Cobaia

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Por um longo segundo considerei estar vendo Rafaella - efeito do álcool -, mas não era. Semicerro os olhos para tentar reconhecer a pessoa que me chamava. Consigo descobrir quando o espaço entre nós duas se diminui.

- Gi!! - Natalie pronuncia meu apelido animada, e me abraça.- Sabia que era você, está indo embora? - O seu hálito esbanjava embriaguez.

- Boa noite, Natallie - Tento me afastar de seu aperto, mas mesmo assim a mulher mantém o braço em meu ombro. - Sim, estou indo para...

- É, eu também - Consigo me distanciar e logo percebo o porquê dela estar com o braço sobre mim. Ela não conseguia se manter em pé, ao me soltar, vai até a parede lateral e se encosta.- Estou.. esperando o veículo...chegar.

Observando seu estado atual, fico apreensiva em deixá-la entrar em um carro daquele jeito.

- Olha, eu moro há exatamente um quarteirão daqui. O que você acha de ir comigo?

- Está me convidando para passar a noite com você? - Ela sorri ao levantar as sobrancelhas.

- Não, estou convidando-a para ir com segurança até a minha casa.

- O quanto terei que andar?

- Não muito.

- Ok - Estende a mão para mim. -, eu vou com você.

Apoio a mão em sua cintura e ela coloca à mão sobre meu pescoço. Saímos andando pela calçada.

Durante o percurso que caminhamos ela diz coisas aleatórias, que soam engraçadas por um tempo. Depois cisma que devo colocar Jennifer como dançarina principal, que Rafaella não a escuta de forma alguma, por ter ciúmes dela com a Julia, a ex de Kalimann. Mesmo ficando curiosa, ignoro o que ela fala.

(...)

Quando descemos no andar do meu apartamento, a tortura se inicia. Pois assim que Natallie entrou no elevador a embriaguez a deixou sonolenta, com dificuldade desço com ela, por ser mais alta do que eu, era difícil mantê-la em pé e destrancar a porta. No final consigo abrir e entrar com ela, mas não vou muito longe, a coloco no sofá.

- Moça, você está me devendo. – Suspiro cansada.

- Posso...te pagar...agora? - Faz carinho no meu braço.

- Sou hétero.

- Não.. você não é.

- Tá bom, mas as chances de me tornar são maiores do que transar com você.

- Entendido, não darei mais em cima de você - Fala grogue. - Até porque eu não dormiria com a minha chefe - Sorri com os olhos fechados.

Rapidamente à mulher apaga no meu sofá, retiro apenas os sapatos do seu pé, acomodo sua cabeça em um travesseiro, busco uma manta e a cubro.

Olho para o relógio na parede, estava tarde. Vou para o meu quarto tomo um banho relaxante. Ao deitar pego um livro para ler, mas adormeço antes mesmo de terminar o capítulo.

(...)

Acordo com o despertador tocando. Levanto, realizo minha higiene matinal, em seguida faço alongamento por quinze minutos, ao terminar massageio minha perna direita. Coloco o roupão para sair do quarto.

Sigo em direção à cozinha para preparar o café da manhã, porém antes que possa chegar lembro que tinha uma convidada na minha sala. Os ambientes são conjugados, separados apenas pelo balcão central.

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