capítulo 17

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Caio

Desespero defini o Nicolas nesse momento, estou tentando fazer com que ele tenha calma, mas não é fácil quando se trata de alguém que você ama, sou a prova viva disso.

Confesso que estou com medo de que Celina não resista, ela é forte e sei que vai conseguir, mas não deixa de ser preocupante. Todos esses meses que se passaram, aprendi a gostar dela, uma mulher que não permitiu que o medo, nem as perseguições a fizesse desistir de quem ama.
Infelizmente, ela vai ter que aprender novamente a superar a morte da tia. A vida dela não foi fácil nesses últimos anos, mas em nenhum momento desistiu de si mesma, ela é uma guerreira com toda certeza.

No momento em que o Nicolas mandou eu entrar no prédio, sabia que alguém tinha sido ferido, ele me pediu para que mantesse o Santiago vivo, porque ele iria faze-lo pagar, se eu concordo? Plenamente.

O Nicolas me pediu para dar um jeito de tirar o Santiago daquele prédio, pelo fato da polícia vir ao local, ele sabia que o Santiago seria preso, mas não é isso o que ele quer.

Eu desconfiava que aquele homem que se dizia chamar Neytan e se fazendo de amigo, não era quem dizia, mas não encontrei nada sobre ele, nada errado, ele soube fazer tudo certo, sem deixar pistas, pelo visto é um profissional da tecnologia.

A Celina entrou na ambulância inconsciente, deixando para trás um Nicolas desesperado, os socorristas tinham que examinar o ferimento dele, mas ele queria ir junto com a Celina, e no final acabaram cedendo, quando o Nicolas disse que se responsabilizava por qualquer coisa que acontecesse.

No momento, só me resta esperar para que a Celina fique bem. E ela ficará.

Nicolas

Fica comigo anjo, por favor. Por favor.
Estou na sala de espera, esperando que ela sai viva da sala de cirurgia.
Uma Ayla apavorada, está chorando nos braços de um homem,  Thomas se não me engano.

Meu ombro foi atingido pela bala, de raspão, por isso insisti em dizer que estava bem para ficar na sala de espera, apenas quero a Celina comigo, nada importa. Eu preciso dela.
Vamos anjo, volta pra mim.

Se passou horas sem nenhuma notícia dela, isso está me fazendo enlouquecer, não consigo ficar sentado, ando de um lado para o outro impaciente. Toda vez que vejo algum médico passa pelo corredor eu pergunto sobre ela, mas ninguém me dá qualquer notícia, confesso que estou com vontade de quebrar a porta e entrar para ter alguma notícia, mas isso só iria prejudicar meu anjo.

-Família de Celina Sullivan?
Eu levantei, seguido pela Ayla e o Thomas.
-Bom, a situação dela é grave, mas até agora ela está bem, apenas precisamos...
-Doutor? Precisamos de você. A paciente está tendo uma parada cardíaca. - Uma enfermeira diz, fazendo com que ele corra.

Não penso duas vezes, e vou atrás deles, mas outro enfermeiro me para no caminho.
-Desculpe senhor você não pode entrar aqui.
Tento passar por ele, mas isso só faz com que venha mais enfermeiros.
-Eu preciso ve-la. - Vocifero para o enfermeiro.
-Deixe-nos fazer nosso trabalho e verá ela em breve, você está nos atrapalhando.
-Cara, vem. - O Thomas coloca a mão no meu ombro que não está ferido. - Temos que esperar, ela vai ficar bem.
-Ela vai.
Por mim anjo, por quem for, por favor.

1 hora de tortura se passa, até que o médico realmente nos da notícias:

-Ela está estável, porém, precisará ficar de repouso por uns dias aqui no hospital. A bala perfurou perto do coração, mas não chegou atingir. Foi por pouco. Ela irá para o quarto dentro de 1 hora, caso não tenha nenhuma reação contrária.

E aqui estou eu, no quarto em que ela está, porém, ainda está dormindo.
Todos nós a visitamos, a Ayla implorou para mim, para que ela fosse primeiro, já que era 1 pessoa por vez, e eu concordei apesar de estar louco para ve-la.

No mesmo dia, porém a noite, ela acordou.
-Anjo? Como se sente?
-Como da outra vez. Como se tivessem passado um trator em cima de mim, estou tão cansada.
-Durma um pouco anjo.
-Eu acabei de acordar, eu não quero. Nick, responde uma coisa?
-Claro anjo.
-Ela se foi mesmo?
Sei de quem ela está falando, e sei que não é fácil, mas não adianta mentir.
-Anjo... Ela está em um lugar melhor agora, e você não tem culpa.
-Eu sei que não tenho culpa, mas ela também não tinha, e... se foi.

Percebo que a voz dela embarga, sei que está tomando tudo para não chorar.
-Eu te pediria desculpas, mas acho que você não iria gostar. - Digo dando um leve sorriso, e tirando um dela.
-Bom que você sabe, gosto de um pedido de desculpas, quando a culpa realmente é da pessoa.
Minutos depois, uma enfermeira entra no quarto.
-Olá senhorita Celina, fico feliz que esteja de volta. Como se sente?
-Me sinto muito cansada, e um pouco de dor.
-Vou te dar um remédio para dor, ok?
-Ok, e por favor deixe de lado o "senhorita".
-Tudo bem Celina... Pronto, daqui a pouco você vai sentir sono, por causa do remédio.
-Tudo bem.

Quando a enfermeira foi embora, a Celina faz uma pergunta, que com toda certeza vou colocar em prática:
-Ele morreu?
-Não. Vou fazer ele pagar pelo que fez depois.
-Nick, cuidado com o que vai fazer. Eu não quero que você se prejudique meu amor.
-Não irei, não pense nisso anjo.
-Eu te amo Nick.
-Eu te amo anjo. - Apesar de começar estar sonolenta, consigo ver o amor em seus olhos. Um amor recíproco, só espero que ela aceite a proposta que irei fazer, esta proposta irá mudar tudo. Literalmente. Se ela aceitar, sem sombra de dúvida eu caso com essa mulher.

Eu a amo, e quero comigo, mas meus inimigos não desistiram até o dia em que eu morrer, então darei o que eles tanto querem.
Vou esperar e torcer para que aceite a mim proposta.

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