Bem vindos a mais um capítulo de Disfraz. Espero que gostem.
Desfrutem ❤️
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Estava sentado na cafeteria perto da escola, havia pedido um café expresso e algo salgado. Ajeitou o óculos no rosto e espiava pela janela o sol que se erguia naquela manhã. Ele não tinha criado muita expectativa, mas ainda sim precisava manter a rotina de Salvador Martín. Estava distraindo olhando para a rua quando percebeu que alguém se aproximava.
Não importava o quanto distraído estava. Ou parecia estar. Seu treinamento não deixava ser surpreendido. Mas, esse mesmo treinamento, o deixava fingir surpresa.
– O-oi. – A voz feminina veio um pouco envergonhada.
– Oi. – Ele fingiu um tom surpreso, como se não a tivesse visto chegar. – Desculpa, estava tão distraído. É cedo... Acho que não acordei direito ainda. – Ele soltou um sorriso tímido. Ela tinha o mesmo sorriso. – Sente-se. Por favor. – Ele se levantou rapidamente e apontou a cadeira da frente para que ela sentasse. E sentou novamente.
– Muito obrigada. Eu não queria incomodar de verdade, mas como disse que poderia conversar aqui hoje, eu acabei vindo.
– C-claro. Quer algo?
– Um café.
Salvador chamou a garçonete e pediu um café para ela, e mais uma dose para ele. Ele adorava café, e sinceramente estava morrendo por tomar mais um, ou dez. A conversa começou a desenrolar assim que os cafés chegaram a mesa.
– Eu tenho notado Paula muito mais receptiva ultimamente e isso tem me deixado muito feliz. E tenho que admitir que mais leve também.
Isso era visível, Raquel levava os ombros mais relaxados e uma postura menos agressiva que anteriormente. Ela ainda tinha algo, algo que ele não sabia ao certo o que era, mas que fazia sentir que ela escondia algo, algo que ela queria contar. Ele era como um detector de mentiras humanos, mas isso não fazia dele um vidente, não podia adivinhar o que estava acontecendo, apenas, através de suas microexpressões, definir o que era verdade e o que era mentira.
– Fico muito feliz. – Ele ajustou o óculos. – A-ainda assim você parece um pouco preocupada.
– Sim, eu estou. Eu liguei para a escola ontem e me falaram que a professora de Paula já tem previsão de alta e que em breve vai voltar para a escola. E Deus me perdoe por isso, mas eu preferia que ela ficasse no hospital mais tempo, para Paula ter mais tempo com você. Para a melhora dela.
– Eu entendo, mas na realidade eu só estou fazendo um favor para o diretor, geralmente eu não atendo crianças. – Ele sorriu de canto.
Ele tinha muito cuidado com o que falava, não podia deixar claro o desejo de se aproximar dela. Ao mesmo tempo, não podia se afastar demais. Tinha que fazer parecer que ela necessitava ter ele por perto, e não ao contrário.
– Você dá aula para adolescentes?
– Geralmente sim, no momento estou sem escola, pois estou me dedicando a algumas pesquisas voltadas a área de educação. Porém, não costumo pegar crianças.
– Uma pena, você se dá tão bem com elas. Conversei com as outras mães e parece que todos te adoram. – Ela sorriu. – Inclusive algumas mães. – Ela corou.
"Que merda, o que eu estou falando". Se martirizou quando disse isso.
– E-eu fico lisongeado. – Ele disse quase gaguejando, como se estivesse envergonhado.
– Eu não quis te deixar sem graça. É tudo conversa de whatsapp e a maioria é mãe solteira, então sabe como é, não pode aparecer um homem bonito e inteligente que elas já ficam assim.
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Disfraz ✖ Serquel
FanfictionSérgio é um policial que trabalha disfarçado, para poder entrar em uma célula de tráfico de armas e drogas que se suspeita ser comandado por Juan Murillo, ele terá que se aproximar de sua irmã Raquel. O que ele não esperava é que seu disfarce fosse...