capítulo 8

651 48 2
                                    

Celina

Dor. Sinto uma dor excruciante por todo meu corpo, quero abrir meus olhos mas não consigo.

-Acorde anjo, volta para mim.

Tento dizer algo, mas não consigo. Parece que não tenho domínio sobre meu corpo, meus olhos não querem abrir, meus dedos não se movem, meu corpo não se mexe, nada acontece.
-Anjo? Se você consegue me ouvir, volte para mim. Abra esses lindos olhos, por favor. - Ouço sua voz ficar rouca, como se tentasse não... chorar.
Forço meus olhos abrir, mas o que ganho em troca é mais dor, e a escuridão vem de encontro a mim.

-Querida, acorde meu bem. A tia está aqui.
Tia? Oh, meu Deus!
-Por favor querida.
Droga, droga, droga! Tento abrir meus olhos, mas em vão, e a escuridão vem a mim novamente.
Não! Droga.

-Acho bom você acordar Celina Sullivan, se não eu vou te puxar pelos cabelos. Está me entendendo. Não estou brincando Lina... Por favor... Acorda.
-Por favor.. precisamos de você...
-Não chore Ayla, ela vai acordar.
-Eu a quero de volta Thomas...

Não, não, não... Você não... e a escuridão me encontra de novo, e de novo, e de novo...

Nicolas

Faz 4 dias. 4 malditos dias em que a Celina não acorda.
4 dias ouvindo o Caio me pedindo para voltar para minha casa, 4 dias ouvindo a Ayla me dizer que não me conhece, mas que preciso ir para casa, 4 dias ouvindo a tia da Celina me dizer que devo gostar muito dela, mas que ainda assim eu preciso descansar, em uma cama confortável.

Eu estou durmindo em uma poltrona de hospital, ouvindo os batimentos dela por uma máquina, esperando o momento em que vou ouvi-la, ver aquele lindo sorriso, aqueles lindos olhos castanho.
Tenho certeza que ela vai me deixar, quando ela acordar ela vai me dizer que não quer mais ter nada comigo, nem mesmo uma amizade, mas eu não quero que ela me deixe.

Quem sou eu para pedir que ela fique, justo eu, que sou o homem que está trazendo esses problemas a ela, mas não importa. Eu só quero que ela acorde, depois eu luto por ela. Sinto meu coração apertar só de pensar que ela pode me deixar, mas eu não vou desistir.
Eu nunca desisto. Volta para mim anjo, eu não vivo sem você.

Celina

Sinto dores pelo meu corpo, mas não como antes. Antes do que? Faz horas? Dias? Semanas que estou assim? Não faço a mínima ideia.
-Anjo, volta para mim.

Estou tentando Nick.

-Meu bem, vá para casa por favor. Eu fico com ela.
-Não. Eu vou ficar.
-Nicolas, faz 4 dias. Você precisa ir para casa, se ela acordar nós te avisamos na mesma hora.

4 dias? Eu estou assim a 4 dias? Meu Deus!

-Eu já disse que não irei Dianna. Eu vou ficar.
-Ok querido, não irei falar mais disso. Eu vou na lanchonete, quer algo?
-Não, obrigado.

Ouço a porta ser fechada.
-Me deixe sozinho Caio.
-Ok. Ela vai voltar Nicolas.
-Estou contando os minutos.

Ouço o barulho da porta se fechando novamente, e alguém pegando na minha mão. Nicolas. Eu sei que essa mão é dele, não me esqueço do seu toque, do seu cheiro, do seus olhos, oh Nicolas...
-Oi anjo, tudo bem? Pergunta idiota, é claro que você não está bem. Bom... a médica me disse que talvez você pudesse me ouvir, não sei se essa merda é verdadeira, mas... estou arriscando.

Ouço ele respirar fundo e continuar:
-Anjo, eu preciso muito de você. Sei que não sou o homem certo para você, mal te conheci no primeiro dia e já te trouxe problemas, mas eu sou egoísta. Eu não quero deixar você ir, eu estou enlouquecendo sem você... volta... para mim... por favor.
Ouço ele falar com dificuldade, tentando se controlar.
-Por favor anjo.
Sinto quando ele pega na minha mão e passa no seu próprio rosto.

Ultrapassando os limites Onde histórias criam vida. Descubra agora