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O jantar estava sendo silencioso, quase uma tortura para Elain que sentava sentada do lado de Feyre agora, enquanto Lucien estava sentado do outro lado da mesa junto da mãe. Elain havia escutado histórias sobre a poderosa Senhora da Corte Outonal, que sofreu o próprio inferno na mão do primeiro marido, pai dos irmãos de Lucien, pai de Eris. E aquela fêmea sorridente, de cabelos sedosos ruivos como os do parceiro de Elain era linda, simpática, feliz, não havia dado um olhar de esguelha ou intimidador para Elain, diferente de Helion que estava sentado a ponta da grande mesa.

Por mais que a sala de jantar fosse enorme e arejada com grande janelas que davam lata jardins de folhagens verdes e frescas, Elain se sentia um pouco sufocada, então se apegou nos detalhes lindos e elegantes do ambiente, no cheiro das flores e das folhas que entravam com a brisa pelas grandes passagens.

A Archeron do meio olhou para o prato com uma comida suculenta, mas comia aos poucos, mesmo que estivesse com fome, sentia que a cada movimento Helion a encarava, a julgava. Entre todos os momentos ruins, aquele jantar estava sendo um dos piores, até a mãe de Lucien respirar profunda e maneira audível chamando a atenção de todos quando disse:

— E seus filhos, como estão? — perguntou ela a Feyre e Rhysand. A irmã de Elain abriu um largo sorriso.

— Estão ótimos, muito obrigada — disse Feyre.

— Nyx passou recentemente pelo Rito de Sangue — continuou Rhysand.

— Ah, e ele passou bem? — perguntou Helion.

— Sim, melhor do que imaginávamos por estar sozinho — disse Rhysand com orgulho.

— E sua pequena? Stella, não é? — perguntou Aideen.

— Ela está ficando cada dia mais bonita — disse Feyre olhando de canto para Rhysand e deu um sorriso maldoso. — Eu já vejo uma fila de machos na porta de casa para vê-la.

— Nem brinque com isso — retrucou Rhysand quase que automaticamente e todos deram risada.

Rhysand era um pai zeloso, tanto com Nyx quanto com a pequena Stella, mas com a caçula ele era... Mais, muito mais, Elain não duvidava que se a menina pedisse um pedaço da própria lua para Rhysand ele daria um jeito de ir buscar. O que Elain achava muito lindo.

— E vocês, não vão ter mais filhos? — perguntou Rhysand olhando para Lucien que fez uma cara engraçada o encarando e Aideen deu risada.

— Acredito que minha cota de gravidez foi mais do que suprida — disse Aideen gentilmente levando a mão ao ventre.

— E eu concordo plenamente — disse Helion que olhou para Lucien. — Já temos um filho espetacular.

O olho de Lucien brilhou de uma forma que Elain jamais havia visto, um brilho tão bonito, amoroso, de gratidão.

— Que pena, acho que o pequeno Lucien seria um ótimo irmão mais velho — continuou Rhysand e Lucien soltou um riso nasalado.

— Eu posso concordar, mas se meus pai decidiram, então serei filho único — disse ele. — E eu gosto do posto de tio.

— Bom, você tem uma penca de sobrinhos — disse Feyre se referindo aos três meio irmãos de Lucien na Corte Outonal, que já tinham suas famílias.

— E o número vai aumentar quando você e Elain se casarem — disse Rhysand e Elain arregalou os olhos corando abruptamente.

Helion engoliu em seco, forçado, Aideen sorriu sem mostrar os dentes e Lucien suspirou profundamente. 

— Já está contando com a união deles tão facilmente, Rhysand — disse Helion olhando para Elain com aquele olhar de arrepiar a espinha dela.

— Bom, é por isso que estamos aqui — disse Feyre.

O Laço Partido (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora