Depois da morte de Alisson Argent, as coisas na escola de Beacon Hills mudaram drasticamente. Scott e seus amigos ainda lidavam com seu estado de luto, mas os problemas nunca ficam longe por muito tempo. Novos alunos, novos desafios... novos lobisom...
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Ela se concentrou no que ele disse, sentindo o mesmo cheiro. Os dois se entreolharam, uma mistura de medo e surpresa. Seguiram o rastro, encontrando os pingos espalhados pelo chão, mas não tantos para que pudessem segui-los. Voltaram para a outra trilha, acelerando o passo para não perder mais um único segundo. O vento estava ficando mais forte e com isso, o cheiro que lembrava Liam se espalhava e diminuía cada vez mais.
- Seria mais fácil se fosse o cheiro da morte.
- Mas aí ele morreria, não?
- Não se o encontrarmos a tempo de salvá-lo.
- Isso é um pouco mórbido, não acha?
- Acho. - eles riram. - Mas ainda seria mais fácil.
O silêncio retornou por alguns minutos, até Isaac corta-lo:
- É ruim? Saber quem vai morrer e nem sempre poder salvá-lo?
Kai virou o rosto para o lado oposto dele, não querendo que o garoto visse sua expressão triste.
- É. - ela respondeu, seca. Depois virou-se para ele, forçando um sorriso que disfarçava a tristeza, mas Isaac não pareceu acreditar. - Mas quando você salva alguém, tudo parece ter valido a pena. Tem uma certa vantagem nisso, não acha? Se você estivesse prestes a morrer, por exemplo, eu poderia te salvar. Eu tentaria, pelo menos.
- Você poderia ter nos ajudado muito se tivesse chegado a um mês atrás. - ele murmurou.
- Por que?
- Perdemos muitas pessoas. Talvez você pudesse salvá-los.
Kaira ficou em silêncio por alguns segundos, pensando, até decidir peeguntar:
- E se eu não conseguisse?
- Como assim?
- Se depositassem essa confiança em mim, mas mesmo assim, eles morressem. Se eu não conseguisse salvar a pessoa que você está pensando. Você acha que me perdoaria?
Isaac parou para olha-la, um silêncio pensativo tomando conta do ar que os separava. Ele queria responder que sim, mas por um único segundo hesitou, e o sorriso que Kaira deu o fez se arrepender de cada segundo que demorara para pensar.
Teve a sensação de que ela não se importava de parecer vulnerável para ele. A sua feição demonstrara a mais pura tristeza e por mais que ela tentasse parecer um pouco forte, no fundo, era perceptível o quão quebrada o que estava pensado a deixava.
Ele não sabia o que tinha acontecido, mas Kaira passou por coisas tão ruins quanto ele. Ele podia sentir a sua dor e desconfiança nas pessoas, mas para que ela tivesse deixado sua postura forte e corajosa de lado, significava que Kaira depositava alguma confiança sobre ele e aquilo o deixara feliz.
Mesmo assim, ele ainda precisou de alguns segundos para pensar em uma resposta.
- Pessoas morrem, Isaac. - sua voz saiu baixa, como se para ela, falar aquilo lhe doesse. - Às vezes porquê merecem, e às vezes... às vezes elas morrem para que outras possam viver. Por favor, não deposite sua confiança em mim. Me dói dizer isso, mas eu não posso salvar todo mundo.
