Minha intuição

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Após nossa conversa, Rafaella adotou uma postura totalmente diferente. Foi pontual ao apresentar a academia, logo se despediu dizendo que eu poderia localizar o refeitório sozinha, pois não iria almoçar.

Não êxito ao deixá-la para trás, sigo pelo caminho, aciono o botão do elevador. Ao invés de almoçar eu retornaria para a minha sala.

Quando a porta se abre, me deparo com uma bela mulher de cabelo castanho longo.

- Não me diz que você estava na academia? - A desconhecida questiona.

- Sim... - Afirmo.

- Você não tem amor à vida?! - Fala  assustada. - Ela brigou com você?

- Quem?

- Rafaella.

- Hm..

- Esse horário é restrito à ela.- Faz uma careta -, uma vez esqueci o tênis no armário e tive que votar para pegar...foi terrível.

Agora compreendo o que Natallie havia falado em relação ao horário da academia.

- Você é nova aqui?

- Meu primeiro dia - Respondo.

- Putz, logo no primeiro dia - Continua -, sinto muito que tenha passado por isso, digamos que às vezes Rafaella tende ser assim.

- Por qual motivo?

O elevador para no andar das salas, descemos juntas.

- Bom, ela sempre foi mais introspectiva, poucas amizades.. - Olha para os lados e diz baixinho - Dizem que teve um término difícil.. ficou ressentida com o mundo.

- Isto não deveria ser motivo para tratar as pessoas com má educação.

- É aquela história novata, falta de "dar" faz as pessoas serem amarguradas - Sinto meu rosto ficar vermelho, a desconhecida me fita. - Não nos apresentamos, qual é seu nome?

- Gizelly Bicalho.

- Ah Bicalho, a professora que o Rodrigo exalta - Mordo a bochecha sem graça. - Me chamo Bianca, porém todos - quase todos - me chamam de Bia.

- É um prazer, Bia - Estico a mão para cumprimentá-la, a morena retribui o gesto.

- Aqui fica minha sala - Aponta com o dedo.

- A minha fica aqui - Duas portas da dela.

- Vizinhas!

Abro a porta para entrar e ela me acompanha.

- O que pretende fazer depois do trabalho?

- Ir para a casa e terminar de arrumar meu apartamento - Digo ao me sentar na cadeira, Bianca se acomoda no sofá e faz uma careta ao olhar para o relógio.

- Caramba, tenho aula daqui cinco minutos - Informa. - Que tal procastinar a arrumação e sairmos para beber mais tarde? Conheço um bar incrível e não é tão longe daqui.

Não penso muito e acabo aceitando o convite:

- Claro, só me passa a localização.

- O nome é La vie.. - Pronto, é o suficiente para que memórias da noite passada invadam de novo minha mente. - As oito horas, pode ser?

- Sim, nos encontramos - Ela levantasse, se depende e sai.

(...)

À tarde permaneço na minha sala, organizo meus pertences e me ocupo com os relatórios que a secretária do Rodrigo havia enviado. Imprimo as fichas das professoras que iria acompanhar, e leio uma por uma.

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