Ultrapassando os limites

capítulo 15

Nicolas

Estava pronto para sair do banheiro, quando ouço um barulho de vidro quebrando, e no mesmo instante retiro uma pistola de dentro da gaveta da pia.
Saiu do banheiro pronto para atirar, e então começo ouvir passos correndo. Isso não é bom.
O meu celular toca e vou em direção ao mesmo, mas em nenhum momento desvio meus olhos da porta.
-Nicolas.
-Código vermelho. - Diz um dos seguranças.
-Relatório.
-Tentaram quebrar a janela dos fundos, fomos ver o que aconteceu, no mesmo momento em que a senhorita Celina saiu com o carro do senhor em alta velocidade.
-Por que não impediram ela? - Rosno para ele.
-Se fossemos impedir teriamos que atirar contra o carro, e isso poderia ter consequências.
Se atirassem contra o carro, ela poderia perder o controle e bater contra algo, ou além disso... Droga!
-Localização.
-Rua Boulevit, 278. Prédio abandonado.
-Liga para o restante, quero todos fazendo escolta quando a Celina sair.
-Sim senhor.
Desço as escadas o mais rápido que posso, e vejo que ela deixou o celular. Porra!
Vejo que tem uma mensagem, com o mesmo endereço que o Caio me passou, de qualquer forma eu a encontraria, pois meus carros tem rastreador.
-Nicolas. - Diz Caio entrando na sala.
-Caio. Estou saindo.
-Nicolas, preciso que veja algo no celular da Celina.

O que eu vejo não é nada bom, sei que a tia dela é a única familia de sangue que ela tem, e depois do que aconteceu com os pais dela, com toda certeza que ela iria tomar uma atitude.
De tudo isso, uma coisa eu tenho certeza, eu mesmo vou matar a pessoa que encostar um dedo no meu anjo, nem que para isso eu tenha que morrer.

Santiago/Neytan

Já estou sentindo o cheiro do dinheiro, cheiro de vitória.
Eu sabia que todas as janelas da casa são blindadas, até mesmo a dos fundos, entao fiz a mesma coisa que fiz com o acidente de carro da Celina, que a deixou em coma por uns dias. Sabia que não irei fazer muito estrago, mas o impacto do carro desgovernado distrairia os seguranças, dito e feito.

Eu estava observando tudo por um telescópio de última geração de um prédio não muito distante de onde o casal apaixonados estavam.

Usei o clorofórmio para desmaiar a Dianna, levei ela para um prédio abandonado e a amarrei, dei um tiro de raspão para deixar mais assustador, quando a Celina recebesse as informações da sua tia.
Esperei até o momento em que a Celina ficasse sozinha, e quando vi o Nicolas subindo as escadas, foi o melhor momento.

Sei que no momento em que o Nicolas descobrir que ela não estará na casa, e com toda certeza ele virá até ela. É por isso mesmo que estou facilitando e ligando para ele, mesmo tendo a certeza de já saiba o local.

-Nicolas. - Ele responde.
-Nicolas, você tem 15 minutos para chegar aqui ou a Celina morre. Tenho certeza que já sane onde ela está, certo?
-Quem é você?
-Um homem que quer a sua cabeça, venha sozinho e desamardo, se eu desconfiar que não cumpriu o que pedi, eu mato elas, entendeu?
-Sim.
-Espero que tenha entendido mesmo. Faça o que eu digo Nicolas, se não eu mato ela e ainda mando os pedaços para você se lembrar. - Digo rindo.

Sem sombra de dúvida, ele estará aqui antes dos 15 minutos, ele morreria por ela.
E será justamente por ela, que ele morrerá hoje.

Celina

Acabei de chegar no lugar, e confesso que medo não chega nem perto do que estou sentindo, estou com uma mistura de medo, raiva, ódio, desespero, mas apesar de tudo, não vou desistir da minha tia.

