Ultrapassando os limites

epílogo

4 meses depois

Em 4 meses resolvemos tudo, na verdade o Nicolas resolveu. Ele estava com tanta pressa de casar e sair de Los Angeles, que em 1 mês a casa foi icendiada, do jeito que ele planejou.

Ele fez com que todos acreditassem que morremos na casa, saímos em uma madrugada disfarçados, em um carro todo preto dirigido pelo Caio, enquanto eu e o Nicolas ficamos no banco de trás deitados.
Ele ficou com receio de que eu e o bebê se machucasse, mas insisti que estava tudo bem.

Foi difícil fazer com que ele entendesse, mas no final deu tudo certo. Fomos para um hotel e ficamos 3 noites, enquanto na troca de horário de Caio, o mesmo aproveitou e ateou fogo na casa.
Ninguém desconfiou de nada, pelo Caio ser amigo do Nicolas ninguém cogitou a ideia de que ele tinha feito algo.
Para todos os seguranças e vizinhos foi um acidente.

Antes do plano ser colocado em prática, o Nicolas quebrou os sprinklers*, e então o Caio deixou o fogão aceso e jogou álcool contra o fogo, fazendo com que se alastrasse pelas cortinas e assim pela casa. É claro que o Caio estava protegido, por debaixo da roupa de segurança tinhas roupas especiais, e ele ficou em uma distância que lhe deu tempo para correr.
Para todos os defeitos eu ou o Nicolas, havia deixado fogo aceso e alguém tinha trazido o álcool para a cozinha, causando o acidente.
Nesse meio tempo de incêndio,  o Caio teve que ficar perto da casa para que não desconfiassem dele. Ele alegou para a polícia, que estava indo para casa quando viu uma claridade vindo da casa do seu chefe e amigo.

Todos os prédios que o Nicolas tinha, ele passou para o nome de Caio, claro que o Caio não acreditou, mas era verdade.

Confesso que me senti mal por enganar algumas pessoas. Fiquei sabendo pela Ayla, que no meu suposto "enterro", os pais e o irmão dela estavam lá, até mesmo alguns dos nossos clientes.

Dentro de 1 mês, o Nicolas conseguiu os novos passaportes e identidades com nossos novos nomes. Agora eu sou Victória Benett e ele Henry Montori, hoje estamos morando na França, em uma nova vida, mas dentro de alguns minutos eu serei a Victória Benett Montori... E por isso, eu estou pirando!

Na minha gravidez, está tudo ocorrendo normalmente. Estamos arrumando o quarto do bebê desde o dia que descobrimos o sexo, nosso menino já tem nome, Enzo. Nós ficamos tão feliz na consulta, que até mesmo ele chorou.

Estou com o famoso vestido branco, tomara que caia e soltinho na frente, já que a minha barriga cresceu um pouco.
-Ayla como eu estou?
-Linda!
-Tem certeza? Será que não seria melhor passar um pouco mais de...
-Lina, quero dizer Vick. É tão estranho chamar você assim... - ela diz fazendo uma careta - mas calma que eu me acostumo. Você está linda, até a sua barriga está sexy. Ah e só para te avisar, noivas atrasam, mas não chegam 1 década depois!
-Ayla eu sei, mas estou pirando!
-Eu sei! Estou aqui como prova.
-Deixa de ser chata Ayla.
-Também te amo.
-Estou indo. Seja o que Deus quiser. - respiro fundo e vou para a praia.

Nicolas / Henry

Nervoso se tornou meu sobrenome nessas últimas horas, estou tão ansioso que é capaz de eu cair e derrubar o bolo na frente de todo mundo.
Deveria ser proibido noivas se atrasarem, com toda certeza.

Viajamos para o Caribe para fazer nosso casamento, pelo fato de eu e o anjo ter se mudado a poucos meses para França, não deu tempo de fazer muitas amizades, mas conhecemos nossos vizinhos, e no final das contas, nossa festa que seria pequena, teve muito mais pessoas do que imaginavamos.
Convidamos nossos vizinhos e suas famílias, a Ayla e o Thomas como padrinhos do anjo, e por fim o Caio e sua esposa como meus padrinhos.

É claro que gostaria que apenas o Caio soubesse que ainda estou vivo, mas ele disse que não queria esconder nada da esposa, e querendo ou não, eu entendo ele, pretendo não esconder nada da Celina.

-Por que as noivas tem que demorar tanto? - digo impaciente.
-São as mulheres Nico... Henry, quem é que vai entender. _ responde Thomas sorrindo.
-Isso é fato. Sabia que que quase mandei matar você quando soube que gostava da Celina?
-Nossa. - sori - Relaxa, que eu sou louco pela Ayla.
-Acho bom Thomas.

Quando ele ia me responder, uma música suave começa a tocar.
Não acredito no que estou vendo.
Ela está linda, tão linda que me deixa sem palavras.
-Não vai desmair Henry.

Não consigo nem responder, meu foco está na mulher que está na porta, pronta para vir em minha direção.
Pronta para me amar, e eu... pronto para ama-la de corpo e alma.

8 anos depois

Celina / Victória

Os anos que se passaram foram maravilhosos, não me sinto mais culpada pela morte dos meus pais, é claro que eu queria muito que eles estivessem comigo, mas eles estão em um lugar melhor.

Nesses anos a Ayla e o Thomas tiveram tantos problemas, principalmente o ciúmes, mas nem por isso deixaram de ficarem juntos, tanto que agora estão noivos.
Não exerci a minha profissão, porque queria me dedicar ao meu filho e marido, e sinceramente, valeu a pena.

-Mãe! Faz o papai parar.
-A mamãe não vai te ajudar não.
-Mamãe!
É incrível como esses dois ainda não se mataram. O Enzo é a cara do pai, mas na matéria de irritar o meu marido ganha.

-Mãe!
-Henry, deixa o menino. - digo sorrindo.
Admito que sinto falta de chamar ele de Nicolas, mas já me acostumei.

-Papai obedece a mamãe, se não ela não faz mais bolo para gente. - ouço o Enzo dizer.
-Verdade rapaz, vamos parar de bagunçar.

Enzo vem correndo em minha direção e passa a mão na minha barriga de 7 meses.
-Oi Clarinha, sabe quem está falando? O seu irmão.

Sinto quando minha filha, Ana Clara chuta onde o Enzo passou a mão, e vejo um sorriso deslumbrante no rosto dele, uma cópia do pai.
-Você viu mamãe? Ela chutou mamãe!
-Ela te ouviu meu pequeno.

Olho para o lado e vejo meu amor nos olhando com um lindo sorriso no rosto.
-Eu te amo. - digo sem nenhum som.
-Eu te amo. - ele me responde da mesma forma.
-Sempre. - dizemos em uníssono.

"Amor não se conjuga no passado; ou se ama para sempre, ou nunca se amou verdadeiramente."

Sprinklers*: chuveiro automático para incêndios.