S.O.S Garota na Puberdade

Ano que vem.

Quando eu era criança, eu não tinha medo dos próximos anos que viriam. Eu só imaginava coisas boas, meus pais pretendiam adotar um cachorrinho, eu iria finalmente avançar mais uma série escolar, ia amadurecer, reformar meu quarto, e eu mal esperava pelos fins de semana onde eu iria passar o dia inteirinho assistindo desenho animado esperando meu almoço ficar pronto. Cara, eu amava ser criança. Mas quando eu cresci, você se depara com uma frustração imensa, de quando os anos acabam e você já não tem mais aquela expectativa tão alta, até porque, você agora entende que as coisas não são para sempre.
Esse ano eu desenvolvi esse medo absurdo do ano que vem, o ano mal tinha começado, ainda era fevereiro e eu já estava lamentando para quando o ano acabasse. Tudo iria mudar. Minhas amizades iriam cada um para cada canto, eu iria amadurecer muito, conhecer novas pessoas, me apegar e desapegar a outras coisas, e tudo me assustava muito.
Eu ainda estou com medo. Não estou preparada para simplesmente terminar ciclos, amizades vão e vem, e amores também. eu tô com medo, sabe?
Medo de me ver sozinha num lugar escuro e vazio, é como se do nada, sem motivo, tudo acabasse de repente. Talvez algumas coisas ainda durem e não mudem tão cedo, mas é um caso do acaso. É frustrante estar com os amigos, rindo alto e do nada sua mente trazer aquela ideia de "não se esqueça que isso é só um momento que no futuro será apenas uma boa lembrança, um dia acaba".
Mas não necessariamente eu preciso viver pensando assim, eu sei que um dia acaba, mas eu também sei discernir que o agora é para ser vivido.
Eu não quero deixar de ama-lo tão cedo, mas se for para ama-lo agora, eu vou amar de verdade, sem medo ou receio do futuro, até por que, um dia tudo acaba e só nos restarão lembranças.
Eu ainda tenho medo, muito medo, mas as vezes, eu preciso calar essa voz insana que predomina meus pensamentos, que me fazem delirar e viver o que foi feito para ser vivido.