capítulo 6

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Sabe quando você leva um soco na barriga e perde o ar? Então, é assim que estou me sentindo.
Estou sem palavras, não existe espaço suficiente para a imensa alegria que estou sentindo.

-Não precisa dizer nada anjo, só quero que você saiba que não vai ser esse seu amiguinho que vai te tirar de mim.
É isso mesmo que eu estou vendo? Um Nicolas com ciúmes? Não é possível.
-Você está com ciúmes?
-Não. Claro que não, estou apenas dizendo.
-Tem certeza disso Nick? - Pergunto tentando segurar meu sorriso.
-Talvez eu sinta um pouco, também não é para tanto, ele está interessado no que é meu!
-Não, ele não está. Não existe isso entre a gente, isso é coisa da sua cabeça.
-Não, não é. Afinal você aceita almoçar comigo? - Diz mudando de assunto.
-Se eu continuar viva, sim eu almoço com você. - Percebo que seu corpo ficou tenso.
-Nick, estou me referindo a Ayla.
-Eu sei.
-Não foi o que sua postura disse.
-Esqueça isso. - Diz ríspido.
-Ok. Estou voltando para o escritório.
-Anjo, desculpe não quis ser grosso.
-Não foi.
-De verdade, me desculpe anjo. Fui rude, apenas não queria que você estivesse envolvida nessa situação. - Suspira.
-Você não tem culpa de querer vingar a morte da sua família, e ter pessoas atrás de você.
-E o almoço?
-Eu percebo quando você muda de assunto, só para avisar. E como eu disse, preciso ver se sairei viva, por causa da Ayla. - Dei ênfase ao nome da Ayla.
-As vezes é necessário desviar de um assunto se for para se machucar menos. Você sairá viva, torcerei por você anjo. - Diz me dando aquele lindo sorriso que ele tem.
-Até o almoço Nick.

Antes de me dirigir a porta, o Nicolas se levanta num piscar de olhos, uma de suas mãos me segura firme pela cintura me puxando para ele, enquanto a outra vai em direção a minha nuca, sem pressa alguma, nossos olhos em uma conexão que ninguém seria capaz de entender, e então nossos lábios se tocam. Nossas línguas se saboreando, aquele beijo devagar, que arrepia os pelos da nuca, que te faz esquecer onde você está, que te faz ignorar todos ao seu redor, um beijo... apaixonado.
Aos poucos nosso beijo foi terminando, com aquele gosto de quero mais. Olhei ao redor ciente de que estavamos em um restaurante, mas apenas encontrei alguns clientes nos olhando de lado e Caio que estava nos olhando, mas rapidamente desviou para o escritório, porém consegui ver um sorriso se formar em seu rosto.
-Você fica linda quando cora anjo.
Sinto que minhas bochechas estão queimando, e o Nicolas não está facilitando.
-Nick não diga essas coisas.
-O que? Que você fica mais corada? Você está ficando mais corada sabia? - Diz sorrindo.
-Pare Nick, você não está ajudando. - Digo tentando esconder o sorriso, que insiste em se formar no meu rosto, mas eu falho.
-Vale a pena ver esse sorriso no seu rosto, ver você ficar corada, isso me faz imaginar coisas. - Diz passando o polegar pela minha bochecha, e se aproxima do meu ouvido - Coisas gostosas, que envolve minha língua, dedos e pau te penetrando, fazendo você gritando de prazer
-Nick... - estou ofegante com essas simples palavras, mas é difícil não imaginar.
-Eu te espero para o almoço anjo. - diz sorrindo.
Como assim ele me fala essas coisas e vem me falar de almoço?
-Ok! - bufo nervosa, mas meu nervosismo some dando lugar ao tal "frio na barriga", quando ele me da outro beijo,
Eu estou muito ferrada.

O Nicolas insistiu em me deixar no escritório, claro que achei um exagero, sendo que o restaurante fica em frente.
Agora tenho que enfrentar uma fera que está dentro da minha sala, provavelmente ela vai querer me matar, mas depois ela vai me agradecer, na verdade, ela e o Thomas.
-Foi necessário chamar a polícia? - Sorrindo, pergunto a Bianca.
-No começo quase foi necessário, mas depois ficaram em silêncio. Quero dizer, não colei meus ouvidos na porta para saber se estavam exatamente em silêncio, mas não ouvi mais murros na porta.
-Privacidade em primeiro lugar.

Vou em direção a minha sala, e realmente está um silêncio no corredor. Quando abro a porta, encontro uma Ayla descabelada arrumando sua saia e um Thomas amarrando seu tênis, olho para minha mesa na esperança de que não tenham feito nada em cima dos meus documentos, mas pelo visto minha mesa não foi o alvo.
-Se divertiram?
-Eu já te disse que vou te matar?
-Até agora... - Digo de uma forma pensativa - Você não disse, não que eu me lembre Ayla.
-Depois eu te mato, tenho que trabalhar.
A Ayla passa por mim como um furacão, sem ao menos se despedir de Thomas.
Confesso que já estava pensando em ligar para uma funerária, a Ayla agiu de uma maneira que não esperava. Pelo jeito o Thomas fez bem a ela.
-Thomas? Está tudo bem?
-Não sei. Estavamos ótimos, quero dizer... estavamos surtando quando você saiu e nos trancou aqui, mas depois que a gente...
-Me poupe dos detalhes Thomas. - Eu digo, interrompendo-o.
-Eu não ia te dizer Lina, mas foi como se algo dentro de nós fosse ligado, eu sei que ela sentiu algo também, porém acho que ela não quer se permitir sentir. E tem você também, meu Deus! Eu estou falando da Ayla com você.
-Thomas em primeiro, vamos deixar claro que você gosta de mim como sua irmã e não como uma namorada. Em segundo, se você sentiu algo pela Ayla, pensa bem se é isso mesmo, e vai atrás dela. Ela é complicada, mas é a melhor pessoa do mundo.
-Eu sei que é. Droga Lina, por que você sempre tem que dizer as coisas que fazem sentido? Vou pensar em tudo, fala com ela Lina, por favor?
-Ok Thomas, vou falar com ela, e você pense bem.

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