em qualquer oportunidade que tinham a chamavam de gorda e derivados.

— Nossa, vocês não têm vergonha de fazerem piadas idiotas como as de uma criança? — foi Bahiyyih quem revidou.

— Bahiyyih, você é tão magra e bonita, por que ainda anda com essa gorda balofa? — um dos garotos riu.

A loira se virou e deu o dedo do meio para eles, que riram ainda mais. Como se a situação já não estivesse ruim o suficiente, um dos garotos gritou para completar:

— Ei professora, tem algum animal homossexual igual ao Sunoo?

Só deu para ouvir o barulho da cadeira de Niki sendo arrastada e ele já estava de pé para bater naqueles engraçadinhos quando a professora pediu silêncio e ordenou que parassem com as piadas. Sunoo olhou para o namorado e balançou a cabeça, porém o Sim estava furioso a ponto de começar uma briga no meio da sala de aula. Depois de tudo o que aconteceu, estava mais sensível a qualquer coisa relacionada ao Kim, tinha assumido para si a responsabilidade de protegê-lo e faria todo o possível para que ele não ficasse mal de novo.





Jungwon tinha ido até os fundos da escola na hora do intervalo, não estava com vontade de comer ou socializar, não queria ver seus amigos, tampouco cruzar com o irmão ou o ex, então parou sua cadeira de rodas em um local silencioso e tirou do bolso um maço de cigarros. Tinha odiado aquilo da primeira vez que tentou fumar, mas iria tentar de novo. A ideia de fazer algo que quebrava as regras da escola o deixava animado, por isso colocou o cigarro na boca e estava procurando pelo isqueiro em seu bolso quando alguém deu um tapa no cigarro, o fazendo voar e cair no chão adiante. Assim que olhou para o lado, ele nem sequer acreditou.

Era Park Jay.

— Você ficou maluco? — ele perguntou.

As mãos de Jungwon tremeram de raiva.

— O que você tem a ver com isso? — esbravejou — Não posso nem juntar a merda do cigarro que você jogou longe, vou ter que pegar outro.

Ele tentou tirar outro do maço e Jay deu um tapa em sua mão de novo.

— QUAL É O SEU PROBLEMA??? — Jungwon gritou irado.

— Você não é assim, você não faz essas coisas.

— Foda-se? Foda-se o que eu sou, o que eu era! Eu quero mais é que você se foda! — continuou uma sequência de ofensas — Mas você está né? Deve estar sendo bem fodido por aquele seu namorado que não é um aleijado!

Os olhos de Jay se arregalaram de leve, mas ele tentou manter a compostura. Nunca em toda a sua vida imaginou que veria o Park usar esse tipo de palavreado e falar esse tipo de coisa.

— Não diga coisas assim...

Jungwon não queria falar sobre isso, mas as palavras estavam saindo de sua boca antes que seu cérebro pudesse processá-las. Era como se tivesse estado engasgado com elas por tanto tempo que agora simplesmente tinham saído sem qualquer freio.

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