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E o grande dia tinha chegado, toda a família de Elain estava presente e também os Grão-Senhores de cada corte com mais acompanhantes, lotando o imenso templo que era simplesmente de tirar o fôlego. Haviam trepadeiras que tomavam os pilares e paredes do local, algumas caindo como cascatas, estátuas em homenagem a Mãe e a antiga deusa do Sol. O chão era feito de pedra do sol, o altar com detalhes em ouro e uma cascata artificial. E tudo estava enfeitado com flores brancas, o mais florido possível, como foram as ordens de seu sogro e aquela ordem não se delimitava a apenas o templo, mas se estendia por toda Solano.

As duas estavam todas enfeitadas, barracas de comida, as praças lotadas e festejando a união de Lucien e sua parceira, a princesa Elain. Além disso, o próprio palácio estava lindamente decorado para receber a festa após cerimônia.

Elain sorriu enquanto suas irmãs davam os últimos toques finais em seu cabelo que fora preso num lindo coque enfeitado com minúsculas flores brancas. Algumas mechas soltas lhe moldando o rosto.

Nestha tava uma toma olhada nos detalhes do vestido, que era um vestido de noiva feito nas normas da Corte Diurna. Na parte da frente havia um singelo decote que apenas realçava os seios de Elain, porém nas costas, um decote profundo que deixava praticamente toda a costas a mostra. Tinha uma curta cauda que se esparramada no chão.

— E o toque final — disse Feyre pegando uma linda grinalda feita de prata e diantes e colocando na cabeça de Elain.

As duas irmãs de Elain se distanciaram e a olharam, ela as olhou e quando viu os olhos de Nestha cheios de lágrimas se emocionou.

— Então? — perguntou a futura esposa de Lucien.

— Você está perfeita — disse Nestha limpando as lágrimas teimosas.

— É a noiva mais linda que já vi — disse Feyre sorrindo também com lágrimas nos olhos.

Elain então as abraçou com força. Aquele momento parecia mentira, para ser sincera, não parecia que há anos atrás estavam morrendo de fome em um chalé caindo aos pedaços, não parecia que haviam enfrentados guerras e passado tudo o que passaram.

— Bom, chega — disse Nestha. — Vamos ver se está tudo pronto, depois voltamos para te buscar.

— Certo — disse Elain limpando as lágrimas com medo de borrar a linda maquiagem.

As irmãs então saíram do quarto dentro do templo a deixando sozinha. A noiva, por assim dizer, não sabia se encaixavam bem na situação já que não era mais humana... É, não era mais humana e finalmente aquele pensamento não a atordoava. Enfim, ela se olhou no espelho dourado mais uma vez, olhava se procurando alguma imperfeição que as irmãs não haviam notado.

Os olhos de Elain então foram para o reflexo da figura que surgiu na porta e seu estomoga gelou a fazendo se voltar para trás de imeditado se deparando com Lírio ali.

A fêmea de pele escura e olhos azuis como o céu daanha estava vestida inteiramente de preto, sem jóia alguma, os cabelos soltos e cacheados volumosos indo até o fim da cintura.

— Então, você conseguiu — disse a fêmea adentrando mais no cômodo e Elain seguiu seus passos, rodeando a sala sem tirar os olhos de Lírio.

— Não sei do que está falando — respondeu parando perto da mesa onde havia uma faca dourada. Qualquer tipo de movimento brusco e ela mataria Lírio, sem pensar duas vezes.

— Não se faça de idiota — disse a fêmea rindo. — Conseguiu fazer com que Lucien caísse nesse seu teatro de arrependimento, tudo o que fez não foi por ele, foi apenas por você.

— Você sequer tem ideia do que está falando — retrucou Elain. — Eu e Lucien nos amamos.

Lírio deu um riso de escárnio.

— Eu vi o macho que você queria, lá fora, sentado com a parceira e os filhos deles — disse Lírio. — Eu tenho certeza, de que se aquela fêmea ruiva não tivesse entrado em seu caminho, você jamais estaria aqui, jamais.

— É, tem razão — disse Elain fazendo com que Lírio erguesse as sobrancelhas. — Mas, sabe, ainda bem que Gwyn apareceu, ainda bem que ela é parceira de Azriel e pode completa-lo e fazê-lo feliz e dar a ele aqueles dois meninos lindos, e ainda bem que ela me ajudou a abrir meus olhos, por que se não fosse por ela, eu não estaria com o meu parceiro, o amor da minha vida.

Deu três passos se aproximando mais de Lírio.

— Voce pode pensar o que quiser, Lírio, mas nenhuma palavra sua vai mudar o fato de hoje eu vou me tornar oficialmente aos olhos da Mãe parceira de Lucien.

A fêmea literalmente mostrou os dentes e sacou um punhau indo pata cima de Elain, mas então, algo a impediu e jogo ela estava no chão e Nestha estava atrás dela segurando o braço qual Lírio segurava a arma, quase o quebrando.

— Tente tocar em minha irmã e irá morrer — disse a Archeron mais velha e logo Feyre apareceu ao lado de Elain, se colocou em frente a ela.

— Vamos chamar os guardas... — ia dizendo a Grã-Senhora e então as lembranças das visões que Elain teve, de Lírio matando Lucien e do funeral dele vieram em sua cabeça.

— Espera, Feyre — disse Elain e a irmã mais nova a olhou. — Quero que apague a memória dela.

— O que? — disseram suas irmãs em coro e Lírio a olhou com pavor.

— Elain — disse Feyre em forma de aviso.

— Ela é um perigo para meu parceiro — disse Elain sem perder a postura. — Faça com que ela nos esqueça, para sempre.

Tudo por ele.

Pensou Elain e Feyre olhou para Nestha que olhava para Lírio que estava tão em choque sequer se movia.

— Faça, Feyre — ordenou a mais velha e Feyre respirou fundo.

A Grã-Senhora segurou o queixo de Lírio a fazendo olha-la e a fêmea começou a se debater.

— Não! Por favor! Não! — implorava ela.

Mas logo Lírio se calou, os olhos ficaram vazios e então ela desmaiou.

— Foi feito — disse Feyre.

— Temos que tirar ela daqui — disse Nestha.

— Deixe comigo, esperem um segundo e logo eu volto.

Feyre pegou no braço de Lírio e então desapareceu atravessando para longe, para um lugar onde ninguém conheceria Lírio e ela mesma não conheceria ninguém.

Nestha então abraçou Elain e acolhendo, acolhendo e acolhendo aquele agora segredo que ninguém poderia saber, muito menos Lucien, mas ao menos agora ele estava a salvo, ao menos seu parceiro não seria tirado de si.

O Laço Partido (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora