Nós

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Acordo sozinha na cama, procuro Rafaella pelo o cômodo mas não à encontro.

O relógio marcava seis horas, bocejo antes de me levantar, e pego o lençol para cobrir o meu corpo.

- Rafa? - A chamo. - Rafaa?

- Estou tomando banho. - Anuncia do banheiro.

Vou até ela, o box estava embaçado pelo vapor do chuveiro.

- Posso entrar? - Solto o tecido no chão antes mesmo de ouvir a sua resposta, e fico esperando.

A mais alta abre uma fresta na porta, me sonda.

- Se você entrar, vamos chegar atrasadas. - Me observa aguardando pela a minha decisão.

- Não ligo. - Dou de ombros, e me uno à ela.

Há alguns meses atrás não teria cogitado em fazer isso, e também ficaria preocupada e ansiosa com a hipótese de me atrasar. No entanto, tudo mudou depois que começamos a nós relacionar. Não que eu tenha ficado irresponsável, apenas me dei o direito de não ser a primeira a chegar. Mesmo porquê não é sempre que me atraso.

Rafaella me acolhe em seus braços, aperta a minha cintura. Coloco meus braços em torno do seu pescoço.

- O que você quer fazer hoje? - Pergunto enquanto passo às mãos pelo o seu corpo.

- Ficar com você. - Diz enfática.

- É o seu aniversário, não gostaria de comemorar?

- Como sabe que é meu aniversário? Não lembro de ter falado.

- Eu decorei a sua ficha. - A olho com travessura. - Me diz, como gostaria de comemorar? Quer uma festa com a Manu, Eusébio e outros amigos?

- Não, sem comemorações. Quero ficar apenas com você.- Beija meu colo. - Podemos fazer uma festa privada.

- Então é o que faremos. - Concordo.

Rafaella me empurra contra a parede.

- Nem pensar, quem vai ganhar o presente é você. - Tento trocar de posição com ela, mas falho.

- Por eu ser a aniversariante, sou eu que escolho o meu presente. - Se abaixa, levanta a minha perna esquerda sobre o seu ombro, e encaixa a boca na minha intimidade.

Solto um gemido alto. E a única coisa que consigo pensar, é que não irei precisar de alongamento, não depois do banho gostoso que estávamos tendo.

- Feliz.. aniversário - Seguro seus cabelos molhados -, meu amor!

(...)

Hoje era um dia comum, como qualquer outro. A diferença é que tinha recebido mensagens de familiares me parabenizando, - mensagens que ignorei e/ou respondi com um emoji de beleza -, eles estavam cientes dos meus sentimentos em relação à comemorações, não era novidade que comemorações tinham ganhado um novo sentido depois que a minha filha se foi. É claro que estava grata pela a minha vida, mas não via mais motivos para festejar.

Entro no salão que estava vazio, usando meu collat e sapatilhas, fico de frente para os espelhos e realizo uma sequência de movimentos, apenas para aquecer o corpo. Permaneço por um longo tempo sozinha com a minha dança. Quando já estou com dor nos pés, e sinto o suor escorrer, fecho os meus olhos, sento e medito.

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