Entro no prédio e na mesma hora, sinto cheiro de coisa podre, vejo ratos passando do outro lado e me arrepio.

-Demorou para chegar donzela, achei que ia ter que cortar os braços da sua tia e mandar pelo correio.

Não. Isso não é possível.

-Neytan?
-Não docinho, Santiago. Meu nome é Santiago - Diz com um sorriso que chega a assustar.
-Cadê a minha tia?
-Ah, a sua tia? Não sei, no inferno talvez?

Maldito!
Dou um passo para frente, pronta para voar no pescoço dele, mas ele me mostra que está armado. Mantenha a calma Celina, pela Dianna.
-Calma docinho, o show só pode começar quando o Nicolas chegar.
-Por que você está fazendo isso? É pelo Nicolas ter te batido, é isso?
Ele da uma gargalhada, que me da arrepios.
-Não Celina, tudo isso porque eu quero o dinheiro. E você é a única que faria ele vir até aqui, sem muito trabalho, e para trazer você até aqui na mesma hora, a única opção seria a sua tia. Fim da linda história. - Ele diz sorrindo.
-Achei que éramos amigos Neytan, e a sua noiva?
-Amigos? Não faço amizade Celina, eles ferram com a sua vida. E noiva? Nunca tive. O amor destrói as pessoas. Veja onde o seu amor pela sua tia te trouxe, veja onde o amor do Nicolas por você, vai traze-lo. Idiotas são aqueles que amam docinho.
-Você está enganado, você não entende...
-Chega! Não quero conversar, quero o meu dinheiro.
-Cadê minha tia?
Ele anda alguns passos para frente e me puxa pelo braço.

Tia? Minha tia está como estava na chamada, amarrada e pálida, muito pálida. Mas posso ver uma leve movimentação na caixa torácica, está viva!

-Tia? Tia? Fala comigo.
-Hm...
-Tia! Tia vai dar tudo certo.
-Celina? O que está acontecendo?
-Calma tia, nós vamos sair dessa situação.
-Querida... - Ela tosse sangue, me deixando apavorada - Não se sinta culpada pela morte dos seus pais, por qualquer coisa que aconteça hoje. Por favor, aconteça o que acontecer, não desista, viva sua vida.
-Para tia! Para de falar como se estivesse se despedindo. - Lágrimas escorrem pelo meu rosto.
-Eu te amo querida.
-Eu tambám te amo tia, eu vou te tirar daqui. Calma.
-Blá blá blá, quanto sentimentalismo. E nao Celina, você não irá tirar sua tia daqui, ao menos não viva. - diz sorrindo.
-Por que você está fazendo isso? Tudo por dinheiro? São pessoas! pessoas que bao te fizeram nada e irão pagar por seu capricho!
-Cuidado com o que diz Celina, e faço o que faço porque dinheiro é a única coisa que importa nessa vida.
-Neytan... Vamos conversar..
-Agora? Nao quero. E já que ela está morrendo mesmo, vamos acabar com isso.

Minutos depois vejo a bala perfurando a testa dela, me fazendo gritar.

-Tia! Tia!
Olho para o Santiago com tanto ódio, que não me importa se ele tem uma arma ou um canhão.
-Seu maldito!

Começo a bater nele, mas infelizmente ele é mais forte, e me da um tapa forte no rosto me fazendo ir de encontro ao chão. Sei que minha boca está sangrando, pois sinto o gosto e vejo quando pingar no chão.
Ele olha para o relógio no pulso, e sorrindo diz:

-Levanta.
Ele puxa o meu cabelo com tanta força, que lágrimas escorrem do meu rosto.
Lágrimas de raiva, dor. Dor de coração... Tia.

-O show vai começar docinho. - Ele diz rindo de leve, no meu ouvido.
De repente sinto um revólver na lateral da minha cabeça, e logo entendo o motivo dele dizer aquilo.

-Nick...
-Anjo.