O que o Amor faz

307 27 19
                                        


Depois de minha conversa com a Bianca, resolvo retornar para a aula, mas ao chegar noto que havia finalizado. Opto por entrar na sala para ver se Rafaella ainda estava no local. Quando passo pela porta, vejo às professoras conversando com os poucos alunos que ficaram.

A minha presença não é ignorada, Rafa acena com a mão assim que seus olhos me encontram, levanto a mão para corresponder e permaneço parada à sua espera.

- Boa noite, professora. - Um aluno diz antes de sair.

- Boa noite. - Viro para responder. - Dirija com cuidado, Miguel.

- Sempre, Prof. Gi. - O garoto concorda

Logo Júlia também passa por mim.

- Boa noite, Gizelly. - Diz.

Agimos com cordialidade, nos cumprimentamos com um acenar de cabeça.

- Boa noite, Julia. - Respondo.

- Giii - Rafaella vem sorrindo ao meu encontro. -, que bom que cê' aqui. - Me puxa.

Um abraço pode ser lar? Porque é o que sinto toda vez que à abraço.

- Achei que esse horário você estaria no décimo primeiro sono. - Relata ao me soltar.

- Eu também - Dou de ombros como se não fosse nada demais. -, porém resolvi ficar.

- Você assistiu a aula? - Percebo resquícios de curiosidade.

- Um pouquinho.

- O que achou? - Arqueia as sobrancelhas em êxtase.

- Bom. - Digo simplório.

- Bom!? Vamos, você é a coordenadora desse lugar.

- Eu não estou aqui como coordenadora.

- Ah, não?

- Não.

- Mas tenho certeza que deve ter feito um relatório. - Cutuca minha barriga em brincadeira.

Cruzo os braços ficando na defensiva.

- Eu não fiz um relatório. - Falo um pouco ríspida.

O silêncio paira entre nós, ela não força a situação.

- Vamos para a casa. - Propõe enquanto pega as bolsas.

(...)

O caminho para a casa não foi igual o habitual. No elevador, Rafaella aperta o meu andar e o dela.

- Você não vai ficar comigo? - Pergunto antes da porta se abrir.

- Imagino que esteja cansada, é melhor que eu durma na minha própria cama e lhe espaço.

A porta se abre, seguro com a mão.

- Ok. - Dou um tempo para que ela me acompanhe, mas isso não acontece.

- Boa noite, Gi. - Beija a minha face.

- Boa noite, Rafa.

Solto a porta, deixando que o elevador a leve.

🦒

Eu gostaria de ter passado a noite com a Gizelly, assim como sempre fazemos. Mas ela havia ficado estranha após a minha pergunta, e durante o percurso para a casa não tinha expressado o que pensava. Era nítido que precisava de um momento sozinha, ambas precisavam e eu estava disposta a ceder.

TENTATIVASOnde histórias criam vida. Descubra agora