Conforto

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— Você sabe que não é confiável — cruzo os braços, o olhando de cima a baixo.

— Eu preciso da sua ajuda — diz com o ódio no olhar, engolindo todo o orgulho.

— Vai me trancar na sua mansão assombrada e me manter como uma marionete? Eu passo essa.

— Eu perdi meus poderes.

— E agora você pode me matar, já que não estamos ligados? — pergunto — É impossível confiar em você! Você é um psicopata, matou toda a família e todas aquelas pessoas inocentes. Por que? Por ego? Quer compensar algo que não tem? — pergunto já irritada.

— Eu matei porquê eu queria e podia — balança os ombros como se aquilo não fosse nada — Eu tinha poder. Coisa que agora não tenho.

— E quer que eu faça o que? Eu nem tô conseguindo usar os meus poderes direito. O pouco que consegui foi para salvar Steve. E como não tem poder, e estava mantendo ele naquele lugar horrível?.

— Eu só tenho o poder de controlar mentes. E nesse mundo de merda, estou me deteriorando aos poucos — sobe a manga de sua camisa social. A visão que tinha era de uma pele morta, como se estivesse sendo queimada e virando pó — E você me deve essa.

— Não. Eu não te devo nada! Morra! Iria ser uma ótima notícia para todos.

— Para de ser tola — puxa minha mão, com força — Espero que isso te ajude a ver o por que me deve — olha em meus olhos. No primeiro piscar de olhos que dou, me vejo em um laboratório.

— Que merda é essa? — pergunto para eu mesma.

— Laboratório do Brenner. Antes de outras crianças além de eu e você serem criadas — Henry aparece ao meu lado.

Olho ao redor e vejo ele. Ele era um pré adolescente, sendo forçado a demonstrar poderes, enquanto um homem sentado em sua frente o ajudava.

— Henry. Já pensou em ter uma irmã? — o homem pergunta.

— Eu já tive. Mas ela morreu — ele responde com desdém.

— Você matou ela na verdade — respondo de forma irônica.

— Resgatamos um bebê. A mãe desapareceu e o pai era um drogado. Ela é como você.

O Henry pré adolescente o olha confuso. Brenner pede para que uma senhora traga a criança. Henry olha para o rosto da criança com esperança.

— Ela é muito nova para ter poderes.

— Vamos fazer uma terapia de choque. O choque pode ajudar a estimular mais fácil. O nome dela será 000 — Brenner diz como se aquilo não fosse nada.

— Você está manipulando minhas lembranças, não está? — pergunto para Henry.

— Não. Essa lembrança é minha, não sua.

— Vou deixá-los sozinhos, para se conectarem melhor — o homem e a senhora se retiram da sala.

— 000? Que perca de tempo — o menino revira os olhos — Você não pode ficar aqui. Eles vão acabar te matando. E acho que vou precisar de você quando for dominar o mundo — ele passa a mão no rosto do bebê, o pegando no colo e abrindo a tubulação da sala.

— Que fofo. Você me salvou para eu acabar com o mundo.

— Eu juro que se chorar eu corto suas orelhas! — ele coloca a criança dentro da tubulação. Logo depois ele entra.

A lembrança se torna um vulto, e acabamos voltando para a floresta.

O Henry do passado corre com o bebê no colo. Tinha pessoas como forças armadas atrás dele. Ele consegue os afastar usando os poderes.

Stranger Theory - Billy Hargrove (stranger things)Onde histórias criam vida. Descubra agora