*CONTEM ERRO DE ORTOGRAFIA*
ARUNA
Depois de quase 1 hora de confronto, tudo ficou calmo, por apenas um minuto.
Em pontos diferentes e distantes, alguns perto, dava para se ouvir gritos e palavras dolososas pessoas que perderam filhos, pais e amigos neste confronto.
As ruas, que hoje mais cedo, estavam em completa alegria e festa, agora está em completa desgraça.
Haviam marcas de bala em portas, muros e janelas. Em cada esquina havia um corpo.
A cena que mais me doeu foi de uma mãe ajoelhada em cima do corpo de seu filho, implorando a Deus para que lhe devolvesse a vida. Mas já está tarde!
Essa é a mais dura realidade do nosso Rio de Janeiro.
Enquantos alguns vivem em suas mansões, condominos fechados, outros vivem apagados e desprotegidos.
Nesse tempo em que moro aqui, essa é primeira vez que me da vontade de sair daqui.
E é o que eu vou fazer!
***
Olho meu relogio e vejo que já passa de 1h00, e eu ainda estou aqui no hospital.
Desde que chegamos com Valeria estamos aqui sentadas e aguardando.
Não fomos antes por causa dos tiros e também não poderiamos largar Valeria aqui sozinha.
Sou despertada dos meus pensamentos com a chegada de varios homens armados entrando no hospital. Um entre eles me chama a atenção, estava com uma touca ninja preta, sem blusa e com um short preto. Em suas costas tem um fuzil atravessado. Seu olhar parecia balas que quando me fitava me furava toda.
Eu conhecia aquelas tatuagens, eu conhecia aquele corpo, eu conhecia aquele olhos. Era Rico, mas.. Não o Meu Rico.
Aquele era o homem que tanto falavam, o cara que todos temiam, e não é atoa, seu corpo estava coberto de sangue. Mas não era o dele.
- Aruna, vamos embora. - Ximena me chama, me tirando dos meus pensamentos. - O marido dela chegou, não temos mais nada para fazer aqui.
Mesmo querendo ficar e ver como ele reagiria perto de Valéria, eu fui com Ximena.
O morro estava vazio, sem vida e alegria. Tinha corpos e mais corpos no chão. E eu tentava passar sem olhar muito.
Chegando em casa, minha mãe veio logo me abraçar, sinto o alivio tomando conta do corpo dela. E naquele abraço de mãe, eu desabo, choro igual quando criança que ralava meu joelho e vovó tacava álcool.
Aquele abraço me reconfortou de tudo, de tudo mesmo. Meu sonhos, meus pesadelos e minha indecisão sobre Rico.
Depois de seus beijos e choros de alivios, eu vou para o banheiro. Tomo meu banho, lavo meus cabelos e decido desabafar com minha mãe.
- Mãe?
- Oi filha, senta aqui! - Bate no colchão de sua cama. - Esta tudo bem?
- Preciso conversar com a senhora, mamãe. - digo sentindo meus olhos marejados.
- Pode dizer! Sempre estarei aqui para te ajudar, meu amor.
Respiro fundo e digo : Tô apaixonada, na verdade, estou amando loucamente um homem.
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No alto da Rocinha [ PARADA]
RomanceAruna é uma menina frágil demais para a pouca idade, e sonhadora demais para pouca oportunidade. Seu jeito gentil sempre foi seu ponto forte, e onde ela passava sempre arrancava suspiros dos homens, e até mesmo de algumas mulheres. A morena sempre...