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As duas chegaram a um coreto feito de arame branco e se sentaram ali, ficaram conversando por mais algum tempo até que Elain sentiu Lucien se aproximando e olhou para o caminho de cascalhos brancos o vendo chegando. O rosto dele não estava dos melhores, parecia realmente aborrecido e só teve mais certeza quando ele subiu no coreto e deu um suspiro cansado.

- Dia longo? - perguntou Aideen a ele.

- Pergunte ao seu parceiro - disse Lucien se sentando numa cadeira entre as duas que se olharam.

Aideen respirou fundo e então se levantou.

- Espero que não tenham destruído nada - disse ela saindo em seguida e deixando Elain sozinha com Lucien.

Ela engoliu em seco e o encarava sutilmente o vendo se esparramar na cadeira, apoiar o cotovelo no braço ao assento e depois passou mão pelo rosto.

- Você e seu pai brigaram? - perguntou ela e Lucien abaixou a mão e a olhou.

- Não acho que foi uma briga, mas discutimos - ele disse se ajeitando na cadeira e cruzando as pernas, colocando o tornozelo sobre o joelho.

- Eu posso perguntar o por que?

Lucien a olhou e suspirou.

- Lírio não quer manter o noivado - disse ele.

Elain realmente teve de segurar o pequeno sorriso que aquela frase causou internamente. Ela pigarreou novamente e se ajeitou na cadeira.

- E você... Está triste? - perguntou e a resposta de Lucien fora um leve dar de ombros, bom. - Sua mãe me mostrou alguns jardins... São todos lindos.

- Sim, são... Ela não te mostrou o seco, mostrou?

- Seco?

Lucien assentiu.

- Um na parte de trás do palácio... Segundo meu pai ele secou há algum tempo e nem mesmo as melhores magias botânicas fizeram com que voltasse.

- Que triste... - disse ela e Lucien a olhou bem.

- Sim.

Ambos ficaram em silêncio novamente e Elain olhou para as mãos unidas sobre o colo, o tecido do vestido rosado logo abaixo. Era comum o silêncio entre os dois, na verdade, era tão acostumada apenas com a presença dele que não conseguia encontrar palavras para dize-lo. Bom... Ela teria que tentar.

- Sabia que me chamam de Dona Elain - disse sem olha-lo e apenas espiou vendo que Lucien a olhava um pouco confuso.

- Perdão? - ele tinha um pequeno sorriso no canto da boca.

- O filho de Gwyn, o Raphael... Ele me chama de Dona Elain - ela disse e Lucien ficou em silêncio por um tempo, mas em seguida começou a dar uma risada sonora, gostosa de ouvir.

- Eu não estou muito surpreso, mas... Dona?

- Sim - ela disse rindo também. - Eu já sou acostumada a ser chamada de tia, mas... Dona me faz me sentir tão... Velha.

Os dois deram risada.

- É só uma maneira do menino ser educado - disse ele.

- Puxou bastante a mãe dele - respondeu Elain e logo eles foram parando de rir.

- Você e Gwyn se dão bem? - perguntou ele e Elain assentiu.

- Bom... Ambas deixamos o passado no passado, além disso... Ela é uma boa pessoa... Ela sempre me acolheu quando ia em busca dela por respostas.

- Foi depois de uma das ajudas dela que decidiu tentar aceitar nossa parceria?

Elain assentiu novamente.

O Laço Partido (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora